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Já eram quase onze da noite quando a comida japonesa que Harry pediu chegou. Fazia bastante tempo desde a última vez que comeu algo e não suportava dormir com fome, então simplesmente fez o pedido por um aplicativo e aguardou em silêncio até que chegasse.

Louis continuava capotado na sua cama, o que não era de se espantar, pelo tanto que havia bebido ele dormiria até o outro dia facilmente. Mas Harry não permitiu, ele não queria que o menor passasse tanto tempo sem algo no estômago. Resolveu entrar pé por pé no seu quarto para acordá-lo gentilmente:

—Lou? —Num gesto delicado, Styles balançou seus ombros —Louis, vem comer, não quero que você durma com fome.

O menino Tommo estava apagado, nem se mexia, mas não era como se o cacheado fosse desistir tão fácil. Insistiu nos chamados baixinhos e chacoalhões de leve até que o menor deu sinal de vida.

—Apaga a merda dessa luz. —Resmungou, cobrindo a cabeça com a coberta.

Harry não hesitou em levantar para desligar o interruptor e correr para acender o fraco abajur. Como ele não pensou antes, é claro que a luz forte machucaria seus olhinhos.

Debaixo das cobertas, Louis percebeu que Harry fez o que foi mandado sem resmungos ou reclamações, estranhou. Voltou a cabeça para fora e notou que nem ao menos o bico de menino mimado estava presente em seu rosto, estranhou mais ainda.

—Está com fome? —Styles lhe perguntou.

O menor semicerrou os olhos, o que Harry queria dele?

—Talvez...

—Ótimo, comprei comida. —Sentou-se no pé da cama e sorriu —Você tá bem? —O seu tão típico tom brincalhão deu as caras novamente.

—Eu... tô. —Lou piscou algumas vezes para ajustar sua visão meio embaçada —Tô um pouco zoado, mas tô bem, sim. Por que?

—Por quê? —Styles gargalhou —Tu apagou depois de encher o rabo de cerveja e salgadinho, ainda queria tomar o energético junto!

O menor se desesperou por um segundo.

—Você não deixou, né?

—Óbvio que não. Acha que sou o quê? Um irresponsável?

—Sim. —Reprimiu um riso.

Harry sorriu e se levantou.

—Coitado... Espere aí que vou buscar sua comida. —Saiu do quarto.

Mesmo com a cabeça pesada e a visão meio borrada, Louis estava se divertindo. Sua graça só passou quando sentiu o quão molhada estava suas costas pelo suor, percebeu que estava coberto por duas camadas de cobertores e ainda vestia o uniforme quente e denso. Respirou fundo pelo calor e pelo o que aquela roupa significava, Zayn. Sentia saudades do Malik.

Mesmo que não transparecesse, Louis não estava lidando muito bem com o isolamento, sentia muita falta dos seus amigos e família e qualquer interação a distância que tinha com eles era motivo para noites seguidas de choro. E, ainda que doesse, decidiu que seria melhor diminuir o contato online, assim talvez não se sentiria tão frustrado e deprimido.

Mas aquele dia estava diferente, a final do jogo de futebol havia sido o gatilho para a saudade que sentia do seu melhor amigo. Não pensou muito antes de pegar seu celular e ligar por vídeo para o moreno, que não demorou muito para atender.

Olha quem deu sinal de vida! —Zayn exclamou para a câmera, um sorriso radiante estampado em seu rosto —Como você tá, irmãozinho? Você sumiu do nada, garoto.

quarantine • ls Wo Geschichten leben. Entdecke jetzt