Capítulo 22 - o dia do jogo

12.5K 981 205
                                    

Sábado havia chegado e eu estava super empolgada para ir ao jogo com Jônatas, até que ele me mandou uma mensagem dizendo que acordou muito mal e não conseguiria ir comigo. Ele disse que deu os ingressos para Tulipa e que ela iria comigo se eu ainda quisesse.

Eu não perderia o jogo por causa de Jônatas. Acabei mandando uma mensagem para Tulipa e combinamos de nos encontrar na arena, onde ocorreria o jogo.

Era um jogo da Libertadores, então não preciso dizer o quão empolgada eu estava. O Grêmio iria jogar contra um time que eu nunca ouvi falar, mas para mim o importante era o tricolor.

Vesti minha camiseta oficial do Grêmio, a clássica listrada azul, preto e branco, e fui me encontrar com Tulipa.

Quando cheguei na arena, procurei com o olhar até que vi a garota acenando loucamente em um dos portões de entrada. Fui até ela sorrindo.

- Não sabia que você gostava de futebol - falei quando já estávamos cara a cara.

Tulipa vestia uma camiseta azul aleatória, e estava com um boné do Grêmio na cabeça, o cabelo estava preso em um rabo de cavalo. Ela estava radiante. Na sua mão, dois ingressos para o jogo nos esperavam.

- Eu gosto de quem assiste futebol - ela falou me tirando uma risada.

- Você é inacreditável - falei negando com a cabeça e sorri - Vamos entrar.

Entramos em um dos portões da arena, que levava a uma grande rampa. Como o estádio já estava aberto a algum tempo, acabamos não enfrentando fila. No lado de dentro, fomos até uma mulher que vendia pipoca em um carrinho e compramos dois pacotes. Prontas para o jogo, era hora de procurarmos um lugar para sentar.

Acabamos ficando na parte superior em uma das primeiras fileiras. Era um bom lugar para assistir.

- O que tá rolando entre você e o Jônatas? - Tulipa perguntou colocando um amontoado de pipoca na boca.

Dei de ombros.

- Nada demais - foi o que me limitei a responder.

Ela continuou me encarando, incrédula com minha resposta.

- Mas vocês já...? - ela não completou a pergunta, mas eu sabia o que ela queria saber.

- Se já transamos? - ela confirmou com um aceno de cabeça - Já sim - acabei admitindo. Não tinha porque mentir, Tulipa conhecia Jônatas e sabia do interesse dele em mim.

- Então tem algo rolando - ela supôs com convicção.

- Não exatamente. A gente só está... se conhecendo.

E com conhecendo quero dizer transando no banheiro. Ok, não vou falar isso para Tulipa.

- Sabe... - ela começou - Jônatas é um bom garoto, e ele parece mesmo gostar de você. Só te peço que não o magoe. Se for preciso, pule fora antes que isso vire algo sério.

Concordei com a cabeça justamente por não saber o que responder. Tulipa e Jônatas eram grandes amigos, isso era óbvio, fazia sentido ela querer protegê-lo. Eu não a culpava por duvidar de mim, afinal, fazia pouco tempo que cheguei no trabalho, ninguém me conhecia o suficiente para depositar tanta confiança.

- Eu prometo - falei envolvendo a mão de Tulipa com a minha e sorri - Agora vamos prestar atenção que o jogo ta quase começando.

A morena concordou com a cabeça contente e nos viramos para o gramado, onde os jogadores começavam a surgir para cantar o hino.

Para a minha felicidade, meu time acabou ganhando o jogo. Tulipa e eu comemoramos que nem loucas, até jogamos pipoca para cima, o que nos fez ser xingadas pelas pessoas próximas. Fora um jogo incrível!

Nós saímos pelo mesmo portão em que entramos, enquanto discutíamos sobre o jogo.

- O que foi aquele gol do Alisson? - falei empolgada.

- Foi surreal! Eu jurei de pés juntos que a bola não ia entrar no gol - Tulipa compartilhou de minha empolgação.

