Ei, otário.

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Narrador pov:

Crystal já havia lavado todas as roupas que tinha sido mandada lavar, agora se encontrava no acampamento às estendendo com ajuda de Amy, uma garota loira muito falante e um poço de gentileza, ela sempre tentava puxar assunto com Crystal desde que foram apresentadas, mas nunca conseguia muito pois parecia que não entendia muito dos assuntos que Amy falava, ainda mais quando se tratava de garotos. Nisso a garota percebia que Crystal mesmo sendo muito inteligente, não possuía nem um conhecimento e não conseguia entender, ela era muito bonita, até lembrava uma boneca, não era possível nunca ter tido uma paixão se quer.

— Então Crystal... - Começou a loira a olhando por um momento, sabia que Crystal não a olharia pois quando ela estava fazendo algum serviço, nunca olhava para quem estivesse falando com ela. - O que você acha do Glenn?

— Como assim? - Perguntou a androide enquanto tirava a água de uma camiseta e podia sentir seu led girando tentando entender o destino desta conversa.

— Vocês ficaram bem próximos e isso todo mundo pode ver, não acha que poderia dar uma chance para ele? - Os movimentos da androide pararam no ar enquanto processava o que tinha acabado de ouvir, como assim dar uma chance? Ele tinha pedido algo para ela? Não era possível não se lembrar.

— Eu não entendo o que quer dizer. - Crystal voltou a se mover e prender as roupas na corda.

— Qual é Crys, quer dizer, Crystal. - Rapidamente a loira se corrigiu. - Não se sente atraída nem um pouco por aquele asiatico fofo? - Crystal havia terminado de estender a sua parte e finalmente se voltou para Amy a observando.

— Não faz sentido eu me sentir atraída por ele, não fui designada para isso. - Amy a olhou com um misto de confusão e curiosidade assim como nas outras vezes, metade do pessoal do acampamento não entendia o que Crystal falava e a outra metade apenas fingia que a entendia, mas todos concordavam que ela deveria falar de forma tão peculiar por conta de sua grande inteligência e por ser especial, essa era a única explicação para palavras tão estranhas que saiam de sua boca. - Se era só isso, irei até a floresta para ver se alguma das minhas armadilhas funcionou.

— An, certo... está bem. - Respondeu Amy um tanto que desconcertada enquanto via Crystal se virar e andar com sua postura que arrancava um pouco de inveja da mesma.

Crystal pov:

Amy era bem confusa, falava coisas sem que eu conseguisse ter uma resposta concreta, o que me causava certa confusão. Suspirei por hábito, acabei adquirindo ele pela convivência com os de mais que reparei fazerem muito isso, agora estava com uma bolsa que deixavam preparada para mim, a tinha passado por meu corpo e andava pela floresta, Shane deixava que eu andasse por aqui apenas pelo fato de eu ter sugerido colocarmos pequenas armadilhas espalhadas para conseguir alimento e também por não ter falado onde tinha as colocado, então apenas eu poderia ir atrás. As vezes eu conseguia algumas coisas, sempre que eu voltava queriam que eu ficasse com a maior parte mas não poderia falar que eu não precisava de alimentos, então pegava sempre uma pequena parte e levava para dentro da barraca e a deixava lá para Lilian ou Sebastian comerem, sempre tinha que ficar lá por um tempinho e dizia que gostava de comer sozinha e sem nem um olhar sobre mim. Até que consegui que eles acreditassem, Sebastian falou que só consegui isso por conta de me acharem especial e finalmente perguntei o que ele queria dizer com isso, então me explicou que muitos achavam que eu tinha um leve traço de autismo por conta das minhas atitudes, pensamento um tanto que estranho, só pelo fato de eu sempre olhá-los nos olhos, coisa que não é comum entre os autistas. Mas humanos acreditam em qualquer coisa, não fico impressionada por acreditarem nisso. Finalmente tinha chegado até uma das minhas armadilhas, era feita apenas de uma "casinha" para assim prender o animal, me agachei e observei um pequeno petauro do açúcar, sua pelagem era de cor preta juntamente de uma cor meio café com leite, o escaneio e encontro um pequeno microchip dentro de seu corpo, a identificação era do zoológico de Atlanta, estava com 3 anos já e a pergunta era, como esta pequena criatura tinha vindo parar aqui? Um grande mistério. Consigo perceber que soltava alguns grunhidos indicando dor, já que estava com várias formigas sobre ele. Fiquei apenas o olhando o vendo se mexer um tanto que desesperado, não sabia dizer se era por minha aproximação ou por conta das formigas, mas tinha quase certeza que era mais pelas formigas, mas por alguma razão me virei para a bolsa e peguei uma garrafa de água que deixavam para mim, a abri e retirei a armadilha e o peguei com a minha mão começando a molha-lo e foi parando de se mover, parecia aliviado. Coloquei a garrafa ao meu lado e passei minha mão livre sobre ele retirando o resto de formigas que ainda estava, em seguida sinto suas miúdas patinhas segurarem meu polegar, parecia como uma forma de agradecimento. Me sentei no chão e o coloquei sobre meu colo, e rasguei um pequeno tecido da minha blusa e o prendi na patinha de trás ao encontrar um pequeno corte.

Blue Blood¹ - The Walking Dead [SEMI-HIATUS]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora