Capítulo III

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Amy on

10 anos

Agarro a pedra verde com força e solto um suspiro. A joia estava dentro do pingente de um cordão. Provavelmente eu deveria ter guardado uma foto ali ou algo do gênero, mas a esmeralda significava muito mais para mim do qualquer outra coisa.

Depois de todo o inferno que vivi com o rei dos piratas eu estou livre.

Livre das experiências horríveis que fui obrigada a passar, mas não sei se isso adiantava já que nunca mais veria a pessoa com quem me importava. Tudo que me restava era uma esmeralda e uma saudade enorme.

Escapei há 2 anos e até agora tudo que precisei fazer foi me vestir como um homem, esconder meu cabelo em uma boina e em um penteado apertado, manter a cabeça baixa e falar como eles.

Fácil para quem convive com esses animais desde os 6 anos.

Faço trabalhos em tripulações: limpo convés, organizo os canhões, em troca de uma carona ou algo do gênero.

Agora havia finalmente aportado na ilha da Tartaruga e nada melhor do que um bar.

Noto que vários olhares se voltam para um homem em específico assim que ele entra. A iluminação era baixa, mas o suficiente para ver sua beleza injusta: cabelos castanhos claros, olhos esverdeados, pele bronzeada, ombros largos e bem definido. E porra que homem alto

Assim que virei minha primeira cerveja sua atenção foi voltada mim.

-Tragédia ou comemoração?-indaga curioso enquanto eu virava minha segunda caneca apressadamente

-Comemoração da tragédia talvez-respondo fazendo minha voz masculina

Por algum motivo minha visão periférica captou um sorriso.

Ele nitidamente era um capitão. E pelo visto um dos conhecidos a julgar que todo mundo o encarou quando entrou no bar. Por que um cara desse nível ficaria satisfeito com uma reposta que poderia ser interpretada como "desafiadora"?

Conheci diversos capitães que cortaram cabeças porque se se sentiram desconfortáveis com uma reposta "pouco respeitosa" vindo de alguém "inferior".

Foi quando o amigo dele apareceu que fui embora. Chamar atenção não é nada bom e eu preciso de dinheiro e uma carona para praticamente o outro lado do mundo.

Se conseguisse chegar à ilha de Dallas talvez tivesse alguma pista sobre o rei dos piratas.

Não podia desistir de encontrá-lo e de acabar com sua raça, mas antes precisava de informações e ninguém, absolutamente ninguém, se atreveria a virar-se contra o grande e absoluto rei.

Quando fugi, procurei saber do navio em que cresci. Procurei saber do grandão.

A única coisa que fiquei sabendo é que o navio naufragou aparentemente após um ataque de outros piratas e não se soube mais nada da tripulação. Todos diziam que eles estavam mortos.

Desolada, me reergui e decidi que deveria por um fim às atrocidades que o rei dos piratas fazia. Nos últimos dois anos ninguém ouviu absolutamente nada a respeito dele: um completo fantasma. Tudo graças a um navio naufragado ou algo do gênero.

Até que boatos surgiram de que ele havia sido visto em Dallas.

Nenhum pirata nunca ousou enfrentá-lo, então fazer tudo sozinha e manter-me discreta são coisas usais.

Caminho em direção à hospedagem em que deveria passar a noite rezando para que consiga um quarto

Muitos navios chegaram ao porto e não teria onde passar a noite se não fosse naquele lugar

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