Um Passeio no Parque

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Duas semanas depois daquele dia eu estava em Londres, tirando as medidas para minhas roupas. Eu tive que acertar toda a minha vida em L.A, ajustar contratos e me mudar de país num passe de mágica. Tudo aconteceu como um furacão passando na minha vida, eu nem mesmo conseguiria trazer Eddie, minha adorada gata, nesse momento, eu teria que trazê-la depois que já estivesse estabilizada.

No meio de toda a confusão que foi a minha vinda para Europa, eu passei todo meu tempo livre pensando sobre o Sam, quando eu não estava organizando minha partida, falando com advogados sobre contratos ou pesquisando mais sobre o papel, lendo livros sobre relatos de enfermeiras durante a Segunda Guerra Mundial, minha mente seguia sozinha caminhos que me levavam aqueles olhos azuis.

Eu não conseguia evitar refletir sobre Sam, eu reconhecia as respostas do meu corpo a ele, não havia como negar que eu era atraída por ele, e nem deveria haver motivo para isso, afinal não era exatamente isso que os produtores queriam descobrir ao fazer um "teste de química", quão boa seria nossa atração natural um pelo outro?

Eu podia compreender isso, mas a maneira que isso aconteceu me assustava, o momento que nós partilhamos naquela sala cheia de outras pessoas, sendo assistidos, avaliados e gravados, foi mais profundo e íntimo do que qualquer outra coisa que eu já tenha experimentado.

Eu sabia que se tivesse conhecido Sam em um bar ou festa qualquer ele já estaria na minha cama no fim daquela mesma noite, mas ele agora era meu colega de trabalho, e se tudo desse certo, de acordo com o contrato que assinamos seria assim por pelo menos mais 7 anos.

Essa era nossa maior chance, a melhor oportunidade das nossas carreiras, nenhum de nós era jovem o bastante para começar uma carreira em Hollywood de maneira segura, essa era a oportunidade de nossas vidas, e o que eu sentia por ele ficava tão longe na minha lista de prioridades que não eu tinha dúvidas que eu teria que encontrar a melhor forma de lidar com essa atração sem jamais deixar que isso interferisse na minha vida profissional.

Eu havia lutado muito e por tanto tempo para chegar nesse momento e ganhar uma chance como essa, eu era a protagonista de uma série, eu estaria em todas as cenas, todos os dias. Eu sentia o peso do projeto nas minhas costas, era esperado de mim liderança e também que eu desse o tom do comportamento no set de filmagens, era muita responsabilidade e eu precisaria ser extremamente profissional e madura.

Eu me peguei novamente perdida nesses pensamentos enquanto era dirigida a um salão em Londres para fazer as alterações necessárias no meu cabelo, escurecer um pouco mais e ondular meu castanho médio natural e liso para me aproximar mais do tom e textura de Claire.

Eu estava na cidade a alguns dias em um hotel, mas ainda não tinha visto Sam, toda interação que tivemos foi online. Assim que soube que eu havia conseguido o papel ele me mandou uma mensagem me parabenizando, alguém da produção deve ter passado meu número. Mas ele não apenas me parabenizou privadamente, ele não cansou de me elogiar empolgadamente em público, no Twitter, ele aparentava estar muito animado com a minha seleção para o papel.

Desde de então nós continuamos uma conversa tranquila por mensagens, nos falávamos todos os dias, quando um de nós não iniciava a interação o outro o fazia, ele parecia querer continuar aquele contato tanto quanto eu, podia perceber que provavelmente nós daríamos muito bem.

Eu sabia que nós veríamos hoje, talvez por isso estivesse tão ansiosa e pensando em como desde já me preparar para conviver ao redor dele da maneira mais profissional e saudável possível. Ele estaria no salão de beleza para tingir de ruivo seus cachos loiros.

Eu cheguei antes dele, eu já tinha passado pelo processo de tingimento quando ele foi trazido pelo cabeleireiro para a cadeira ao meu lado, ele me viu e disse sorrindo- Hey Caitriona, como vai?

Quando as Estrelas se AlinhamWhere stories live. Discover now