15. Mães

163 25 69
                                    

A viagem ao Brasil, infelizmente, foi muito resumida a ficar no hotel, já que nós não podíamos correr o risco de sermos vistos juntos. Gerard não foi nem ao meu show por uma questão de segurança. Nosso maior medo era que vazasse algo sobre o retorno, então tomamos todos os cuidados possíveis. Fiz mais um show maravilhoso com o público muito caloroso. Essa parte da minha carreira solo era a minha favorita, poder fazer shows em locais pequenos, perto do público. Com o My Chem isso já se tornou impossível e eu acho que esse também é um dos motivos de eu sempre ter projetos paralelos.

Na volta para os EUA, aproveitei para passar um final de semana em LA com Gerard. Ele avisou sua mãe para que ela ficasse com Bandit por mais dois dias e a gente pudesse ter a casa só pra gente. Chegando lá, ele foi me mostrando todos os cômodos e quando chegamos no quarto, ele mostrou um espaço sobrando no seu closet.

— Você pode colocar as suas coisas aqui. - Ele disse passando a mão nas prateleiras.

— Obrigado, Gee. Mas são só dois dias, eu nem estava pensando em tirar nada da mala. - Eu disse olhando em volta.

— Eu sei, Frank. Mas esse espaço é seu permanentemente. Eu pensei que já que você vai vir bastante pra cá, poderia querer deixar um pijama ou uma escova de dentes extra pro caso de esquecer de colocar na mala... E como eu tenho espaço sobrando, achei que você pudesse querer usar... - Ele parecia nervoso em fazer aquela oferta porque ele sabia o peso daquelas palavras.

— Você sempre pensa em tudo, né? - Eu disse envolvendo meus braços ao redor da sua cintura e dando um beijo em sua bochecha.

Aproveitamos a tarde livre para que eu pudesse conhecer bem o quarto e a cama de Gerard. Era maravilhoso transar em uma cama que não fosse de hotel, saber que a gente não precisava se preocupar se ia acabar esquecendo a camisinha no chão ou algo do tipo. Havia muita cumplicidade ali, Gerard parecia querer fazer dar tudo certo e aquilo me tranquilizava. Por mais que ele às vezes fosse meio inconsequente ou fizesse algo que me aborrecia, eu sempre esquecia tudo quando estava na sua presença. Bastava sentir o seu cheiro para que tudo fosse esquecido e eu quisesse apenas aproveitar cada segundo da sua companhia.

Durante a noite nós pedimos um delivery de comida tailandesa e assistimos alguns episódios de Stranger Things jogados no sofá. No dia seguinte, Donna ligou para Gerard para informar que teria que trazer Bandit mais cedo porque teria um compromisso. Preparamos um café da manhã reforçado para ela que chegou super empolgada.

— PAPAI! - Ela gritou quando entrou correndo pela porta da sala e se jogou nos braços de Gerard que quase caiu pra trás com o impacto.

— Oi, Bee. Como você está? - Ele perguntou ainda abraçado.

— Tô bem, papai. E você? - Ele disse se soltando do abraço.

— Estou bem também. Como foram esses dias com a vovó? - Ele disse enquanto se abaixava para ficar com os olhos na mesma altura que os olhos dela.

— Foram legais. Na verdade, eu preciso te pedir uma coisa! - Ele disse olhando para baixo, claramente com medo da reação de Gerard.

— Pode falar, meu bem. - Ele disse passando a mão no ombro dela para tranquilizá-la.

— Eu posso ir passar uns dias na Disney com a mamãe e Tio Steve? A vovó disse que se você deixar, eu posso ir. - Ela tinha os olhos brilhantes como um cachorro que caiu da mudança.

— Quando você falou com a sua mãe, Bandit? - Gerard mudou completamente a sua expressão, o seu tom de voz e a sua postura, levantando para ficar de pé novamente.

— Ontem, papai. Ela foi lá na vovó e me trouxe um presente, mas está na minha mochila. Depois eu te mostro. - Bandit claramente não estava entendendo o que estava acontecendo.

— Ok, Bee. Você sabia que o Tio Frank está aqui? - Ele olhou pra mim que estava parado na porta da cozinha assistindo a cena. - Ele está preparando o nosso café da manhã, o que você acha de ajudar ele? - Ele tentou usar um tom menos irritado.

