Thephne/Dapheodor

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Porque sempre na França?

Não sabia responder, mas tudo na sua vida que em algum momento foi importante iniciara ali e não seria diferente de agora.

Andava pelo pelos belos gramados do parque lotado de pessoas, na maioria famílias e turistas, aproveitando o quente sol que brilhava e abençoava a pele em pleno verão parisiense.

Jazia, como sempre, a mando dos pais, caçando bruxos que estavam na lista negra dos Nott e fazendo o possível para que tais vermes que um dia baterem de frente com sua família fossem silenciados.

Guardava a varinha que acabara de usar por dentro da roupa pois se encontrava em via trouxa pública e os frères de continente não eram menos severos que os ingleses em suas leis de resguardo à magia.

Quando terminou de tirar os cabelos dos olhos (pois por descuido muito os deixou crescer além do normal) bateu de frente com uma pessoa.

Teve tempo de segurá-la antes que se desequilibrasse.

O destino chegava a ser impossível.

— Daphne? — expressou com surpresa.

A bruxa parecia infinitamente mais bela e madura, vestida elegantemente com a moda sanguepurista local dividindo dúvidas se estava a passeio ou realmente familiarizada com o convívio diário.

Os cabelos loiros no mesmíssimo tom dourado balançavam pela suave brisa, caindo em cascatas pelas costas algumas mechas á frente das maças do rosto perfeito. Os lábios carnudos entreabriram no segundo que os olhos azuis cor do céu arregalaram-se.

Não a via desde que terminaram o que tinham, cinco anos atrás. 

Pensou, após todo aquele tempo, que transmitiria a ela o mesmo sentimento de espanto, ledo engano.

A Greengrass parecia cautelosa.

Demorou um pouco, mas ela foi a primeira a se afastar das mãos que a seguravam.

— Nott — cumprimentou.

Theodore recuou imperceptivelmente seu posicionamento ante a ela por o ter chamado pelo sobrenome.

— Há quanto tempo, Greengrass — comentou cruzando os braços.

Ela não parecia querer conversar pois a todo segundo corria as íris de um lado para o outro.

— Sim — retrucou, seca.

Os punhos se abriam e fechavam a todo instante, claro sinal de nervosismo. A atenção de Theodor foi chamada por isso e não pode deixar de notar o anel dourado no anelar.

Então Daph não queria que trombasse com seu atual companheiro? Peculiar. Pensou que ela lhe adoraria esfregar na cara que estava feliz com outro alguém.

Então a loira fechou os olhos para se acalmar. Abriu-os e requisitou com firmeza:

— Se me der licença...

Nott não a deixaria fugir tão facilmente.

Se colocou a frente, a impedindo de passar.

Ela reprimiu um grito estrangulado ainda na garganta.

O sangue-puro zombou, mas continuava intrigadíssimo. O que era aquilo nas íris antes tão arrogantes, orgulhosas e monstruosas? Desespero?

— Theodore — tentou, tendo consciência que ele adorava humilhação. — Pode me deixar ir, por favor? Estou atrasada para um compromisso.

A ignorou.

— Mudou-se da Inglaterra? — questionou nem necessitando da resposta para saber que sim. Um sorriso maldoso surgiu em seus lábios. — Teve que trocar de país para tentar superar nós dois?

M a r r i e dWhere stories live. Discover now