Capítulo 4

408 57 9
                                    

Olá! Continuamos com a jornada de Camille em busca de uma nova vida. Hoje ela dá o primeiro passo rumo aos braços do nosso cowboy marrento! Boa leitura :D

...

O Aeroporto Internacional de Burlington estava tranquilo, o que deixou Camille aturdida. Não havia sinal de um paparazzi, nem de pessoas enfiando o celular na cara das outras. Algumas tiravam fotos de si mesmas, ou de um grupo de amigos, mas nada além disso. O fluxo de passageiros era regular e organizado. Estando acostumada com tumultos constantes ao seu redor, a pouca movimentação a chocou. 

Se o caos transitava por vários lugares, ele com certeza nunca esteve em Burlington.

Apesar do sol, o clima estava frio, o que a fez manter seu casaco marrom escuro com capuz e seu suéter preto de gola alta. Usava jeans escuros e botas sem salto. Os cabelos presos em rabo de cavalo e um par de óculos de sol de armação simples. Carregava consigo uma grande mochila, uma pequena bolsa transversal uma mala de mão e outra de rodinhas.

Era como qualquer outra turista, convenientemente invisível.

Encaminhou-se para a saída e, percebendo a pequena fila de acesso aos táxis, ali ficou. Ligou o modesto telefone que Gary lhe arranjara e mandou uma mensagem avisando que chegara bem. Ele provavelmente a apagaria, assim como todo e qualquer rastro daquele breve contato, uma vez que a ideia era que o paradeiro de Camille fosse irrastreável.

Rapidamente, sua vez chegou. Cumprimentou o motorista já usando o sotaque australiano. Estava determinada a não ser identificada de forma alguma e passou todo o voo assistindo vídeos e podcasts baixados antes da viagem, a fim de praticar.

A história que contaria, caso perguntassem, seria bem simples: recomeço após um divórcio complicado. Nenhum filho. Pai e mãe mortos em um acidente de carro quando era adolescente. Sem margem para perguntas, Sem furos. Sem enrolações.

Apenas duas pessoas saberiam a verdade ali: ela própria e Lisa. Sentiu um calafrio ao pensar na amiga e ex assistente. Será que lhe ouviria? Será que lhe daria uma chance de se redimir? Não sabia. Mas tinha que tentar.

A voz do motorista avisando que já tinha chegado à pousada lhe trouxe de volta à situação presente. Ela saiu do veículo e o homem que fez o trajeto, um senhor magro, de estatura média, rosto bastante enrugado pelo tempo e olhar gentil a ajudou com a bagagem.

– Seja muito bem-vinda a Burlington, senhorita. – ele disse com um sotaque forte, retirando sua boina gasta da cabeça calva.

– Muito obrigada – respondeu com um sorriso, enquanto entregava o acerto da corrida.

A pousada em si era uma graça. Toda em madeira, iluminação amarelada e um aquecedor de primeira. Chegou até mesmo a tirar o casaco.

Após fazer o check-in e receber mais boas-vindas à Burlington da recepcionista, Camille foi guiada ao seu quarto, sua bagagem sendo levada pelo mesmo rapaz que a ajudou na entrada.

O quarto era um dos mais simples. Quanto menos chamasse a atenção, melhor. No entanto, não pode deixar de admirar a beleza daquele cômodo tão evidentemente acolhedor. Era pequeno, e a cama de casal, o grande atrativo do ambiente. Havia dois criados mudos, um em cada lado da cama, que amparavam luminárias de luzes amareladas. Também havia um quadro acima da cabeceira. O chão era acarpetado e à direita, havia uma porta que dava acesso ao banheiro. Ao lado dela, havia uma bancada azulejada com frigobar. À esquerda da cama, havia uma grande cômoda de madeira que ocupava parte da parede, com diversas gavetas.

Largando suas malas na entrada, após dar uma gorjeta ao carregador e fechar a porta, rumou para o banheiro que, para sua alegria, tinha banheira. Procurou por sais de banho nos armários e achou um pacote com aroma de lavanda. Enquanto enchia a banheira, pensava no que diria à Lisa. O que será que ela faria se soubesse que a amiga que não via há sete anos, estava bem ali, a poucos quilômetros de sua casa?

Labirinto - Livro 1Hikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin