Mudando a história (Cap.7)

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O tempo passava, me foquei mais nos estudos, já estava a superar o Jack.

Terminei a Universidade, o meu pai estava tão orgulhoso, eu também estava orgulhosa de mim, eu sabia que só estava a começar a trilhar o meu caminho de agora em diante. Finalmente estava longe da professora Evelyn. A campainha tocou, fui abrir à porta era o Jack.
-Oi, Nia.
-Oi!
-Parabéns, pela licenciatura, estavas linda.
-Obrigado e, igualmente, Jack.
Ficamos a olhar um para o outro, depois ele tomou a iniciativa de falar qualquer coisa.
-Eu vim me despedir, vou para o Reino Unido, os meus pais dizem que será melhor para mim.
-Isso é bom, eu ficarei aqui, talvez entro para a política e tal.
-O teu sonho, eu desejo tudo de bom para ti, Nia.
-Obrigada, Jack.
-De nada, já vou.
-Está bem, tchauzinho.
-Fica bem.
-Tu também, Jack.

É tão estranho encarar alguém que um dia foi o motivo da tua felicidade, alguém com quem dividiste e partilhaste os teus segredos, e quase a metade de uma vida, de uma forma estranha, como meros conhecidos.
Mas, a vida continua e os sonhos não param.
O tempo foi passando eu já estava com 30 anos, eu fui para a política, defendendo e lutando pelo o meu povo, pela minha cor, rompendo barreiras, foi difícil eu me candidatar para senadora, eu mostrei que a mulher negra também consegue fazer o que um homem branco na política consegue.

Graças a ajuda de alguns homens honestos, consegui o cargo, e sabia por onde iria começar as mudanças.
Comecei por pedir a exoneração do comandante Trevor, o assassino de minha mãe, depois fui atrás dos assassinos da Teresa, foram destituídos da Polícia também.

Fui a primeira mulher negra a exercer um cargo no Senado dos EUA.
Mas a minha ambição não parou por aí, fui fazendo várias mudanças, alguns colegas não gostavam de mim, eu nem dava a mínima, a descriminação em Brooklyn foi diminuindo, entraram mais policiais negros, e as lojas que proibiam a entrada dos negros foram fechadas, porque os donos se recusavam a deixar pessoas negras entrarem nos seus estabelecimentos, muita "segregação social", que mundo imundo vivemos.
Entrou a lei de que, quem comete o racismo leva 3 meses de prisão, então algumas pessoas engoliam os seus preconceitos.

E às mulheres negras passaram a ser mais respeitas, depois a Rosa e a Monalisa também entraram para a política, passamos a ser três mulheres negras lutando por uma causa só.
A violência contra os negros diminuiu bastante. Depois eu vi que queria ir mais longe, passaram-se 8 anos, eu já estava com 38, então decidi concorrer para a Presidência, eu sabia que seria difícil, mas não é impossível, aprendi que "só devemos desistir, depois de tentarmos."

Há coisas impossíveis nessa vida, eu sei. Mas, o impossível pode se tornar possível se lutarmos com toda a nossa garra e, estivermos cheios de determinação.
Por eu ser negra, sei que pouca gente vai votar em mim, mas isso não é motivo para mim desistir.

O meu pai já estava aposentado, eu agora é que cuido dele.
-Olá, Pai! Como estás?
-Estou bem, filha.
-Já fez a medicação, Pai?
-Eu não espero, filha. – disse ele todo sorridente.
-Não mudas mesmo, Pai. -fiquei sorrindo.
-Estou a gostar de ver-te na TV, filha. Estás a lutar sempre por uma causa justa.
-Obrigado, Pai. Esse sempre foi o meu objetivo, faço isso principalmente pela mamãe e a Teresa.
-Eu sei, filha. Só quero que se cuides.
-Sim, papai. Vou me cuidar sempre.
-Ainda bem.
-Sim, agora tchauzinho, vou ao trabalho, beijos.
-Beijos, filha.

Negritude - A Estória De Nia Sankofa. Where stories live. Discover now