Golden Spider • jjk + pjm

O púrpura de seus olhos.

#EstranhoHeroi

JIMIN

Amor.

Há inúmeras maneiras de se explicar o amor, seja ele unilateral, seja ele correspondido ou seja ele próprio. Por mais que pareça uma palavra bonita, ela também pode ser repleta de dor.

Quando dizem que, se machucar não é amor, no meu repertório, isso é a maior mentira de todas. Já parou para ver o amor da sua vida completamente quebrado na sua frente? Posso dizer-lhe que dói, é uma das maiores dores de todas. Então, sim, em algum ponto aquela frase é mentirosa.

Durante muitos anos da minha vida, eu achei que era impossível amar alguém e ser amado já que, em todos os meus relacionamentos, sempre fui deixado antes mesmo de me apaixonar.

Com isso, aprendi a não me apegar, ficar com quem e onde eu queria, fui assim por muito tempo, até Ezra Miller me pedir em namoro. Ele não foi diferente e também não dei a mínima, até porque quando terminamos voltei a ser o Park que sempre fui.

Houve fofocas por parte do Ezra de que eu estava ficando com as pessoas para esquecê-lo, o que para mim não passou de uma piada. Acreditem, por mais que eu fique triste, nunca usaria alguém para esquecer outra pessoa.

Como eu disse, aprendi a não me apegar. Eu tinha isso como uma barreira para não me apaixonar, mas ela foi fodidamente quebrada quando ele apareceu.

Havia uma linha tênue entre achá-lo irritante e achá-lo atraente, entretanto, quando seus olhos encontraram os meus no seu primeiro dia de aula naquele refeitório, algo me dizia que eu encontraria nele o que perdi há muito tempo.

Durante todos esses meses tentei entender tudo o que ele me proporcionou a sentir, me perguntei por muitas noites se aquilo era amor, paixão. No entanto, quando o vi naquela platéia todo machucado e meu coração se despedaçou por inteiro, eu pude ter certeza.

Nunca saberia descrevê-lo da forma que senti, nunca saberia explicá-lo, pois Jungkook, por si só, é a minha própria definição de amor.

Minha cabeça entrou em estado de confusão, meu corpo travou e de minha boca já não saia mais nada, como se eu estivesse paralisado por vê-lo vulnerável. Consegui ver sua feição completamente triste e, em fração de segundos, fiquei desnorteado, pois além de sua tez estar terrivelmente ferida, eu pude — por mais que pareça loucura minha, ou reflexo das luzes — ver seus olhos brilharem em azul turquesa. Em um breve momento eu senti como se tivesse encontrado-o novamente.

Só percebi que havia parado de cantar quando, de longe, vi seus lábios simularem um "continue, por favor" tão dolorido, mas que ainda tentava forçar um sorriso singelo.

Sacudi minha cabeça e voltei a olhar para a plateia, no momento seguinte, Hoseok fez uma sequência dedilhada em sua guitarra, tomando toda a atenção do público para ele.

— Park, vamos lá! — Ouvi Taehyung gritar, mas para mim foi quase que inaudível.

Olhei para minha guitarra nova e um sentimento inefável assomou em meu coração. Encontrar aquela guitarra em meu quarto me fez ter certeza de que aquele garoto apareceu para me fazer ir contra tudo que eu lutei para não me apaixonar.

Talvez seja isso.

Tentei me concentrar no palco e na minha música, demorou até que eu conseguisse, por fim, cantar. Posicionei minhas mãos no microfone preso no pedestal e respirei fundo; uma, duas, três vezes até que, a música na qual eu estava com dificuldades para terminá-la, saísse por meus lábios.