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Hebe entrou na estufa aberta poucos segundos antes de um grupo de crianças passarem correndo para fora brincando de Pique.  Ela até gostava de festas, mas ficava desconfortável em pouco tempo, acreditava que fosse o aglomerado de pessoas desconhecidas. 

Se sentou sobre a mesa onde os cadernos de anotações ficavam. Lá fora uma música pop tocava altíssima e através do vidro ela pode ver Vinícius tirando fotos e Cris correndo com Júlia e as outras crianças.

Respirou fundo o aroma das plantas recém compradas.

E então viu a figura de Pietro entrar se apoiando na mesa enquanto penteava a lace com os dedos. Quando ele notou a presente de Hebe de um pulinho teatral de susto em seguida voltando a mexer no cabelo.

— O que você tá fazendo aqui? — Hebe perguntou já preparando argumentos para sair da estufa.

— Fugindo dos empresários, eles são tão chatos! Por favor, diz que eu posso ficar aqui com você!— Ele disse juntando as mãos fazendo Hebe suspirar e encolher os ombros.

— Porque você fugiria dos empresários? Não são as parcerias que fazem pessoas ricas ficarem... mais ricas ainda!?

— Não quando você é péssimo com negócios!

— Você é filho de empresários como pode ser ruim com negócios?

—  Nem todo mundo nasce com o "talento nato" da família! — Pietro disse fazendo aspas com a mão— Posso sentar com você?

Hebe piscou algumas vezes indo mais para trás dando espaço para o chefe sentar.

— Sem gracinhas! — Avisou para Pietro que levantou as mãos em rendição e depois aninhou boa parte do vestido nos braços antes de sentar.

— Eu nunca te contei isso, mas eu odeio trabalhar aqui!

— Da pra ver na sua cara! — Hebe se inclinou para o lado arrancando uma folha seca de um pé de margaridas.

— A minha mãe, ela nasceu rica, meu avô tinha uma confecção! Ela conheceu meu pai lá! Aí meu avô tirou toda a herança dela por se casar com um "pé rapado"! E ela e meu pai começaram a trabalhar sozinhos, mas aparentemente tava no sangue dela ser uma boa empresária, tanto que ela só teve o primeiro filho com 29 anos!

— Eu nasci quando minha mãe tinha 17!

— Mesmo?

— Sim, ela nunca teve sorte com homens eu acho!

— Oh, bem, a minha mãe e meu pai, duraram até os meus 8 anos! Nessas época eles já haviam começado a drogaria, a funerária, a empresa de entregas e a Alfaiataria!

— Sua mãe era genial!

— O que?

— Roupa, remédio, transporte e morte! São coisas que Ninguém vive sem! Ela criou uma multiempresa praticamente infalível!

— Oh você até entende sobre essas coisas! Como a sua floricultura faliu?

— Má localização, falta de investimento, negócios pequenos caem rápido nesse tipo de condição!

— Você sempre quis fazer isso?— Pietro perguntou e Hebe levantou os ombros em indiferença.

— Eu não tive tempo pra pensar em outra coisa! Quando a minha mãe morreu era Eu ou ninguém! Eu preferi que fosse eu, assim o Vinícius e a Cris não vão precisar cuidar de uma coisa como aquelas!

— Isso é horrível!

— O que exatamente?

— A gente ter que ser quem não pedirmos por pressão externa!

Até que a morte nos JunteWhere stories live. Discover now