Capítulo 7

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Segunda - Feira

Ela entra na minha frente, e não a mais nada que eu possa fazer. Minhas mãos já estão sujas de sangue.
O barulho dos tiros preenche os meus ouvidos e eu me sinto fora do meu corpo, mas de certa forma ainda sinto a mesma angústia.
Eu olho para o lado, e derrepente eu estou amarrado em uma cadeira vendo Zack levar um tiro e sem poder fazer nada para ajudar.
Eu me levanto em um sobressalto, e me deparo com o quarto de hóspedes do apartamento de Titan. Foi tudo um pesadelo!
Eu me sento na cama de casal, com meu corpo todo suado, e tento regular a minha respiração enquanto os piores momentos da minha vida continuam passando na frente dos meus olhos como um filme. Eu balanço a cabeça, em uma tentativa de me livrar do pesadelo, ao mesmo tempo em que olho para o relógio digital do lado da cama.
Os números 5:46 brilham em vermelho, e eu solto um suspiro profundo enquanto massageio meus ombros em uma tentativa falha de tirar o peso dos mesmos. Eu abro a porta do quarto, e dou dois passos para a direita para poder abrir a porta do banheiro de Titan.
A água fria molha o meu corpo, e eu fecho os meus olhos, desejando que alguma vez eu consiga dormir mais de três horas durante a noite.
Eu passo minha mão pela cicatriz no meu rosto, e solto um suspiro profundo quando vejo bem na minha frente todos os acontecimentos que me levaram a ter esse talho no meu rosto.
Eu saio do banho, e enrolo minha cintura com uma toalha preta ao mesmo tempo em que pego minha cueca e coloco dentro do cesto de roupa suja que Titan comprou para mim quando soube que eu viria morar aqui. 
Eu entro no meu quarto, e coloco uma cueca preta, uma calça de moletom cinza escura, uma blusa de malha preta e meus tênis de corrida. 
Eu saio do meu quarto, e depois do apartamento de Titan, para poder ir correr e quem sabe me livrar de todas aquelas imagens que ainda estão me assombrando.

●●●

- Você vai passar o dia inteiro na academia, não vai?



Titan me perguta, enquanto toma o seu café e eu bebo uma garrafa d'água.
Depois que eu saí para correr, eu só voltei duas horas depois, e me deparei com meu irmão, ainda de pijamas e com o cabelo todo bagunçado enquanto se servia um café. 
Eu concordo com a cabeça, respondendo assim a pergunta do meu irmão, enquanto deixo a garrafa de água de lado e começo a fazer um sanduíche com manteiga de amendoim.


- Eu quero estar em forma quando voltar para o exército.



Eu digo, enquanto mastigo um pedaço agrade do meu sanduíche.
Titan levanta uma sobrancelha enquanto me observa comer, e eu sei  que esse é o sinal do meu irmão para " eu não sei por onde eu devo começar a falar".


- Certo, o que holve? Você não me quer mais morando aqui?


Eu perguto, e Titan solta uma risada fraca ao mesmo tempo em que muda o seu peso de uma perna para a outra.



- Não, não é isso. Você sabe que eu não me importo de você morar aqui, é até legal ter o meu maninho por perto!




Titan começa a dizer, mas eu percebo a aflição em sua voz.



- Mas eu acho que aquela história sua e da mamãe já está indo longe demais.
Eu sei que o exército é a sua vida, e que você não se sente a vontade aqui, mas a mamãe realmente quer que você fique um pouco mais. E, eu acho que mesmo que isso não aconteça, seria bom se você falasse com ela, sabe? Sobre você realmente só ficar dois meses.


Titan completamenta e eu solto um suspiro profundo, pois eu sei que no fundo meu Irmão mais velho está certo.
Desde do "almoço em família" na sexta feira que eu não falava com a minha mãe, e Titan, que costumava falar com ela diariamente, também não tocou mais no assunto. 



A Psicóloga Onde histórias criam vida. Descubra agora