Capítulo 52 - Será Que Eu Me Tornei a Ariel?

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O saber se aprende com os mestres. A sabedoria, só com o corriqueiro da vida.

- Cora Coralina

- Cora Coralina

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Max

Por que eu deveria ser esmagado por um tanque gigante às 10 horas da manhã? Eu ainda não sei a resposta para isso, mas definitivamente quero saber o porquê de não estar tomando meu shake da academia. As hastes metálicas chocavam-se contra o asfalto de modo deprimente, olho ao meu redor e vejo uma situação no mínimo desesperadora. E se eu acho que alguma coisa é desesperadora pode ter certeza. O bicho está pegando fogo. Miguel está em volta de crateras fumegantes assustadoras, Bianca já está sem fôlego pelas ilusões sequenciais, Isabella se transformou em tantos animais diferentes que eu nem ao menos sei quais foram, Thiago se manteve desnorteado depois de tantas trepadeiras lançadas e facilmente rompidas. Não poderíamos derrotar a arma por fora, tínhamos que entrar em seu interior. Porém, não podia ser mais claro a inutilidade de nossos poderes aqui. Principalmente do meu, vamos colocar ênfase nisso. Onde está Victor nessas horas, eu preciso dele, agora mais do que nunca.

Minha pele reluz um dourado doentio enquanto minha mão sangra pela jóia que estou usando para me transformar, parecia que eu tinha que tomar injeções em tempo real para despertar meu poder, e isso é uma porcaria. Olho para cima na esperança de encontrar qualquer entrada pela "cabeça" daquela aberração, porém eu mal conseguia enxergar o visor, eu tinha que arrumar uma maneira de alcançá-lo, mas como? Sinto minha pele de metal se aquecer e minha mente parece querer desmoronar a qualquer segundo, eu definitivamente já estive em dias melhores, estou tão melodramático que é até mesmo estranho. Eu deveria focar na luta, embora eu soubesse que meus pensamentos estejam bem distantes dali eu apenas queria me manter distante de Isabella, esquecer toda essa droga e ir para casa. Eu estou com medo.

Eu queria que Victor estivesse aqui.

Não posso ficar parado enquanto os vejo se matarem para que a máquina não avance sobre o Setor Aranha. No meio daquela fumaça maldita ouço o som de metal e corpos se chocando à distância, volto meu olhar para os Nari que encaravam nada menos que um exército enorme de vilões dignos dos quadrinhos, bem que eles poderiam ser vilões em estilo chefe da máfia, não é? Mas, sinceramente acho que seria pior assim, já que vejo a distância Helena sendo cercada enquanto brandia suas espadas energeticamente, Diego deslizava sobre o asfalto e sua cadeira de rodas fazia um barulho monótono enquanto ele atirava contra qualquer coisa que se movesse. Eu não via os outros. Está muito longe e turbulento para sequer enxergar alguma coisa.

Nesse pequeno instante que me distraio, vejo uma grande explosão surgir bem na minha frente, como se eu tivesse o azar de pisar em uma mina terrestre. Tudo à minha volta se apagou por um instante. Quando me dou conta estou com a cabeça latejando sobre a avenida quente. Nossa que lindo. Meu corpo nem tinha metalizado por completo. Por que isso sempre acontece quando eu não estou preparado? Apenas vultos acinzentados que contratavam com o céu azul fazia meus olhos arderem enquanto ouço um grito distante de Miguel. Pelo menos ele está bem.

Garotos Infames - CONCLUÍDOWhere stories live. Discover now