Capítulo XIX

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Matthew on

O rei dos piratas não morava, ele escondia.

Uma casa bem construída e relativamente luxuosa ao extremo sul da ilha. Ninguém era doido de ir contra ele então sinceramente, se ele tivesse uma casa no meio da ilha não faria diferença

Amy e eu estávamos atrás de algumas palmeiras e coqueiros que ficavam bem à frente da casa enquanto analisávamos a construção. Estava relativamente escuro já que toda iluminação se encontrava ou mais próximo à casa ou bem mais próximo à parte populosa da ilha

-Ele gosta de privacidade. Sempre gostou-explica- quando fazia festas, gostava de colocar a música no máximo, encher o salão de convidados, me agarrar pela cintura e me expor a todos presentes como se fosse um prêmio.

-O que você fazia?-indago curioso

-Depois da vez que finquei uma faca na mão de um dos capitães da festa ele não me manteve mais sozinha por mais de um segundo

Não aguento e solto uma risada da fala da garota

-O que?! Quando foi isso?

-Ah, eu tinha sei lá, uns 15 anos-diz e eu engasgo com a saliva antes de voltar a gargalhar

Imagina uma garotinha de 15 anos fincando uma faca na mão de um capitão grande, barbudo e chato.

Icônico

-Por isso você só podia comer sopa-pontuo e ela concorda com a cabeça

-Eu consigo entrar pelos fundos sem ser vista e vazar o gás-fala

-Não entrará lá sozinha-pontuo sério

-Eu conheço a casa e você não. Muitos homens fariam alarde e levantariam suspeita. Preciso que toque a campainha e faça uma distração

-Eles vão te notar-digo receoso ignorando sua fala anterior- você mesma disse que ele mantém seguranças e marujos em todos os lugares. Mesmo que eles estejam mais dispersos por conta da ausência do rei e da necessidade de manter um perfil discreto, eles ainda estão lá

Ela suspira e eu continuo

-O que vai fazer se te verem?!-indago irritado- e se eles te reconhecerem? Não tem sua boina, não pode fingir ser um homem

-Eles não devem me reconhecer. Não estou toda arrumada-murmura- sem contar que eu odiava participar de eventos e terminava trancados no quarto sempre. Não sou tão conhecida assim

-Amy...-começo com tom repreensivo

-Eles não vão me ver, mas caso o façam tenho um plano -fala e quase vejo um sorriso torto em seus lábios

-O que infernos você vai fazer?!-questiono preocupado

-Crie uma distração, eu entrarei pelos fundos. A porta de lá tem a dobradiça horrenda e geralmente não fica nem trancada. Até logo

Antes que eu a agarre pelo braço e a mande ficar quieta e segura, a mulher sai correndo enquanto dava a volta na casa para conseguir acessar os fundos

Bufo irado querendo matá-la antes de caminhar até a entrada da casa

Não havia ninguém então começo a bater na porta de madeira freneticamente fazendo-a ser aberta.

Recuo alguns passos vendo três homens na entrada da casa com feições irritadas

-Boa tarde-falo cambaleando de lá para cá enquanto fazia minha voz de bêbado- eu...-começo levantando um dedo à frente do rosto e tropeçando nos pés propositalmente- tenho algo...-digo apontando o indicador para o rosto de cada um deles que me olhavam sem entender nada- importantíssimo a dizer

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