| Capítulo 12

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Gravidez. Essa palavra me traz arrepios.

Já pensei em ter filhos, na verdade não, nunca pensei. Filhos nunca esteve nos meus planos para o futuro, taaalvez quando eu estiver mais velha e casada?

Mas agora? Tipo, nessa idade?
Eu sou o tipo de pessoa que se algo que eu não planejei acontece, fico maluca! Isso está fora dos meus planos e a minha única vontade é de surtar e chorar. Pra piorar, eu nem estou com o pai do bebê, a gente nem tinha um relacionamento e ele estava com outra enquanto ficava comigo.

Resumindo: o pai do bebê é um babaca e eu estou ferrada.

Ainda meio atordoada, abri os olhos e vi que ainda estava naquele quarto de hospital. Droga, eu não estava sonhando.

Lisa se levantou quando viu que eu acordei e se aproximou de mim.

— Está melhor?

— Eu preciso de água. — digo e ela assente andando até a jarra com água gelada que tinha ali perto.

— Aqui. — ela diz me entregando com sua mão livre.

— Obrigada.

Ficamos alguns segundos em silêncio, Lisa parecia estar tão chocada quanto eu, perdida em seus pensamentos e preocupada comigo. Não é só você amiga, eu também estou muito preocupada comigo.

— Tá bem, vamos falar sobre isso. — ela quebra o silêncio.

— Sobre o quê? — coloco o copo na mesa ao lado.

— Sobre o que aconteceu! Gravidez... Quando foi isso... — ela me olha, estava um pouco nervosa.

Respirei fundo.

— Me esqueci de tomar remédio depois da última vez que transei. — começo. — Minha menstruação sempre foi maluca, você sabe disso! Acontece de um mês ela não vir e no outro ela ficar por bastante tempo, ou ela atrasa ou ela vem muito rápido. Dessa vez ela atrasou bastante, com a correria que está a minha vida, eu nem cogitei que seria uma... Gravidez. — a última palavra saiu com dificuldade.

Lisa suspirou preocupada.

— E como você vai contar isso pra ele?

— Simples, não vou contar. — ela arregala os olhos.

— Ficou doida? Ele precisa saber.

— Não, ele não precisa saber. Provavelmente está transando com outra bem agora.

— Eu sei que você ficou chateada e brava com ele, você tem motivos e até eu fiquei! Mas ele é o pai, Pasta.

De repente, comecei a chorar.

— O meu foco sempre foi seguir meus sonhos e alcançar meus objetivos, desde pequena. Aproveitar a vida da melhor maneira mas sem perder o foco naquilo que eu queria me tornar. — limpei os olhos soluçando. — Olhe só pra mim. Eu só tenho vinte e cinco anos, estou grávida do cara que eu amo mas faço de tudo pra esquecê-lo e agora vai ser impossível esquecê-lo porque ele me engravidou! A gente nem namorava.

Lisa me olhava triste, segurava minha mão e acariciava para mostrar apoio. Ela é do tipo que em momentos assim não sabe o que falar, mas se der um abraço ou segurar na mão da pessoa, já a conforta.

— É realmente difícil viver algo que não estava nos meus planos. Eu nem sei como é ser mãe! — olho para Lisa. — Eu não sei o que fazer...

Lisa me abraçou do jeito que conseguiu e chorou comigo. Provavelmente ficamos ali por alguns minutos, ela estava me confortando enquanto eu chorava feito uma condenada.

𝐓𝐔𝐃𝐎 𝐀𝐂𝐎𝐍𝐓𝐄𝐂𝐄 𝐄𝐌 𝐏𝐀𝐑𝐈𝐒 | 𝑹𝒐𝒔𝒆𝒌𝒐𝒐𝒌Onde as histórias ganham vida. Descobre agora