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Hebe olhou pela última vez a maquiagem no espelho enquanto Pietro esperava por uma avaliação com as mãos para trás subindo e descendo nas plantas dos pés.

— Esqueci de dizer que eu não uso batom escuro! — Ela disse se encolhendo um pouco.

— Porque não?

— Destaca meus dentes da frente!— Hebe respondeu arreganhando a boca e fazendo careta.

— Mas seu sorriso é lindo! É pra destacar mesmo! — Pietro respondeu tentando persuadi-la— Se você tirar eu vou ficar extremamente zangado, porque ninguém se nega a ser bonita na minha casa!

— Bem... Eu vou abrir uma exceção hoje e além do mais, você tem bom gosto, se você diz que está bom deve estar....

— É claro que tenho!

— Bem eu trouxe uns brincos na minha bolsa, se quiser eu posso pegar !

— Quanto mais opções mais chances de acertar nós temos!

Hebe saiu para dentro do closet, onde havia jogado a bolsa.

Se abaixou abrindo o zíper pronta para pegar as caixinhas. Assim que o zíper chegou ao fim do trajeto uma das pequena embalagens de veludo rolou de dentro da bolsa caindo no chão e se abrindo. De primeira Hebe apenas pensou como aquilo havia parado alí,mas se lembrou que mais cedo, Cris havia ajudado a arrumar as coisas.

Pegou do chão o pequeno broche de abelha, completamente sem uso até então, a lembrança do último momento em que esteve com André.

— Você morreu aí dentro Hebe?

— Não... Eu tô colocando o vestido!— Mentiu olhando fixamente o pequeno objeto entre os dedos.

.................

— Acho que é só isso aqui!

Pietro se virou para ver, enquanto estava agachado tentando resolver a dúvida entre 4 pares de sapatos.  Agora Hebe estava penteada, maquiada e com o vestido. A combinação do extremo de sua beleza. Pietro piscou algumas vezes pensando porque diabos teve que conhecê-la num atropelamento.

Apenas um pequeno broche completava o look. Era minimalista e bonito.

— Eu ía sugerir umas argolas gigantes que eu tenho, mas isso é impecável e totalmente você!

— Então ficou legal?

— Claro que sim!

— O André me deu, no dia em que... Você sabe!

Pietro abaixou a cabeça por um segundo. Ele não podia julgar o luto de uma pessoa, mas era frustante lembrar de André sabendo as circunstâncias da morte dele. Hebe pareceu notar o desconforto e prosseguiu:

— Eu pensei no que você disse, sobre lembrar das pessoas pelo seu melhor! Eu resolvi que é hora de praticar!

Pietro concordou com um meio sorriso e um clima pesado de silêncio se instalou na sala.

De costas para a porta ele escutou o miado de Monbebe adentrando o ambiente.

— Você tem um gato?

Hebe perguntou passando por ele abrindo caminho com os braços, Pietro caiu na cama como um boneco de posto encarando perplexo Hebe se abaixar e começar a falar com a gata com voz de bebê:

Até que a morte nos JunteOnde histórias criam vida. Descubra agora