No tempo de Deus

73 - Assim, eles já não são dois, mas sim uma só carne.

Enrolada em um cobertor Ariane admirava o rio, estava muito frio naquela manhã, mas ela não se importava, desde as cinco da manhã que ela perambulava pela fazenda, o silêncio era tranquilizador.

Os restos da fogueira a fazia lembrar da noite anterior, a cantoria, os instrumentos tocados, as risadas, o ser humano no geral quando se junta com quem ama, ou faz novas amizades, fica feliz, e pela primeira vez ela esqueceu que era o centro de tudo aquilo, e ficou feliz por aquelas pessoas estarem juntas, por estarem se reencontrando, ou se conhecendo.

Fechou os olhos, e suspirou o ar gélido e puro da manhã, sentiu o frio no estômago, ao pensar que logo mais estaria casada; e casada com o amor da sua vida, o amor que Deus colocou em seu coração.

Abriu os olhos feliz, por estar ali naquele momento, por ter ouvido o chamado de Deus, suspirando percebeu o movimento na casa o silêncio já não existia mais, teria que voltar à casa, gostaria de dar um mergulho, mas imaginava que a água deveria estar gelada.

- "Meu Deus. Pai. Senhor e Mestre. Obrigada, pelo tempo que o Senhor me deu para que eu Te conhecesse, e assim eu crescesse. Obrigada, pelo tempo que o Senhor me deu para que o amor amadurecesse em meu coração, e eu sou grata pelo Seu Amor por mim. Obrigada, pelo tempo que o Senhor me deu para que eu perdoasse e fosse perdoada. Ah, Senhor! O Seu Tempo é tão perfeito e harmonioso, tão melhor do que eu jamais poderia imaginar. Obrigada, pela felicidade que está me proporcionando, eu te amo Senhor, e para sempre eu quero TE Servir, e abençoe a minha família para que sempre Seja o Senhor o Primeiro em nossas vidas. Obrigada, pelo meu casamento que acontecerá hoje, pois o Senhor assim o permitiu. Obrigada, pelo fruto do amor entre mim e o Pedro, ele é uma bênção pois o Senhor tem cuidado dele, e eu sou grata por tudo quanto o Senhor tem feito por minha família. Obrigada, Senhor por me trazer até aqui, no Seu Tempo Perfeito. Em nome de Jesus amém." - Agradeceu a Deus e voltou para a casa, encontrou com Adriana antes de chegar na casa.

- Estava te procurando! Que dar um mergulho no rio? - Perguntou Adriana sorridente.

- Eu estava pensando nisso! Mas a água deve estar gelada! - Disse erguendo a sobrancelha.

- A Lucia disse que nesse horário é mais do que gelada. - Disse Adriana puxando a irmã pela mão.

Encontraram as outras com toalhas e roupas secas do outro da casa.

- Vamos nadar do outro lado do rio, que da casa não dá pra ver. - Disse Lucia.

- Não estou vestida para nadar! - Explicou Ariane.

- Você está vestindo alguma coisa aí embaixo desse cobertor? - Perguntou Lucia séria.

- Sim! Estou de pijama. - Respondeu confusa.

- Ótimo! A Drica já pegou roupa pra você se trocar. - Disse Lucia, e Ariane olhou desconfiada para elas, até aonde vira o rio era bem exposto.

- Não se preocupe Ariane, o Zeca, o Luciano e o Augusto estão encarregados para ninguém se aproximar de onde nós vamos. - Disse Adriana empurrando a irmã.

Mesmo desconfiada ela as seguiu, até um lugar escondido pelas árvores, havia espreguiçadeiras, e araras para pendurar as roupas, e um biombo para trocar de roupa, incrível, mas ainda ela ainda conseguia se surpreender com aquele lugar!

- Uau! Uma piscina natural! - Comentou Ariane. Tirando o cobertor e entrando na água com as outras, todas gritando com a água gelada!

Ao voltarem à casa, Adriana levou a irmã direto para o quarto, e durante toda a manhã ela foi empurrada de uma mão para outra, ora era a mão, ora era o pé, o cabelo, ela já estava tonta e ansiosa para sair dali correndo, mas ela não saiu de lá, e já perdera a esperança de sair de lá até o casamento.