Histórias Apagadas

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Jessica não conseguia imaginar que aquilo tinha acabado de acontecer, exatamente quando pensava que começara a esquecê-lo e como poderia aparecer diante seus olhos, os quais um dia fez chorarem, mas por um lado a verdade tinha vindo à tona e por outro jamais queria o vê-lo novamente. Seu coração palpitava muito rápido, fazendo com que ela tremesse.

Já James, apenas sentia desgosto e sua raiva o fez chegar tão rápido ao apartamento de sua mãe, como um carro de Fórmula 1, em seu último percurso. E não demorou para ele a encontrar e descontar tudo o que sentia contra ela.

– Como foi capaz de destruir a vida do seu próprio filho? – Perguntou ele berrando e se segurando para não fazer nenhuma besteira que o fizesse perder toda sua credibilidade.

– Não sei do que está falando. – Respondeu ela sem entender, enquanto era atendida por sua manicure particular.

– Não minta para mim! – Retrucou ela se aproximando dela fazendo com que esbarrasse na manicure e fazendo com que ela saísse de sua frente o mais rápido possível. – Todos já sabem que você pagou para o médico falsificar o resultado do exame.

– Você só pode ter ficado louco. – Concluiu, fingindo que não tinha feito tal coisa.

– Eu quero que diga em alto e em bom som que foi a culpada disso tudo. – Continuou James a confrontando e a sacolejando pelo braço e assim a fazendo berrar.

– O que está acontecendo? – Perguntou uma das empregadas. – Quer que eu chame a polícia?

James não se importou e continuou a fazer aquilo, simplesmente esquecendo que algum dia ela tivesse sido sua mãe, mas foi interrompido quando Thomas e Lily entraram e pediram para que ele parasse.

– Você não pode agredir sua própria mãe. – Disse Joanne se afastando dele. – E sim, paguei uma fortuna para aquele imbecil e mesmo assim, ainda deu com a língua nos dentes.

– Eu ouvi a sua conversa com a Michelle na loja, mamãe. – Disse Lily também indignada. – Exatamente quando ela repetia em voz alta a maldade que você tinha feito. Como pode ter sido tão cruel?

– Apenas queria tirar aquela delinquente da vida do seu irmão e espero que nunca mais retorne para roubar nosso dinheiro. – Disse ela rindo, como se o que fizera fosse tão normal quando a luz do sol.

– Um dinheiro que quase nem foi deixado para você. – Concluiu James, por sua vez rindo. – Você não tem mais tanto dinheiro quanto antes e se depender de mim, não terá mais um centavo e tenho certeza de que seria tão pobre quanto a Jessica em menos de um ou dois anos.

– Você não faria isso com a sua própria mãe. – Joanne estava chocada ao ouvir aquelas duras palavras de seu filho.

– Você destruiu a minha vida, tirando a mulher que amo e os meus filhos, que talvez, nem terei a oportunidade de conhecer. – Disse ela começando a lacrimejar. – Não quero ter mais qualquer vínculo com essa família e esse sobrenome, que mais parece uma maldição que carreguei por toda minha vida e espero nunca mais a encontrá-la, você não merece e nunca mereceu o nosso amor e agora entendendo completamente o motivo do papai não ter te deixado nada. Você merece ficar sozinha e pagar por todas as maldades que fez contra nós, a sua própria família.

– Calma, James. – Disse Thomas tocando em um dos seus ombros.

James não perdeu tempo e saiu de lá, sem rumo algum, apenas queria que aquilo passasse e reconquista a confiança e o amor que Jessica tinha por ele.

– Vão virar as costas para mim também, ingratos? – Disse ela se referindo aos dois que tinham permanecido.

– Não sei como consegue viver consigo mesma. – Disse Lily puxando Thomas e a deixando sozinha, principalmente para que refletisse.

Jessica contava nos mínimos detalhes a Kate o que James tinha feito, a fazendo ficar em um estado de choque bastante elevado.

– Eu disse que ele pagaria pelo que fez para você. – Disse ela a consolando. – E agora vai pagar da pior forma possível e espero que o médico tenha sua carreira afundada por ter concordado em fazer o que fez.

– Conversei com minha mãe e disse que era para ter cuidado porque ele poderia tirar os meus filhos de mim e não que isso aconteça. – Disse Jessica esperando ouvir uma solução vinda de Kate.

– Bom, acho que não seria problema algum, tendo ciência de que recebeu um teste negativo. – Confirmou Kate tentando a fazer se sentir bem. – Consequentemente não confirmando sua paternidade, mas ainda acredito que deveria tirar vantagem de tudo isso, já que precisa de dinheiro para sustentar seus filhos.

– Vou voltar para o Missouri, Kate. – Jessica suspirou fundo naquela decisão. – Antes que seja tarde demais e já disse que não quero mais nenhuma conexão com eles, você sabe do que são capazes de fazer.

– Mas, entendo que queria voltar e se for realmente da sua vontade que ele jamais os encontre novamente, deveria seguir seu coração. – Disse Kate a abraçando apertado. – E mesmo sendo contra a sua perda, sempre a apoiarei, principalmente agora.

Depois de andar horas sem rumo, James decidiu novamente tentar outro contato com Jessica, e finalmente conseguiu que Júnior o encontrasse e que fosse o intermediário entre eles, mas mesmo indo ao seu encontro, sabia que não teria muito o que fazer.

– James, já disse milhares de vezes que a Jessica não quer o encontrar, ela foi muito clara comigo em dizer que não era para tocar no seu nome, pois apenas sentia desgosto de o ter conhecido. – Disse Júnior tentando finalizar aquela situação o mais rápido possível porque não queria que ela ficasse com raiva dele.

– Eu suplico, Júnior, me ajude. – Disse ele pegando nas mãos de Júnior para que assim o fizesse sentir sua tristeza que sentia. – Eu fui tanto enganado quanto ela.

– Mas, foi o único a perder a confiança em quem o amava e ela nunca mereceu isso. Você destruiu tudo e agora vai arcar com as consequências, desculpe-me, James. Sinto muito. – Disse Júnior se despedindo para ao mesmo tempo sendo impedido por James.

– Você não precisa me ajudar, mas gostaria que pelo menos ela tivesse um pouco mais de dinheiro para continuar o acompanhamento com o médico e para que meus filhos tenham a mesma vida que tenho. – Disse James esperando que ele aceitasse a proposta em nome de Jessica. – Transferirei a ela a parte da herança que foi deixada para mim. Você sabe que eles precisam disso.

– Eu não sei se deveria, James. – Retrucou Júnior. – Ela me odiará pelo resto da vida e não queria que isso acontecesse, a amizade dela é muito importante para a minha vida.

– Apenas preciso da conta bancária dela, sei que você pode me ajudar com essa informação e ainda pago pelo serviço. – James estava fazendo com que Júnior não tivesse outra opção, a não ser o ajudá-lo.

– Eu pagaria quarento e oito mil dólares por essa informação. – Disse James praticamente o subornando, com restante da herança que seu pai tinha deixado em seu nome.

– E quanto você vai transferir a ela? – Perguntou Júnior imaginando que seria uma grande quantia.

– Por hora, 600 milhões de dólares. – Disse James pegando seu celular e abrindo um aplicativo especial, apenas para grandes transferências quanto aquela.

– Eu o ajudarei, mesmo sabendo que se trata de uma loucura, mas sei que ela precisa de algum dinheiro para começar essa nova jornada. – Disse Júnior entregando seu celular nas mãos de James, exatamente mostrando a última transferência que tinha feito com Jessica, a qual continua exatamente o número da conta bancária dela.

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