— Tá bom, papai. Mas você vai deixar eu ir com a mamãe? - Ele juntou as mãos em um movimento de súplica.

— Depois nós vamos discutir isso melhor, Bee. Vai lá com o Tio Frank que eu vou falar com a sua avó. - Ele disse se virando para a porta onde Donna estava parada com uma expressão igualmente séria.

Eu levei Bandit para a cozinha e ela me ajudou a preparar as panquecas do nosso café, mesmo estando brava comigo por não ter levado as crianças e Lois para LA. Gerard foi com Donna para o seu escritório e meia-hora depois apareceu com um olhar sério e decepcionado. Me esforcei ao máximo para conversar com ele pelo olhar e pedir calma com Bandit porque nada daquilo era culpa dela, aparentemente deu certo e nós tivemos um café da manhã gostoso e divertido em que Bandit contou histórias hilárias sobre as crises de alergia de Gerard com os gatos.

Após o café da manhã, Bandit quis ir pro seu quarto assistir desenho e nós aproveitamos o momento a sós para conversar no seu quarto.

— Você quer me contar o que aconteceu...? - Perguntei dando um abraço nele.

— A minha mãe acha que é direito da Lindsey ver a Bandit porque, por mais que ela tenha aberto mão disso, não podemos negar isso a uma mãe. - Ele disse revirando os olhos .

— Mas você não explicou para a sua mãe que foi ela quem quis assim? - Eu puxei ele para que a gente pudesse sentar na cama.

— Eu tentei explicar, mas ela disse que, como mãe, não consegue aceitar isso e que a Lindsey se arrependeu. - Ele levou as mãos ao rosto.

— Gee, se eu não soubesse tudo que você passou em detalhes, eu acho que eu também iria ver dessa forma, ela é mãe da Bandit. Essa situação é muito delicada. - Passei a mão em sua coxa de forma terna.

— Eu sei, Frankie. Mas e se ela voltar a Bandit contra mim? E se ela quiser vingança? Olha o que ela já fez com pessoas próximas pra vingar amigas dela. Agora a Bandit tá entrando na adolescência, pra ela convencer a Bandit que eu sou o pai chato que não deixa ela fazer nada e que ela vai ser a mãe legal que faz tudo é muito fácil. - Ele tinha um tom choroso em sua voz.

— Ei, calma! - Eu o abracei. - Você está pensando demais em tudo isso. Deixa a poeira abaixar. Agora a Bandit está aqui, ela não vai se aproximar tão fácil quanto na casa da sua mãe. E quem disse que você não é o pai legal? Você joga D&D com ela, poxa. - Eu fazia carinho nos seus cabelos compridos enquanto falava em seu ouvido.

— Obrigado por estar aqui, Frankie. - Ele se afastou para me olhar nos olhos e em seguida selou nossos lábios em um beijo calmo de agradecimento.

Passamos a tarde ajudando Bandit com um trabalho da escola, à noite pedimos pizza e assistimos Star Wars - Uma Nova Esperança que Gerard ama. No outro dia de manhã, eu tinha que voar cedo, então aproveitamos a noite para ter um sono tranquilo.

Cheguei em Jersey no meio da tarde, entrei em casa e encontrei Jamia no nosso quarto lendo um livro.

— Oi, meu bem. - Eu disse me aproximando para dar um beijo em sua bochecha, mas ela desviou do toque.

— Frank, a gente precisa conversar. - O tom dela era sério e um pouco impaciente.

— Tá tudo bem? - Eu disse arregalando os olhos com as reações e frases inesperadas vindo dela.

— Frank, eu quero o divórcio... - Ela disse se virando para a janela para não ver a minha reação.

---------

N.A.: E aí, pessoal, o que vocês estão achando até aqui? Quais as teorias? Conta pra mim!

Essa foi a última att do ano, mas em janeiro a gente volta pra resolver tudo (ou quase tudo, rs). Obrigada a todo mundo que está acompanhando essa jornada comigo, que lê, comenta e vota. Vocês não fazem ideia do quanto vocês são importantes pra mim. Eu só não interajo muito aqui porque sou jacú, haha. Feliz ano novo para vocês e que em 2021 a fic do retorno se concretize e esse divórcio do G saia logo! Beijos! <3

Broken Clock [FRERARD]Where stories live. Discover now