Um convite surpreendente.

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Corbyn.

A semana passou de arrasto. Eu vi Jessica algumas vezes, mas continuei sem progresso. Cada dia parecia que estávamos mais distantes e eu me culpava muito. Meu pensamento estava na lua – e por lua, eu digo Cameron.

Cameron, por sua belíssima vez, esteve me evitando a semana inteira. Não só ela como Bridget também. Na real, essa semana inteira foi estranha e eu estava feliz demais pelo final de semana finalmente ter chego.

— A gente devia dar uma festa. – Daniel sugeriu enquanto eu tocava violão. — Hoje. A gente devia fazer isso hoje.

— Eu acho uma ótima ideia. – Jack respondeu enquanto brincava com o cachorro no carpete.

Aquele lugar era o lugar aonde eu me sentia bem. Encontrar Daniel, Jack, Zach e Jonah pra fazer música era incrível. Poderia ser o pior dia do mundo, se estivéssemos no porão de Zach o dia seria perfeito.

Eu nunca compreendi bem a facilidade com que os meninos conseguiam fazer festas. Quer dizer, é cientificamente impossível alguém conseguir organizar algo tão bom sem pelo menos horas ou até mesmo dias de planejamento. Daniel simplesmente transformou o jardim de Zach em um Projeto X 2.0. Sinceramente, eles me assustavam.

Como sempre, Jessica não pode ir. Ela foi passar o final de semana com os avôs, no meio de uma cidadezinha pequena em Nova Iorque, ou seja, ela estava há quilômetros de distância de mim.

Eu estava encostado na parede da varanda do jardim quando vi um cabelo californiano passando. Uma bermuda preta colada e um top preto, com uma mistura de acessórios e muito mas muito perfume. Era ela. Era Cameron. Sabe o pior? Ela sequer olhou para minha cara. Há alguns dias, ela estava me perseguindo e agora sequer me dá oi.

— Você pode ao menos disfarçar? – Jack se encostou ao meu lado. — Ela vai ficar sem água no corpo de tanto que você está secando ela.

— Para... eu só tava olhando. – resmunguei e beberiquei um pouco do líquido em meu copo. — Além de que, eu namoro. Eu não estou secando Cameron.

— Você está sim. – Jonah parou do outro lado. — Você não para de fazer isso. – ele disse, com um sorriso vencedor nos lábios.

— Vocês vão me infernizar pelo resto da vida, né? – bufei.

— Não, amigo. Não vamos te infernizar, vamos apenas te mostrar que você está errado e sabe disso. – Jack colocou a mão em meu ombro. — Você não esqueceu aquela ali e sabe disso. – ele deu dois tapinhas.

— Eu... eu só... só me sinto confuso. – virei o líquido do copo em um gole só, o que resultou em uma careta quando o álcool desceu queimando em minha garganta. — Eu não posso magoar a Jessica e eu não vou fazer isso. Eu não quero ser um filho da puta. Mas ao mesmo tempo... Cameron não sai da minha cabeça nem por um segundo. Ela me deixa louco e em todos os sentidos.

— Você precisa ouvir seu coração e sabe disso. – Jonah suspirou. — Isso daria uma boa música, vocês não acham? – ele disse e todos rimos.

Ficamos parados ali conversando por mais alguns minutos, quando Zach se aproximou juntamente a Reneé. Ele a segurava pela cintura e ela estava com o braço no ombro dele. Era um casal lindo.

— A bebida está acabando! – Cameron se aproximou da rodinha com um copo vazio. — Eu fui procurar a Bridget e quando voltei pra pegar mais bebida, não tinha nada na cozinha! Aliás, aonde está essa garota?

— Corbyn, você pode ir buscar mais bebida? Eu... meio que não posso ainda... – Zach disse sem jeito e Reneé segurou a risada.

— Tudo bem, eu vou. Mas alguém precisa me ajudar, são muitas coisas pra comprar e eu não vou lembrar de tudo. – Jonah negou com a cabeça e Jack fez o mesmo. Zach olhou para Cameron, a qual soltou um longo suspiro.

— Que seja, vamos logo. – ela disse e saiu andando na frente. — EU DIRIJO! – ela gritou, quase na porta da casa.

Entramos no conversível dela e ela ligou o rádio no último, evitando qualquer tipo de conversa. Toda vez que eu abaixava o volume, ela o erguia mais. Ficamos assim por cinco minutos.

— Você pode parar? – ela deu um tapa em minha mão quando eu fui abaixar o som.

— Está te irritando? – perguntei.

— Muito.

— Então vou continuar. – sorri irônico e voltei a abaixar o volume do rádio. — Por que você me evitou essa semana?

— Não evitei. – ela deu de ombros e segurou com mais força no volante.

— Você sabe que evitou. Você tem sido persistente desde que voltou e do nada desistiu de mim.

— Talvez eu só tenha cansado de correr atrás de você Besson. Você não é o único garoto gostoso no mundo. – ela respondeu, indiferente.

Alguma coisa tinha acontecido. Algo muito importante e que provavelmente afetou completamente Cameron. Ela não era assim. Ela estacionou e nós descemos do carro, logo entrando na distribuidora e pegando todo tipo de bebida possível. Quando voltamos para o carro, Cameron continuava em silêncio.

— Gosto dessa música. – ela disse, erguendo o rádio. A música que estava tocando era Bitter, da Fletcher. — I know she thinkin' that she found herself a winner, i know you fucked her on the counter, right before you cooked her dinner. — ela cantou com toda a força e me olhou.

Talvez eu tenha entendido a indireta.

bitter ✩ corbyn besson.Onde histórias criam vida. Descubra agora