Lembre-se daquelas noites

Pretend

Josh

Encaro a tela do celular pela milésima vez na noite. Já são onze e nada de Noah voltar. Talvez seja idiota estar ansioso por isso, mesmo assim meu corpo todo formiga em excitação.

Me sinto cansado pela apresentação de hoje. Acho que nunca tinha ficado tão nervoso me apresentando, sem contar que foi um dos nossos maiores, se não o maior, público. Mesmo tendo sido a segunda na arena, foi emocionante igual. Que bom que deu tudo certo. Mas cadê o Noah? Estou a um passo de sair do quarto e esquecer a conversa de mais cedo quando ouço a porta.

— Desculpe a demora.

— Tudo bem.

— Não desistiu, né?

— Não.

— Vou só botar um pijama.

Noah pega a roupa e a escova de dentes seguindo para o banheiro. Por alguma razão estranha, imagino ele se trocando e, por alguma razão ainda mais estranha, gosto disso. Sai com um sorriso no rosto.

— Como eu tô?

Ignoro. Ele deita do meu lado na cama de casal. Me olha por tempo demais com um sorriso de canto que chega a incomodar.

— Dá pra parar?!

— Com o quê?

— Com essa coisa aí.

— Te olhar?

— É...

— Tá bom. — Fecha os olhos.

— Que isso?

— Tô esperando você me beijar.

Sem saber direito o que estou fazendo, deixo meu corpo chegar perto do dele e junto nossas bocas. Ok, eu gosto de beijá-lo. É tão estranho... Mas eu gosto. Sinto a língua dele nos meus lábios pedindo para entrar. Deixo. Esquento com o contato, com a saliva.

— Tudo bem?

— Tudo bem.

Um sorriso pequeno e as mãos de Noah me puxando para perto. Mais beijos. Beijar meu melhor amigo é diferente de beijar meninas e eu nem sei porque. É só uma boca, só uma língua, no entanto... Junta a cintura na minha. Com certeza é por isso, por esse volume pulsando na calça dele e roçando em mim. Ainda é meio estranho. Não importa. Retribuo o movimento dando abertura para Noah mexer as mãos pelo meu abdômen. Sobe em cima de mim. Agora quem está duro sou eu. Não tem problema, é normal ficar duro, é normal me excitar com Noah se esfregando em mim desse jeito...

— Josh... Posso tirar sua calça?

Afirmo devagar ainda incerto, não lembro quando foi a última vez que outro homem me viu completamente sem roupa. Noah não parece se incomodar, encara meu pau ereto com um sorrisinho safado, escorrega o corpo para baixo, levanta o olhar.

— Tudo bem se eu...?

Engulo em seco, balanço a cabeça, ele bota na boca. Caralho... Não pensa, Josh, só sente. Caralho... Isso é gostoso...

Tempo demais em um boquete fodido de bom. Noah sobe até meu rosto, beija o pescoço, os lábios no meu ouvido:

— Tem camisinha aí?

— Eu não vou dar pra você!

Ele me olha com deboche antes de rir da minha cara.

— Eu sei, bobinho. Mas eu vou.