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O começo do Fim.

Nesta Archeron acordou, e embora seu corpo não se movesse, e mal conseguisse respirar, sua consciência a mantinha ali. A féerica tentou se mover, respirar, ou chamar a atenção do Illyriano, quando percebeu que ele não estava mais lá. Tremendo, seu olhar se dirigiu as portas dos aposentos, que pro seu temor, estavam escancaradas. Nesta olhou afundo no corredor, embora pouco enxergasse com a ausência da luz matinal ou dos candelabros

E então, uma sombra se moveu, aproximando-se dela, lentamente. A cada passo que a silhueta dava, a féerica tremia, mais e mais, tentando, mesmo que desesperada e inutilmente, mover as próprias mãos. Nesta sequer piscou quando a silhueta, ou o que quer que fosse, pairou a poucos centímetros dela, e ela pôde jurar que ouviu, tão claro como se o illyriano ou suas irmãs, até mesmo Amren quando uma única palavra saiu, o som rouco, como um gemido agonizante e sem fim.

" - Corra, Minha Senhora. "

E finalmente, ela pôde respirar. A féerica se sobressaltou da cama, e sem pensar, afastou os lençois do próprio corpo e saiu em passos rápidos, que em poucos segundos, tornaram-se uma corrida desesperada. A féerica ainda conseguia distinguir os sons vindos do Grande Salão, embora tudo parecesse mais abafado e distante, como se estivesse submersa. E talvez estivesse, de fato. Nesta Archeron estava submersa no próprio desespero.

A féerica correu, ignorando a festa que ocorria, agora as suas costas, e saiu em desparada, com o coração palpitando com tamanha força, que seu peito parecia prestes a explodir, embora ainda fosse capaz de guiar os seus passos, para onde quer que fosse, aquilo não poderia ser bom.

Porque a Morte lhe chamara pessoalmente para avisá-la, e todo seus sentidos pareciam gritar aos seus ouvidos o perigo de que, o que quer que fosse, estava prestes a ocorrer

A féerica passou pelo espião, correndo tão desesperadamente que sequer se importou com a camisola de seda, um tanto transparente demais para o seu gosto, ou as feições de puro horror estampadas a sua face, junto ao suor pelo seu torso, que fazia com que seus cabelos grudassem pela sua nuca, escorrendo até os seios e suas costas.

Azriel se virou, e ela não teve tempo de olhar para trás, para saber se ele a acompanharia aquela terrível jornada.

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Cassian

O illyriano despertou pelo que deveria ser a quarta batida em sua porta. suave, mas o suficiente para acordá-lo. Ele não sabia quanto tempo havia dormido, embora estivesse cansado o suficiente para querer virar-se e ignorar o som atrás da porta. Cassian sequer permitiu a si mesmo de pensar no que havia acontecido, ao que pareciam ser algumas horas atrás. Pôs a se vestir apressadamente, e obtendo coragem, observou a fêmea que dormia ao seu lado.

Sua parceira, e agora Esposa. Amiga, e também Guerreira. Aquele simples pensamento era capaz de causar-lhe mil sensações ao mesmo tempo. Ainda assim, ele abaixou-se rapidamente, depositando um beijo sob sua testa. Nesta parecia serena e finalmente..em paz. como ele não a via a muito, muito tempo. Ele não se recordara de um momento em que ela acordara gritando - Embora soubesse que gritara diversas vezes pelo seu nome pouco antes de dormir. Pela sua sanidade, ele ignorou as lembranças e cobriu o corpo da fêmea, antes de partir rumo as portas do quarto.

𝑨 𝑪𝒐𝒖𝒓𝒕 𝒐𝒇 𝑰𝒄𝒆 𝒂𝒏𝒅 𝑩𝒍𝒐𝒐𝒅Where stories live. Discover now