Capítulo 40.

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Rafaella.

-Ainda não to acreditando que você vai me fazer conhecer sua família sem ter feito uma limpeza de pele, uma manutenção no mega, na minha unha... Vão me achar ridícula.-Coloquei a mão na boca novamente e o atrito do dente com a unha de gel me fez lembrar que não dava pra roer, rapidinho eu abaixei a mão.-Não ri de mim, eu tô falando sério.

-Rafaella, ninguém vai te achar ridícula. Você tá linda, para de doideira.

-Não é questão de doideira, é que eu sou a primeira mulher que você leva pra eles conhecerem. Aí eu vou chegar toda bagunçada? Ainda tô sem roupa...

-Onde você tá bagunçada? Você tá linda, para com isso.-Olhei pra cara dele e fiquei quieta. Tava nervosa babado!-Olha pra mim.

Assim eu fiz.

-Você tá linda, não tem motivo desse desespero todo, fica suave. Quando você chegar lá eu prometo que você vai comprar suas roupas, seus bagulho tudo.

-Promete?-Deitei a cabeça na poltrona e ele riu e concordou com a cabeça.

-Prometo, Rafaella.-Concordei com a cabeça e fechei o olho quando senti tudo tremer um pouco. Essas turbulências acabam comigo, ainda mais por ser jatinho... Ai já viu, né? Avião é menor e chacoalha o dobro.

A gente pegou esse jatinho que ele disse que é dele, mas tá no nome de um laranja. Fomos pra uma pista de pouso fechada pra pegar esse, estamos a caminho de Recife, Pernambuco. Não tinha lugar mais perto pra família dele morar, né?

Eu tava nervosa a beça, tava com medo de não gostarem de mim, confesso. Mas eu sou o que eu sou, se for pra gostar de mim vai gostar pela pessoa que eu sou, porque eu não vou mudar pra agradar ninguém. Eu sei da minha índole.

-Quer beber alguma coisa?-Neguei com a cabeça. Ele chamou a aeromoça e pediu uma garrafa de água.-Que foi que você tá toda quieta?

Olhei pra ele novamente e neguei com a cabeça.

-Que foi?-Insistiu e eu peguei meu cabelo e joguei todo pro lado.

-Nada.

-Ta brava ainda?

-O que você acha, Christopher? Você tá me levando pra conhecer sua família, mas isso não anula nada.-Cruzei os braços e olhei pra frente.

-Tô te levando pra um bagulho importante, porque você não pode relaxar? Vai querer ficar nessa guerra comigo até quando? A gente vai chegar lá nesse clima?

-Tô querendo comprar guerra nenhuma com você, nenhuma! A questão é que você não pode fazer merda e me comprar achando que vai ficar tudo bem, porque não vai. Eu tô chateada ainda e você vai ter que ralar muito pra me deixar bem, ou melhor, só entende que o que você fez foi errado e não faça novamente. Pra mim já tá de ótimo tamanho.-A gente ficou em silêncio por um tempo, depois ele tirou o cinto e levantou, foi indo na direção do banheiro e eu abri o saco com a mantinha que a aeromoça tinha dado e me cobri.

Fiquei pensando muito também. Compreendo o lado dele e os motivos, mas ele tinha que ter pensado em mim. Tivesse me avisado pelo menos, não tinha motivo pra todo aquele sufoco que eu passei. Achei ridículo!

Sorte dele é que o cretino tem meu coração. Se não tivesse, só pelo nervoso já tinha dado um basta. Mas é mais complexo, mais complicado, sabe? Quando envolve coisas do coração, a razão prega peça.

Casagrande.

Fiquei encarando a caixinha com as alianças. Negócio importado pra doidona, mó corre pra conseguir e nem entreguei porque desde que ela chegou foi surto atrás de surto.

Rafaella é fiçurada nesse Tiffany e Co. Eu só sabia porque ela tem um anel na mão esquerda que ela não tira nem fudendo, disse que foi presente de vinte anos do pai dela. Mandou comprarem e entregarem. Ela falou toda emocionada, rasgou elogio pro presente e pra marca. Tive que marcar o nome pra lembrar de comprar desse mesmo negócio.

Tava na conexão com o Vô e ele disse que tava lá em Los Angeles comemorando um aniversário de casamento dele com a mulher, perguntei logo se ele podia fazer o favor de comprar pra mim e trazer. Procurei até achar uma aliança no nível dela, que eu sabia que ela ia gostar. Mandei um de confiança ir buscar no Vô quando ele chegou, mas até agora não deu pra entregar.

Sem nervoso também, na melhor hora eu entrego. Esperar a poeira abaixar, ela se acalmar.

Ficamos coisa de três horas no avião e chegamos em Pernambuco, mais precisamente em Recife. Um calor do caralho, totalmente diferente do que tava em São Paulo.

Eu amo isso aqui, se eu pudesse eu moraria aqui também. Gosto de praia, desse clima...

Entrelacei minha mão na da Rafaella e fui saindo do aeroporto. Aqui não tinha nenhuma pista particular que eu pudesse usar, mas foi tudo esquematizado. Desde o lugar que o carro ia estar estacionado, até gente minha disfarçado por onde a gente passasse. Se tivesse algum contratempo, a distração pra gente tentar sair despercebido tava garantido.

A gente entrou no carro e ficamos esperando trazerem algum bagulho pra gente comer. Chegaram com os lanches e eu e a Rafaella pegamos, dei o do Gordo na mão dele e ele começou a dirigir.

-Ai Recife, te amo tanto.-Ele falou olhando pra praia e a Rafaella riu do meu lado.

-Eu sei bem como você ama, da última vez quase ficou solteiro.-Eu falei e a gente riu.

-Seloco... Nem lembra desse momento conturbado da minha vida, bagulho foi cabuloso.-Eu ri e dei uma mordida no lanche.

Rafaella toda hora mexia no cabelo, já tinha retocado aquele batom transparente dela umas três vezes só enquanto a gente tava no carro.

-Ta nervosa?-Encostei a cabeça no banco e ela me olhou e negou com a cabeça. Ri baixo e ela pegou minha mão e entrelaçou na dela, tava até suada um pouco.-Relaxa, Rafaella. Já falei que você não precisa se preocupar.

-É sério, e se eles não gostarem de mim, Christopher?

-Se não gostarem não vai mudar nada também. Quem tem que gostar sou eu, ninguém vai te destratar não, ninguém é maluco.-Ela olhou pra frente e respirou fundo. Soltei minha mão da dela e segurei no maxilar dela, puxando o rosto dela pra perto do meu. Dei um selinho demorado e ela se afastou me encarando.

-Me fala um pouquinho deles.

-Você vai conhecer já.

-Mas eu quero saber, Christian. Fala o básico, só pra mim não chegar lá panguando. Vai, me fala.

-Minha mãe criou eu e meus irmãos, tenho dois mais velhos, coisa de dois, três anos de diferença.-Ela parou me encarando, prestando atenção em tudo que eu falava.-O resto da família mora aqui também, todo mundo mora aqui.

-O que seria o resto?

-Tias, tios, primos.-Ela concordou com a cabeça.

-E seu pai?

-Nunca conheci.-

-Ta... E o nome da sua mãe?

-Maria Lúcia, mas ela gosta que chame só de Lúcia.-Ela deu um sorrisinho de lado e concordou com a cabeça.

INDESTRUTÍVEL.Où les histoires vivent. Découvrez maintenant