Amor em cena - Paurol

5. Kiwi descascado

As horas pareciam voar. Sentadas no sofá do Kings, comento pedaços descascados de kiwi que encontraram no frigobar, aproveitando uma a companhia da outra. Ainda nuas, de rostos quase colados iam conversando, comendo e ouvindo as músicas. Quando se empolgavam com alguma, levantavam e dançavam abraçadas em todo o cenário de la luna de cartón.

- Oye, - Sorriu Paula - Não podemos ficar assim, nuas a noite toda, vai que o segurança aparece, no se.

- Eu ficaria a noite toda olhando seu corpo nu, assim, desse jeitinho que está agora. - Respondeu Carol com tom de flerte.

- Pues, para ti es fácil! Anda nua com seus amigos em toda viagem que faz.

- Aaaaahhh. - Respondeu Carol abrindo a boca surpresa por aquela resposta sincera e direta. - Cabrona! Pues, vou te levar comigo nessas viagens, pra vc ficar nua na frente de todos também. Topa? - e sorriu.

- Que no, que no! - falou Paula aos risos cobrindo o corpo, como quem tem vergonha e se protege com as mãos. - Só fico nua pra você de agora em diante.

- Ah sí? - Respondeu Carol se aproximando de seu pescoço e deixando vários beijos.

Paula ria das cócegas que aqueles beijos provocavam, deitou no sofá do King's e deram um beijo apaixonado, demorado e intenso. Estavam totalmente entregues, sabiam sem nenhuma dúvida que queriam ficar juntas.

Carol levantou-se, foi até o cenário da sala de estar, pegou o presente, tirou uma canga de dentro, dessas de praia, com a bandeira do Brasil, e amarrou em seu corpo. Remexeu mais no presente e tirou uma lingerie preta de renda e entregou á Paula.

- Vamos! Coloque isso! Você tem razão, a qualquer momento pode chegar o segurança.

- Então você cobre o corpo todo e eu fico de lingerie? - Riu e continuou - E eu vi que também me deram uma blusa, melhor ela do que uma lingerie, não? Tonta!

- Eu vi, mas não consigo parar de imaginar como você vai ficar linda com essa lingerie, preciso ver. - e mostrou a língua em tom de brincadeira. - Vai Pau, você de renda deve ser a imagem mais linda desse mundo. - Disse enquanto se aproximava para mais um beijo.

Depois de retribuir o beijo. Paula balançou a cabeça com um sorriso leve no rosto, sentia-se verdadeiramente desejada por Carol, e era recíproco! Durante muito tempo teve a vontade de estar com ela, de expressar livremente seus sentimentos, mas nunca o fizera, e agora, depois de realizar esse desejo, estava feliz por ele ser mútuo.

"Papai do céu na hora de fazer você
Ele deve ter caprichado pra valer..."

E ao ouvir isso, como num passe de mágica se direcionaram para baixo da luna de cartón e dançaram abraçadas, sorrindo daquela brincadeira boba de dançarem toda vez que gostavam da música. Corpos colados, sorrisos abertos, cabelos soltos, canga, lingerie, luna de carton, música... As vezes a vida real superava os enredos das novelas.

"Quando Deus te desenhou
Ele estava namorando
Na beira do mar...
Na beira do mar do amor...
Na beira do mar...
Na beira do mar do amor..."

- Tu! - Disse Carol toda derretida, segurando-a pela cintura e movendo lentamente para um lado e para o outro naquela dança calma. - ele deve estar falando de você na música.

- Carola. - disse envergonhada e também derretida. - Não quero que essa noite termine!

Carol a olhou profundamente, também não queria despertar, não queria voltar para o 'mundo real', acabara de ter uma das melhores experiências de sua vida, não... mais que apenas uma experiência, foi uma confirmação! Confirmação de tudo aquilo que ela sempre sentiu por Paula e nunca se permitiram vivenciar.

- Bueno... - respondeu sustentando o olhar derretido - também não quero! Na verdade... - olhou para o lado, tentando pensar em quais palavras usar - Preferia que esse dia fosse... um começo...