CAPÍTULO SEIS

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Os dois moradores de Nova Iorque foram questionados pelo magizoologista sobre algum lugar na cidade, onde uma criatura mágica de porte médio e apreciadora de planícies amplas e abertas poderia buscar um abrigo. As três cabeças pensantes, depois de alguns minutos que mais pareciam horas, concluíram que precisavam ir até o parque nova-iorquino mais famoso.

— Não seria uma deslealdade com as outras moças? — perguntou Jacob, apreensivo. — Elas nos hospedaram, fizeram chocolate quente e nem ao menos sabem que nós não estamos mais na casa delas.

— Você sabe que quando elas virem que os efeitos da mordida passaram, elas vão obliviar você em um segundo? — Newt recordou ao homem.

— O que é isso? — ele apertou os lábios.

— Você vai se esquecer da magia — Eudora respondeu, aquecendo as mãos frias no bolso do sobretudo. — E de tudo que aconteceu conosco nos últimos dias.

— Eu não vou lembrar de nada? — ele arregalou os olhos, surpreso.

— De absolutamente nada — Eudora frisou. — Você apenas vai ter a sensação de que acordou de um sonho vívido.

— Tudo bem — Jacob olhou para os bruxos, firme de sua decisão. Ele desejava lembrar detalhadamente sobre aquele mundo extraordinário. — Eu vou ajudar vocês.

Eles caminharam por uma rua deserta em direção ao parque. As lojas em volta estavam cheias de joias, diamantes e pedras preciosas.

Enquanto o magizoologista observava atentamente pelas sombras, procurando pequenos movimentos na escuridão, Eudora ainda estava com a sua mente no que havia visto dentro da mala de criaturas mágicas.

Os devaneios alheios da mulher de cabelos amarronzados estavam concentrados na imagem da massa preta e oleosa. Desde o início de seu trabalho como auror, Eudora havia enfrentado vários casos envolvendo crianças atingidas por aquela presença obscura, e nenhuma delas havia conseguido se salvar do Obscurial, o que deixava a jovem bruxa um tanto perturbada em relação ao assunto.

— Eu irrito as pessoas — a voz do homem bruxo interrompeu os seus pensamentos distantes. — Com o meu jeito — disse Newt, cabisbaixo.

— Eu discordo — Eudora se manifestou em um tom baixo. — Talvez as pessoas não estejam acostumadas com alguém como você, ou apenas são muito chatas.

— Eu concordo com ela — Jacob comentou, arriscando um sorriso amigável.

Antes que Eudora pudesse comentar outras características positivas sobre o magizoologista, os seus sentidos se aguçaram ao notar um brinco pequeno e brilhante em cima do capô de um carro. Os seus olhos se deslocaram para o chão: havia diamantes espalhados pela calçada da rua, levando à vitrine de uma loja de diamantes.

— É o Pelúcio — ela concluiu e cutucou o braço de Newt, chamando a sua atenção. — Eu gosto dele, mas por que ele não consegue ficar um minuto sem se envolver em confusões?

— Eu também adoraria saber a resposta para essa pergunta — disse Newt, frustrado.

Com cautela e disfarce, eles seguiram o rastro das peças brilhantes, passando devagar pelas vitrines da loja. Um barulho de joias se chocando contra o vidro atraiu a atenção dos três adultos, fazendo com que eles parassem em frente a uma vitrine.

LIONHEART - NEWT SCAMANDEROnde as histórias ganham vida. Descobre agora