Capítulo 2: A fuga

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Já estavam há um bom tempo no cavalo do alfa, ele seguia em uma única direção e nunca mudava. O loiro reparava que por onde eles passavam não tinha nem um sinal dos soldados inimigos o que era no mínimo estranho considerando o que seu raptor informou ao outros.

Isso o fazia ficar cada vez assutado, como se um homem totalmente desconhecido te amarrar e te prender ao cavalo como uma caça não fosse o suficiente para desesperar alguém.

Ele não abriu mais a boca para reclamar de nada, o alfa tinha retirado o lenço de sua boca prometendo cortar sua garganta se falasse. Não que ele fosse inteligente mas não era estúpido de falar algo então apenas chorava baixinho.

Depois de um certo tempo o cavalo diminuiu sua velocidade e parou em uma clareira, estava anoitecendo e ninguém ali via no escuro, era óbvio, pelo menos para o alfa.

-- Será que dá pra você parar de chorar?! -- perguntou indignado, "como alguém conseguia chorar tanto assim?" era o que pensava o alfa.

O menor tentou limpar as lágrimas com o ombro, não teve sucesso. O alfa revirou os olhos e limpou-as para o ômega.

-- Em todos os três anos do meu trabalho nunca vi alguém chorar tanto -- reclamou o mais alto -- Você tem algum problema?

O loiro não disse nada, estava com medo e sem vontade nenhuma de responder o maior, ele também não achava que o mesmo era digno de ouvir uma palavra sequer dele.

-- Vai me ignorar? Muito maduro de sua parte, você tem o quê? -- pensou enquanto sorria com escárnio -- Uns sete anos? Com esse tamanho com certeza.

Não abriu a boca, apenas abaixou a cabeça e recostou-se na árvore, estava agora sentado no chão enquanto o outro arrumava uma fogueira e lhe perturbava.

O alfa amarrou o cavalo a uma árvore próxima e acendeu o fogo, era o bastante para aquela noite. Não que ele achasse que o loiro fugiria, mas por precaução prendeu os pulsos do loiro na árvore em que ele estava encostado.

Não que o alfa fosse adormecer de qualquer forma, ele não estava em lugar considerado escondido para deixar o ômega e ir dormir totalmente tranquilo.

Apesar de não ter dormido a noite toda como o ômega fez, o alfa descansou os olhos por umas três ou duas horas naquela noite.

Então logo no nascer do sol já estava acordado comendo uma maçã que havia encontrado perto dali. Já estava começando a juntar o que arrumou para dormir e depois acordar o ômega.

Passou-se apenas um dia após a captura do loiro e para o mais alto a família real já estaria bem longe dali, porém pode ouvir trotes de cavalos próximos de onde estavam.

Não podia acreditar, como eles chegaram tão rápido ali? Ele agradecia a si mesmo mentalmente por ter apagado a fogueira de madrugada porque aparentemente os guardas já estavam rondando a floresta à noite.

Foi como um raio desamarrar o baixinho, não daria tempo para pegar o cavalo que certamente deixaria pegadas. Depois de despertar o loiro logo amarrou suas mãos novamente só que para frente dessa vez.

Já o ômega, que acordou com o alfa lhe puxando pelos braços -- amarrados agora -- e pegando em uma de suas mãos. O aperto era forte e não conseguia se soltar, apenas acompanhar o maior na corrida.

O menor não sabia do que estavam correndo, talvez algum animal? O que quer que fosse era sério o suficiente para fazê-los  abandonar o cavalo e entrar no meio do mato.

O loiro estava cansando, não comeu nada e ainda por cima sua condição de ômega abaixava suas habilidades físicas o  deixando com menos da metade da energia que aquele alfa gastava na corrida.

-- Espera! -- pediu desesperadamente -- Por favor, eu não tenho tanta energia que nem você.

O alfa lhe ouviu, parou e pensou em qualquer coisa. Revirou os olhos, soltou a mão do ômega e ficou de costas para o mesmo.

-- Sobe logo nas minhas costas! -- o ômega pareceu se ligar da idéia do alfa e o fez.

Era bem mais fácil correr sem arrastar alguém, o alfa foi mais rápido possível. O peso do loiro não era como de pena mas era facilmente carregável por aí.

No entanto, quando a velocidade diminuiu o ômega percebeu que estavam em um tipo de precipício só que possuía uma boa quantidade de água para amortecer alguma queda.

O alfa o pôs no chão, desamarrou e começou a tirar a armadura revelando um jovem de aparentemente vinte anos ou mais, pele clara e cabelo preto. Usava uma camiseta simples e ficou com a parte de baixo da armadura, não parecia que dava pra tirar.

Os dois ouviram algo se aproximando, o alfa sabia o que era, o ômega possuía certas teorias sobre "o que" lhes perseguia. Olhou para baixo e virou o rosto na hora, tinha medo de altura e esperava nervoso alguma reação do maior.

-- Vamos ter que pular -- disse e jogou os "pedaços" da sua armadura do alto, e  apesar do loiro suspeitar, estava com esperança de que não tivesse que o fazer.

O menor se calou, não queria pular e estava determinado a enfrentar o que quer que seja desde que não fosse obrigado a pular daquela altura.

-- O que é? Não sabe pular? -- o maior se encontrava com uma carranca e um olhar mortal para o outro.

-- É-É que e-eu tenho medo de altura —declarou com a voz fraca.

Novamente o alfa revirou seus olhos, puxou o braço do ômega e pulou da pedra em que estavam. Enquanto caía viu o menor gritando e se encolhendo.

No estante seguinte em que caiu emergiu rapidamente para vigiar o ômega, não baixaria a guarda principalmente agora que estava sem transporte e tinha apenas uma pequena corda.

Quando amos saíram do lago, o alfa dessa vez apenas checou sua espada mas não amarrou o menor que lhe olhou confuso.

-- Se você se comportar eu te deixo sem a corda -- revelou o que fez o loiro sorrir minimamente -- Pelo menos até chegarmos onde estamos indo, é um caminho bem fechado então não me preocupo muito.

O maior sabia cada canto da floresta, cresceu treinando ali e jamais se daria como perdido, era mais fácil também achar o ômega por seu cheiro então nunca se preocupava em pegar sempre o mesmo caminho.

-- Onde vamos agora? E do que estávamos fugindo? -- o loiro estava curioso e havia sentido cheiros fortes antes dos dois pularem.

-- Não te interessa onde vamos, e se quer mesmo saber estávamos fugindo dos guardas do seu reino — deu a resposta enquanto caminhava despreocupado.

O loiro não poderia dizer que não suspeitava, seus pais se empenharam muito no exército e mesmo perdendo a batalha já estavam prontos para procurar alguém desaparecido.

Continuaram na caminhada silenciosa, o que deveria haver para falarem? Eram vítima e sequestrador nada havia para ser dito ali.

Se sentindo cansado mas acompanhado o alfa sem reclamar o ômega viu uma pequena fumaça no céu, provavelmente algum chalé ou uma pousada por ali.

Olhando para frente pode enxergar uma casinha bem simples até, de madeira, e era da chaminé de lá que vinha a fumaça. Observou quando uma senhora saiu do local, sorriu alegremente para o alfa ao seu lado e andou até os dois.

-- Olá Rodrigo e... Uma garota?

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Olá, espero que tenham gostado desse capítulo, talvez eu vá trabalhar na amizade deles no próximo

Bye bye ฅ^•ﻌ•^ฅ

O Cavaleiro Negro - Saiko e YcaroOnde histórias criam vida. Descubra agora