33. Cães covardes

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Chorar poderia ter inúmeros significados, nos dava inúmeras sensações, causava inúmeros sentimentos aos outros, chorar, era para muitos, fraqueza. Mas chorar na verdade era força, em um significado geral, aquele que chora, é aquele que extravasa o que mais lhe corrói, o choro era a arma mais forte para combater a dor, o prazer, a decepção, a ilusão, a tristeza e o amor. Poucos tinham a chance de chorar, poucos se permitiam se libertar, poucos garotos aceitavam que chorar não nos fazia menos.

Chorar era a luz de muitas saídas, então por isso, Jungkook chorou muito.

Jungkook chorou porque sabia que o que sentia era para poucos, Jungkook sabia que seu choro era para um bem maior, a razão do seu choro pouparia o choro de quem ama. A dor era o indicativo de que tudo deveria ficar bem depois, no entanto, parecia que seria complicado equilibrar as situações a partir de agora.

- Conte para alguém que foi nós e já era para aquele ômega gostosinho com cheirinho de bebê, ouviu alfa? - agachado em frente ao mais novo que respirava com dificuldade, apertou o queixo dele com força ao indagar com tom ameaçador. Jungkook assentiu e grunhiu de dor quando ele deu dois tapas fortes em seu ombro provavelmente machucado pelas pancadas. - Que bom que entendeu o recado, invente qualquer merda. Vamos, o pirralho aprendeu a dele.

Diante o azulado do céu ensolarado, Jungkook se deitou no chão, ali onde estava, e fechou os olhos, sentindo todo seu corpo doer, e seu rosto intacto arder de tanto chorar. Suas pernas, seu torso e seu estômago doíam de uma dor tão insuportável que nunca pensou que sentiria alguma vez em sua vida, mas lá estava ele, jogado no chão após ser espancado por cinco alfas. E estava tudo bem, porque ele aceitaria passar por aquilo mais dez vezes desde que não tocassem um dedo em Yoongi.

Aqueles alfas nojentos deixaram claro tudo que iriam fazer com seu irmão se ele abrisse a boca, durante todo segundo, durante toda tortura, eles falaram coisas horripilantes das mais absurdas as mais doentias, envolvendo Jungkook nas situações que criavam com Yoongi como se ele fosse se aproveitar do próprio irmão daquela forma tão desumana que eles insinuaram, como se ele fosse como um deles.

Então chorou de alívio, porque ele estava em segurança.

Seu celular começou a tocar, e ele suspeitou ter o escutado tocar outras diversas vezes quando não pôde o ateder de forma alguma, porém, dessa vez ele escutou vozes e passos desesperados por perto da esquina que estava largado, e eles pareciam se aproximar cada vez mais. Jungkook voltou a chorar sem que percebesse, de alguma forma temendo que fosse os alfas novamente, mas quando avistou Seokjin alguns metros de distância, não se sentiu aliviado, apenas chorou mais e mais. Seria difícil de explicar aquilo de forma segura.

Como Jungkook iria explicar aquilo sem jogar as cartas na mesa? Como deveria proteger a si e a seu irmão?

- ACHEI! EU ACHEI ELE!

Jungkook não acompanhou muito bem os próximos minutos, mas quando viu estava nos braços de Hoseok, Seokjin e ele choravam perdidos e assustados com a situação, Namjoon falava com alguém no telefone parecendo desesperado, até que começou a chorar também, falando alto:

- Eu não sei! Eu não sei, Jimin! - gritou, chacoalhando a cabeça. - Era pra ele ter chego uma hora atrás, pensamos que ele tinha passado na biblioteca, mas ele não respondia as mensagens nem as chamadas, nada! Estavamos procurando fazia mais de vinte minutos! Me desculpa, Jiminie. Eu sinto muito...

- Jungkook... Jungkook não desmaia, não desmaia! - Hoseok implorou quando o colocou deitado no banco de trás do carro, Seokjin sentando ao seu lado e posicionando a cabeça do mais novo em suas coxas, só que Jungkook não parecia muito bem. - Ele está com muita dor... céus, quem fez isso com ele?

 double trouble;; ➸ vmin+yoonkook!kid {abo!au}Onde histórias criam vida. Descubra agora