- Exato!

- Então as garotas gostaram do jogo.

Tulipa e eu nos viramos para ver quem estava falando com nós. Não preciso falar que fiquei surpresa com quem vi lá.

- John - falei sorrindo educadamente. Tulipa me encarou confusa - Esse é John Timberg, ele é amigo do senhor Russo - expliquei para ela.

John pegou a mão de minha amiga e depositou um beijo em seu dorso.

- Encantado - ele falou sorrindo a deixando vermelha.

- John vai abrir uma filial da Timberg Inc. aqui no Brasil - falei lembrando do que Romeo me contou.

- Admito que vou gostar de morar aqui - ele ainda encarava minha amiga, que fazia o mesmo.

Eles demonstraram interesse um pelo outro, isso ficou claro. Foi então que eu percebi o que tinha que fazer. Tirei meu celular do bolso e fingi uma cara apavorada.

- Amiga, eu preciso ir. Estou atrasada para um negócio aí que marquei com minha mãe - falei rápido como se estivesse com pressa.

- Tudo bem, a gente pode ir em... - eu a cortei na hora.

- John, pode dar uma carona para a Tulipa? A gente ia embora juntas, mas não vai rolar.

O homem me olhou curioso, mas acabou concordando com a cabeça.

- Não precisa - Tulipa tentou recusar.

- Eu não me importo em levá-la.

Minha amiga acabou cedendo, e foi minha deixa para sair correndo de lá. Peguei o primeiro ônibus de volta para casa.

Só queria ver o que Tulipa iria me contar segunda-feira. Ela devia me agradecer por arrumar um boy bonitinho e rico para ela, e ainda por cima estrangeiro. Só sucesso para minha amiga.

Quando cheguei em meu apartamento, por um momento estranhei o silêncio, até que lembrei da viagem de minha mãe. Seria assim pelos próximos quase trinta dias, então eu precisava me acostumar com isso.

Aproveitei o restinho de tarde para estudar e mandei uma mensagem para Jônatas pedindo se estava melhor. Sorri com sua confirmação e contei o que ele perdeu no jogo. Acabamos combinando de no próximo irmos juntos.

Já a noite, deitei no sofá e fiquei assistindo um filme qualquer na netflix, um lançamento daquela semana. Era romance, meu gênero preferido. Nem percebi que peguei no sono, até que acordei de madrugada com frio.

Desliguei a televisão e levantei do sofá indo para meu quarto. Por incrível que pareça o sono não veio, então peguei meu celular para me distrair um pouco.

Mexendo no instagram, acabei recebendo a sugestão de seguir Romeo. Eu não faria isso, mas cliquei no perfil dele para ver suas fotos. A maioria era dele em eventos e viagens, o cara gostava mesmo disso. Fui deslizando as imagens até que me deparei com uma foto em específica que me deixou um pouco confusa. Era uma festa dentro da casa de alguém muito rico, mas o mais estranho é que reconheci o lugar. Aquele espaço aberto com duas portas e uma escada, na foto enfeitado com arranjos de flores e mesas com bufê, era na casa de R.

Será que Romeo e R se conheciam?

Fucei mais as fotos dele, mas não encontrei nada muito revelador. R era rico assim como Romeo, eles podiam ter se conhecido em algum evento da alta sociedade, era muito provável. Ou quem sabe R era dono de alguma empresa grande no país. Haviam muitas possibilidades, e eu estava extremamente curiosa para saber qual era fato. Talvez essa fosse minha oportunidade de finalmente descobrir quem R era.

Meu único empecilho era ter de conversar com Romeo, algo que eu queria muito evitar depois do elevador e o meu convite para a festa que eu daria sexta.

Pelo menos eu tinha uma semana para decidir o que fazer.



Oi pessoal, bastante gente nova chegando aqui no livro. Obrigada por me darem uma chance <3

Enfim, espero que tenham gostado do capítulo <3

Não esqueçam de votar!

Maldito CEOWhere stories live. Discover now