1° 𝚍𝚎 𝙹𝚞𝚕𝚑𝚘

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Hey, I was doing just fine before I met you
I drink too much and that's an issue but I'm okay
Hey, you tell your friends it was nice to meet them
But I hope I never see them again .


ℰ𝓁𝒶𝒾𝓃ℯ _

Era só mais um dia fatídico de trabalho. Cheguei na cafeteria às cinco da manhã, lavei o chão, limpei as mesas e as decorei com as flores frescas da floricultura.

-Bom dia Nani ! - Diane já organizava o caixa e claro seu cabelo castanho impecável.

-Pra mim nunca tá bom! - resmungo amarrando o avental com força na minha cintura.

Diane ri fraco, e quando estava prestes a dizer algo, entram um grupo de homens no estabelecimento. Eram três na verdade. Dois deles entraram aparentemente de ressaca. E o terceiro ficou do lado de fora ao celular.

Os dois eram um loiro baixinho e um magrelo com o cabelo cor-de-rosa, que logo se sentaram em uma mesa gritando por uma garçonete.

-Mauricinhos certeza ! - Diane riu abaixando a cabeça e eu segui para atendê-los.

Quando já estava quase chegando a mesa, a porta se abre relevando o terceiro rapaz, trazendo uma verdeira ventania com ele.

-Hoje tá bom pra surfar ! - ele anda na direção dos amigos bagunçando o cabelo espetado.

O terceiro era um cara alto, de corpo fino porém musculoso, e carregava a camisa nos ombros. Tinha também um cabelo platinado, e a pele levemente bronzeada.

-Licença - ele disse olhando para mim com uma sobrancelha erguida.

Eu abaixei a cabeça e dei espaço para ele se juntar aos outros dois. E foi aí que vi, os sapatos mais caros que tudo o que eu já tive em toda a minha vida.

-Bem vindos a taverna, o que os senhores gostariam essa manhã ? - perguntei me afastando um pouco da mesa.

-Você, gatinha ! - o loiro riu com o de cabelo cor-de-rosa enquanto o outro só olhava para qualquer outro lugar.

-Três cafés amargos - ele disse sem sequer olhar para ela.

-Seu pedido chegará em breve - virei as costas e sai andando.

Eles continuaram com a algazarra dele, mas o terceiro parecia tão sério.

Quando coloquei os cafés prontos na bandeja, o vi se levantar e seguir para o banheiro, deixando os outros dois lá. Equilibrando a bandeja e segui andando até eles, e respirando fundo,pedindo paciência a todos os deuses.

-Senhores - chamei a atenção deles colocando a bandeja sobre a mesa.

-Ops ! - o loiro bate a mão na xícara de café, derramando o líquido sobre a mesa e chão.

-Melhor limpar loirinha ! - o magrelo ri me fazendo ter vontade de acertar um soco nele.

Voltei para pegar um balde e o esfregão quase chorando de raiva. A vida era fácil para eles, eu podia ver só pelas roupas caras e o jeito imaturo. Tá na cara que nunca precisaram dar duro para comer, mas eu preciso, ou não terei teto para morar.

-Isso aí, limpa direitinho ! Meu sapato foi muito caro pra sujar de café - o loiro riu olhando para mim ajoelhada no chão limpando.

Foi nesse momento que vi o platinado parado bem na minha frente. Com as mãos nos bolsos e a cara amarrada.

-Me da o esfregão garota - ele diz mais uma vez sem olhar para ela.

-Senhor eu. .. - começo a dizer mas ele grita me interrompendo.

-Me da a droga do esfregão !

Me assusto e entrego a ele ficando de pé. E então,o vejo entregar o esfregão na mão do loiro.

-Limpa, Meliodas - e o loiro ri incrédulo.

-Limpa caramba, ou vou limpar com seu cabelo - o magrelo olhou para os dois e sacou o celular do bolso da calça.

-Ta ... Grava aí ! - o tal Meliodas pegou o esfregão e começou a dançar com ele limpando o chão fazendo os outros dois rirem.

-Gravou ? - o platinado perguntou ao outro.

-Gravei, vem comer logo ! - e assim como se nada tivesse acontecido os três se sentaram.

Peguei o material de limpeza e segui para a cozinha enquanto eles continuavam a algazarra. O platinado sempre o mais calado. Os outros dois, mais falantes, e chatos também.

Atrás do balcão pude perceber que o loiro usava uma camisa de seda preta com todos os botões abertos, uma calça jeans bem apertada, e um par de sapatos caríssimo que cheiravam a couro legítimo. Seu cabelo também era um tanto espetado, mas caia em fios sedosos e brilhantes, não eram pontudos como o do amigo.

O de cabelo cor-de-rosa estava usando uma roupa inteiramente social dos pés a cabeça.Calça de alfaiataria, camisa aberta até o terceiro botão, gravata levemente frouxa. Fios de cabelo lisos e bagunçados de um jeito apático.

Logo os três saíram, deixando o dinheiro em cima da mesa. Para não correr riscos, os esperei sair e segui até a mesa. Fiquei um tanto chocada com a gorjeta que eles deixaram, mas aquilo não muda o fato de serem babacas. Os três !

Meu dia seguiu normal depois disso. Trabalhei como recepcionista no restaurante, e no fim do meu expediente segui para o próximo e com certeza o pior de todos ! Faxineira de banheiro de balada.

É um dos lugares que eu definitivamente odeio. O segundo mais odiado, é a clínica onde meu irmão tá internado. O problema é que essas luzes incomodam meu olhos e a música os meus ouvidos. A maconha e os perfumes são literalmente inimigos das minhas narinas. E ainda tem os caras folgados !

-Delicia ! - um deles gritou antes de sair me enchendo de ódio.

Andei bufando até a porta e coloquei o aviso de interditado para que ninguém mais entrasse ali. E mal tinha retornado ao meu esfregão e detergente barato, quando ouço outro entrar.

-Ta interditado merda ! - grito virando para encarar o retardado.

-Descul ... - era o platinado de hoje de manhã, e nem conseguiu fechar a boca ou continuar a frase.

-Que surpresa - revirei os olhos e voltei a trabalhar.

Ele foi silencioso até o espelho, colocou as mãos sobre a pia, então desmoronou. Chorou como se estivesse com dor, ferido. Eu retornei ao meu trabalho, de cabeça baixa e com vergonha por ver alguém tão exposto a um estranho. Então,quando se cansou, levantou a cabeça, lavou o rosto, e saiu andando para fora do banheiro.

Com certeza nunca mais vou vê-lo, mas a curiosidade estava me corroendo, e iria continuar na minha cabeça pois eu não teria jamais a oportunidade de lhe perguntar o que houve. Dois raios não caem no mesmo lugar, muito menos três.

𝒜𝑚𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝑣𝑒𝑟𝑎𝑜Unde poveștirile trăiesc. Descoperă acum