capítulo 40- Sombras do passado ⭐

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Pov's Rachel.

A noite progrediu sem intercorrências. Houve discursos feitos pela dúzia – discursos prolixos feitos por pessoas que são inteiramente egocêntricas demais para seu próprio bem.

Eu permaneço a uma distância respeitosa de Brody, tendo deixado bem claro mais cedo que eu estava vendo alguém, sem ser tão óbvia e machucar seus sentimentos. Ele levou na esportiva e disse que o cara é um homem de sorte. Eu o agradeci e sorri, e, desde então, os pequenos toques e gestos escorreram para lugar nenhum.

Samantha, por outro lado, ainda estava seguindo Finn por aí, quer ele estivesse conversando com Matt ou jake, ou pegando uma bebida no bar. Eu, entretanto, notei que sempre que ela se movia para tocá-lo, ele educadamente removia a mão dela, ou levemente saía do seu alcance. Se ele disse ela que ele está disponível ou não, eu não tenho certeza, mas, independentemente disso, ela não estava pegando a dica.

Tentei manter a calma. Lá no fundo eu sei que ele nunca faria nada que desrespeitasse o nosso relacionamento, se você pudesse chamá-lo assim. Porque na verdade, sim, você poderia. Tudo o que nós temos feito grita relacionamento. Eu não preciso que ele diga em voz alta para eu saber que é isso. Mas, com todas as tentativas de contato, com todos os sorrisos falsos, ou sorrisos entregues por ela, eu poderia sentir a dúvida se estabelecendo. O temor de que ele pudesse perceber que poderia ter coisa melhor do que ficar comigo.

Então, eu tentei manter minha atenção focada em várias conversas para as quais fui puxada, ou na divulgação prepotente do autor. Assenti com indulgência e forcei meus olhos a se afastarem – pararem de procurá-lo.

Eu, no entanto, falhei quando o autor subiu no palco e começou a divagar sobre um professor em sua faculdade que costumava dizer que ele poderia ser um grande escritor. Tanto Finn quanto eu estamos de acordo que o livro é uma completa e absolutamente falha como obra-prima literária. Eu tenho questionado a devoção de Will para peças imperfeitas de trabalho em diversas ocasiões, apenas para ser atendida com um dar de ombros indiferente e divagações sobre ser amigo da família por anos. Quando o autor prosseguiu jorrando sobre seu livro, que em sua opinião não tão humilde é o próximo grande romance da América, meus olhos imediatamente derivaram para onde Finn estava parado. Seus olhos atiraram para os meus, cheios de risada reprimida. Tentei conter o sorriso espalhando em meus lábios, mas falhei, assim como ele. Ele revirou seus olhos e me deu uma piscadela. Meu coração apertou com o gesto privado e, mais uma vez, fui lembrada do quanto sinto falta da sua proximidade – seu calor e conforto. Eu queria ir para casa e ser abraçada por ele e sentir a segurança de que eu não apenas pedi para ele ficar, mas que ele quis ficar.

Eu estou atualmente parada em um círculo dos meus colegas – Will, Brody, Kurt e uma Quinn muito bêbada. Desde a nossa discussão esta tarde, eu acho difícil me irritar com a falta de profissionalismo dela. Então, cada vez que ela dá um passo vacilante, eu me encontro estendendo a mão para segurá-la. Will não esconde sua surpresa, sabendo exatamente o quanto nossa relação tinha sido volátil no passado.

-Você está linda esta noite, Rach.- Will diz do meu outro lado uma vez que seus olhos levantaram da minha mão, que está firmemente plantada no cotovelo de Quinn.

-Obrigada, querido.- Eu sorrio gentilmente e aumento meu aperto na louca cambaleante ao meu lado.

-Há algo diferente em você, no entanto.- Ele murmura pensativamente.

- Rach está vendo alguém.- Brody oferece em explicação. Filho de uma puta.

-Sério?.- Will pergunta curioso. -E onde deve estar o cavalheiro sortudo esta noite?

-Ah, umm...-Eu gaguejo, desconfortável. -Ele está trabalhando

-Não é mentira.- Quinn acusa ao meu lado.

-Você já o conhece?.-will pergunta a quinn com surpresa que combina com a minha. Eu cavo meu polegar na pele macia do braço dela em aviso.

-Eu o conheço também.- Ela responde.

-É alguém que todos nós conhecemos?.- Will levanta uma sobrancelha questionadoramente para mim. Felizmente, Quinn  não tão coerente dá um tropeço para direita, quase caindo em Kurt, se não fosse pelas minhas reações de equilíbrio.

-Com licença, senhores.- Eu sorrio em desculpas e começo a direcionar Quinn para longe da nossa audiência. -Acho que preciso chamar um táxi para ela.

Todos eles acenam em simpatia enquanto me viro e a puxo atrás de mim.

-Você realmente não lida bem com álcool.- Eu a repreendo enquanto tecemos nosso caminho pela multidão.

-Sinto muito.- Ela geme baixinho, tentando manter-se em pé.

Quando entramos no corredor do prédio dos nossos escritórios, minha cabeça vira, procurando pelo melhor lugar para depositá-la no objetivo de chamar o táxi.

-Preciso usar o banheiro feminino.- Ela tropeça, quase me fazendo cair.

-Tudo bem.- Eu murmuro e a puxo naquela direção. Abrir a porta do banheiro e manter ela  em seus pés ainda representa outro problema. Ela finalmente passa cambaleando por mim e entra em uma cabine, fechando a porta atrás de si, antes de encher a sala com ruídos horríveis de esforço para vomitar.

-Eu a esperarei lá fora.- Eu me reviro os olhos e volto para o corredor, caindo com as minhas costas contra a parede com uma bufada.

Meus olhos pegam movimentos na minha esquerda e, antes que eu saiba, estou andando em direção a eles.

Eu congelo no meu lugar quando vejo Finn parado com samantha, as mãos dela envolvidas ao redor da cintura dele. Eu posso vê-lo balançando a cabeça enquanto fala, suas mãos estendendo atrás dele para afastar os braços dela. E então acontece, ela se inclina e o beija. O mundo desaba sobre o eixo enquanto eu pego a cena diante de mim, como se tudo milagrosamente se transformasse em câmera lenta. Meus ouvidos parecem como se eu estivesse debaixo d'água enquanto o sangue inunda meu rosto. Antes que eu possa pensar melhor sobre isso, eu ofego enquanto ambas as cabeças se viram na direção do som.

As últimas coisas que vejo antes de me virar e correr são os olhos chocados dele, que naquele momento me lembraram muito dos de Jesse.

stuck with you - FinchelWhere stories live. Discover now