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Tempos depois...

Os dias foram se passando e com isso alguns meses. Desde aquele dia eu não soube nada do Gustavo e não queria. Ia uma semana e outra ver Cristina, mas as coisas já não estavam bem entre nós dois. Sempre que podia estava com os meus filhos, dedicava todo tempo a eles e quando não, era a empresa. Naquele meio tempo havia me divorciado de Refúgio, ela estava com os meninos em uma casa que havia comprado.

Nós dois entramos em um acordo por eles, pelos nossos filhos. Após a audiência não nos vimos mais, tudo era com o advogado ou com a babá dos pequenos. Infelizmente naquele mês Cristina sofreu um aborto, perdemos o nosso filho. Ali foi o fim de tudo, ela sabia que em minha vida só existia uma mulher e apesar de tudo ela respeitou isso. Estava sempre com ela, agora como amigos. Após resolver tudo com relação a fazenda, lhe coloquei para trabalhar na empresa comigo. Ela merecia uma oportunidade de crescer e aos poucos estava me demonstrando isso. Apesar de tudo nos gostávamos muito, como amigos e não a deixaria nunca.
Estava sozinho naquela imensa casa, só eu e a minha solidão. Trabalhava mais em casa que na empresa. A cada dia que se passava, sentia tudo ir se desfazendo. A falta que meus filhos faziam, assim como a Refúgio, deixaram um buraco irreparável em meu peito. Apesar de não falar, estava me entregando a minha própria dor e solidão.

Aqueles meses que se passaram foram uma verdadeira tortura para mim, tentava evitar o Dionísio o máximo possível. Não queria lhe ver, me machucar ainda mais, lhe machucar. Ele agora estava com quem se importava. Estava com a Cristina e o seu bebê. Não lhe privei de ver nossos filhos... sempre se viam e quando os dois chegavam em casa era aquela festa. Mas a verdade é que eu estava mais do que triste, amava Dionísio e isso nada nem ninguém poderia mudar. Infelizmente cometemos erros e esses erros nos separaram. Já era noite e o meu menino não estava bem, estava nervosa e já sem saber o que fazer tomei uma decisão que não esperava tomar. Peguei meu celular e liguei para o Dionísio.

Estava em meu escritório revisando alguns projetos, ouvi meu celular e estranhei. Já era tarde e não esperava que ela me ligasse justo aquela hora.

Dionísio: Refúgio? Está tudo bem? Aconteceu alguma coisa? - perguntei preocupado.

Refúgio: Precioso que você venha... o Maycon... já não sei o que fazer...- falei nervosa - vem me ajudar, por favor.

Dionísio: Fica calma, eu não demoro... preciso desligar...- me despedi dela, peguei a carteira, as chaves e saí... dirigi o mais rápido que pude e logo estava em sua casa... Estacionei o carro e toquei a campainha, lhe esperando abrir.

Estava com meus filhos quando ouvi a campainha e desci para ver quem era. Quando abri a porta vi Dionísio ali e senti a necessidade de lhe abraçar, mas não o fiz... não podia... não mais... fazia tanto tempo que não o via.

Refúgio: Graças a Deus que você chegou... entra...

Dionísio: O que ele tem? Deveria ter me chamado logo, vamos levá-lo ao hospital - falei entrando na sala - onde ele está?

Refúgio: Eu pensei que logo iria passar... já tinha acontecido outras vezes e tinha ficado tudo bem... mas agora... vamos...- disse nervosa - está em meu quarto.

Acompanhei ela e quando entrei em seu quarto, vi o nosso filho na cama. Me aproximei e imediatamente me espantei com sua temperatura. O peguei em meu colo e logo saímos dali, não podíamos perder tempo com nada. O coloquei no banco de trás com Refúgio e corri para o hospital. Dirigia como se sua vida dependesse disso e de fato não sabíamos se dependia. Quando chegamos, rapidamente ele foi levado e após explicamos tudo ao médico, ele desapareceu pela porta da emergência, nos deixando ali a espera. Me sentei na cadeira e passei as mãos em meu rosto, sentindo tudo em meu corpo tremer. Nunca tinha visto meu filho assim e isso me assustava.

¿Entonces... Que Somos? - Refúgio y Dionísio (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora