Ela se vê perdida sob a escuridão de uma noite sem estrelas.
-Nate?!
A silhueta que a perpassa, frígida, a revela uma saída: a luz, que ofusca os olhos, que recai sobre o mar de sangue sob seus pés. A figura que lhe dá as costas leva consigo sua liberdade.
-Nate, espera!
Ela corre em direção a porta que ameaça fechar, a luz que ameaça se apagar. Mas quanto mais se aproxima mais distante a luz se torna, quanto mais se aproxima mais imersa ela é ao sangue que transborda o escuro salão, que a sufoca.
Ela desperta, sugando todo o ar que seus pulmões poderiam aguentar.
-Eu estou aqui. Estou aqui.
Nate tenta acalmá-la quando ela o abraça.
-Foi só um sonho ruim.
Seus olhos se acostumam com a luz do sol refletida pelas paredes brancas do quarto, e logo se voltam à escrivaninha ao lado da porta. Entre o sketchbook, o boneco de madeira, alguns livros e materiais de pintura, algo incomum desperta sua curiosidade.
-O que é isso?
Uma caneca junto a um prato, com o que pareciam algumas fatias de pão, sobre uma bandeja de madeira. Nate volta sua atenção ao objeto de sua estranheza, aquilo que coloca um sorriso nos lábios de Mina.
-Era pra ser parte da minha surpresa.
Diz ele em resposta.
-Ainda pode ser.
Ela diz, com um faceiro sorriso em seu rosto. Ele recolhe a bandeja e a repousa sobre o colo dela. O café da manhã: pão integral, grão de bico mexido, tomate cereja fatiado, e uma xícara de cappuccino com leite de coco.
Ele a conhecia o suficiente para saber que ela adorava clichês, principalmente aqueles que se relacionam com comida.
-Feliz aniversário de namoro.
Seus lábios se tocam minutos antes dela experimentar seu café especial.
O plano para aquele dia era aproveitá-lo juntos. Sem trabalho, sem estudos, apenas curtir o feriado.
Eles se apronta para sair naquela manhã. Nate prende seus cachos enquanto Mina prefere deixá-los soltos. Ele veste regata e uma calça preta, ela cropped e short. Ele exibe tatuagens no pescoço e braços e ela piercing no nariz.
Assim que Nate veste suas pulseiras, Mina o abraça por trás. Ela ergue uma das mãos revelando a chave que pegara de sua bolsa tiracolo.
-Veja.
Ela diz olhando fixamente para o objeto.
-O que é?
-Parte da minha surpresa.
Mina sussurra e, assim que Nate pega sua mochila, ela o guia em direção ao garagem do prédio.
Ela o conhecia o suficiente para saber o quanto ele desejava uma nova bicicleta, algo que o possibilitasse se locomover com mais autonomia, mais liberdade. Algo que o possibilitasse pedalar junto a ela no parque da cidade.
Eles percorrem a trilha, sendo cumprimentados por aqueles que caminham por ali. Ouvem o canto dos pássaros, o agitar das folhas das árvores, sentem a brisa do vento, a luz do sol que lhes alcança a pele.
...
Ao fim do passeio de bicicleta eles se acomodam na grama para um lanche. Mina fica apreensiva ao momento que Nate provaria sua terceira tentativa de preparar um brownie vegano.
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A Maldição da Noiva
VampireSua vida era perfeita até que a chegada de um estranho misterioso a vira de ponta cabeça. Pesadelos horrendos, uma maldição perpetua. Mina revisita antigas insegurança e o passado que a une ao seu perseguidor em uma jornada de auto conhecimento, em...