Capitulo 6 - Bruno

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Estávamos no carro, o caminho todo ficamos em silencio, eu não conseguia esquecer aquela cena no quarto da minha irmã.

Não sabia o que estava acontecendo comigo, parecia que só havia eu e ela ali, e que nada mais no mundo importava...

"Para Bruno" pensei comigo mesmo "Deixa de ser retardado você odeia essa menina, ela é mimada, chata e metida"

Chegamos na escola, ela desceu do carro sem dizer nada e entrou, revirei os olhos e também entrei.

Fomos direto para a quadra aberta e não havia ninguém.

- Onde esta todo mundo? - perguntou Alice.

- Eu não sei - disse nervoso - Era para eles já estarem aqui, já que estamos vinte minutos atrasados graças a você.

- Graças a mim? - disse ela indignada.

- É graças a você - disse, meu celular, que estava no bolso, vibrou. Peguei-o e vi que era uma mensagem de

Marcos que hoje não teria treino que provavelmente iria chover.

Olhei para o céu, e estava mesmo horrível, tudo escuro, logo iria chover.

- Acabaram de mandar uma mensagem que não terá treino, porque vai chover.

Alice olhou para cima e vez uma carreta.

- Merda! - disse ela.

Dei meia volta e fui ate o portão, quando fui abrir vi que estava trancado.

" Mas como esta trancado, sendo que eu fui o ultimo a entra", pensei.

Olhei para Alice, que estava esperando eu abri o portão.

- Esta fechado - disse.

- Para de brincadeira Bruno - disse ela impaciente - Abre logo isso, vai chover.

- Eu não estou brincando - disse - Vê você mesmo.

Ela tentou abri o portão, mas não conseguiu.

- Me dá a chave! - gritou - Eu sei que esta com você.

- Não esta comigo - disse - Quero tanto sair quanto você.

- Bruno se você estiver com essa chave e trancado o portão eu juro...

Ela foi interrompida por um trovão, a chuva forte começou a cair nos molhando, outro trovão ecoou pelo céu junto com um raio, vi Alice se encolher.

- Você esta bem? - perguntei.

- Não - respondei baixinho - Tenho medo de trovão e relâmpago.

Não disse nada, coloquei meu cabelo, que estava encharcado, para trás, tirando dos meus olhos.

- Vai ficar tudo bem - disse sem saber direito o que dizer.

- Não, não vai ficar bem - disse ela, suas lágrimas misturavam com as gotas da chuva - Ela chovendo forte, trovejando e dando relâmpago e eu estou presa aqui com você.

Revirei os olhos e fui sentar na arquibancada. Teríamos que ficar na chuva mesmo, porque nesta quadra não tem nada coberto, e o portão esta trancado.

Agora quem trancou, eu não sei.

A chuva caia sobre meus ombros. Deitei no banco fechei os olhos e fiquei lá, enquanto trovoes ecoavam pelo céu, a chuva ficava cada vez mais forte.

- Serio? - perguntou Alice - Você vai ficar ai deitado sem fazer nada?

Sentei e encarei-a.

- E o que você quer que eu faça? - perguntei.

- Sei lá, qualquer coisa - disse ela com a voz tremula. - Tenta tirar a gente daqui.

- Não tem como - disse dando de ombros. - O portão esta trancado e não temos a chave, não tem o que fazer.

Ela respirou fundo, olhou para um lado e depois para outro, seu queixo estava tremendo, ela ficou por alguns minutos ali, em pé, depois foi para a outra arquibancada, sentou colocando a cabeça entre os joelhos, fiquei observando-a, ela tremia demais, se ela ficasse por mais alguns minutos ela poderia pegar uma gripe ou ate uma pneumonia. Fui ate ela e sentei ao seu lado, ela olhou para mim confusa.

- Vai ficar tudo bem - disse.

Não sei o que me deu nessa hora, mas ver ela ali, chorando e tremendo por causa do frio, mexeu comigo de algum jeito.

Abracei-a com força e para minha surpresa ela retribuiu o abraço, se aconchegando em mim, me abraçando com mais força, dei um rápido beijo no topo de sua cabeça.

Ela se afastou um pouco me olhando no fundo dos olhos, me aproximei dela, passei a mão pelo seu cabelo molhado, tirando de seu rosto, acariciei sua bochecha, e em nenhum momento ela desfiou o olhar.

Ela deu um passo para frente, ficando perto de mim. Puxei ela pela cintura e colei nossos lábios.

Diários de uma garota nada normal Where stories live. Discover now