26. Opções

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"eu tomo minhas pílulas e eu estou feliz o tempo todo
estou feliz o tempo todo"
- happy pills | weathers -
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Giwook sentia-se cansado, mentir para seu melhor amigo era tão difícil, mas era demasiado doloroso ter de feri-lo para o manter longe, embora se questionava se apenas isso era o suficiente para mantê-lo distante, certamente o rapaz notaria que algo estava errado e viria atrás para descobrir a verdade, porém isso não poderia acontecer. Não confiava em Kanghyun desde o conflito com Leedo, sentia veracidade em suas palavras quando lhe dizia para evitar seus amigos e assim não causaria transtornos. Mais uma vez se via preso em correntes imaginárias e isso lhe doía, mas dessa vez parecia ainda mais difícil de se soltar, sentia sua vida esvaindo, caindo por entre seus dedos como areia. Doía admitir que havia perdido as esperanças, não sabia quando chegou a esse ponto, mas sabia que estava ali.
Kanghyun lhe dizia o que fazer e onde ir, e simplesmente não conseguia lhe dizer "não", todas as vezes que o deixava mal, retornava como a pessoa doce que conhecera, havia doçura em sua voz, ternura em seus atos e algo em seu olhar que era custoso explicar, estar com Hyungu era como andar em um labirinto, sem saber o que se pode encontrar na próxima curva. Suas mudanças de humor repentinas assustavam Lee, mas toda vez que se sentia acuado, o loiro mudava e lhe agradava de algum modo, e assim, sucessivamente Giwook se via entorpecido. Apesar de tudo, não queria chamar a atenção, precisava manter sua boa aparência e alegria em seu rosto, ninguém poderia desconfiar.
Em suas andanças pela casa do loiro, descobriu onde ele guardava aquele antigo cigarro adocicado que lhe dera certa vez numa festa, uma pequena caixa colorida estampada com tie-dye¹, não havia nada escrito, a curiosidade o fez abrir e encontrou vários maços, havia de todas as cores, guardou para si e passou a fumar todos os dias antes de ir para a cafeteria, descobriu que aquilo o deixava animado e motivado, os clientes elogiavam seu atendimento, e seu chefe parou de questionar se sentia bem e para Giwook isso era uma vantagem. Os dias passaram em um piscar de olhos. Tudo estava razoalmente tranquilo.

- Giwook, pode me ajudar? - Mina, a atendente do caixa, se aproxima do garoto, sua pulseira estava enroscada na parte de trás do avental, deixando seu braço em um ângulo estranho.

- Como fez isso? - Lee observa se não há nenhum cliente precisando de algo, e se aproxima da garota para lhe ajudar.

- Sei lá, só fui coçar minhas costas e quando fui voltar com o braço, não consegui... Ai! - Gritou ao sentir que Giwook puxa seu pulso na tentativa de desenroscar. - Não faz assim, seu tapado.

Lee revira os olhos e continua sua brava tentativa de ajudá-la sem puxar fio algum do avental e sem estragar a argola da pulseira.

- Devia parar de usar acessórios para trabalhar, Mina... - Finalmente consegue sem danificar nada.

- Que cena bonita. - Era a última voz que gostaria de escutar nesse momento.

Kanghyun estava na frente do balcão com o olhar sombrio, mais uma vez repleto de nuvens escuras e carregadas daquele mesmo sentimento que poderia intimidar até a maior das criaturas. Mina, sem entender nada, volta para o caixa e por ali fica. Giwook encara o rapaz a sua frente, já estava tão machucado que se sentia manso, acostumado a estar nessa situação.

- Boa tarde, posso ajudar? - Lee pergunta, como de costume com os clientes.

Kanghyun apanha uma folha de papel de um bloco de notas disposto sobre o balcão e uma caneta, escreve algo e entrega a Giwook, que logo o pega e lê seu conteúdo.

te darei duas opções:
esse serviço patético
ou
eu
você escolhe. mas não esqueça que cada ação gera uma reação, e eu não gosto de não ser escolhido!

sweety torture | ONEWE · ONEUSWhere stories live. Discover now