Cherry Wine

IV

Eventualmente Andrea registrou o efeito dos medicamentos logo depois da sessão de radioterapia, seus braços não pareciam constantemente doloridos e seus ossos não pareciam sempre serem feitos de gelatina. Em dias bons elas poderia passar uma longa tarde feliz trabalhando em seu notebook na muitíssimo cara e confortável poltrona branca na sala de estar de Miranda. Sua cabeça latejava dolorosamente mas ainda era um cinco na sua escala de dor e poderia facilmente lidar com aquilo, não eram coisas que ela não poderia viver.

Mas existia algo que Andrea não poderia lidar e isso eram às ações contraditórias e confusas de sua ex chefe gelada.

Na noite de sua primeira sessão de radioterapia Andrea acordou com dois dedos de Miranda envolta do seu pulso e seus olhos verdes presos no próprio relógio, a menina resistiu antes de presumir que aquilo poderia ser um sonho ou uma alucinação, esse pensamento dissolveu no momento que ela constatou que em seus sonhos Miranda estaria fazendo algo muito mais sensual que apenas medir seu pulso no meio da noite.

"Tem algo errado?" Andrea murmurou. Priestly olhou para ela tão confusa quanto podia, como se subitamente tivesse compreendido que aquele membro pertencia a alguém.

"Seu médico pediu que verifiquemos caso haja alguma reação ao tratamento." A editora indicou, ainda sem largar seu pulso e Andrea continou culposamente a aproveitar o calor agradável dos dois dedos longos e pálidos em torno do seu pulso resistente. "Lamento tê-la acordado, nada está errado, volte a dormir."

"Certo, obrigada, Miranda." O sussurro suave preencheu o quarto por apenas um segundo. A editora permaneceu encarando seus olhos sonolentos com tanto interesse que Andrea poderia jurar que ela estivesse vasculhando seus pensamentos, lendo cada uma das linhas em seu rosto apenas para cuspi-las depois. Seus lábios finos se moveram apenas um segundo antes da mulher sair de seu transe, largar seu pulso e sumir pela porta em passos silenciosos.

Depois daquela noite, quase todos os dias Andrea recebia uma editora de cabelos prateados no seu espaço pessoal. Miranda colocaria um estetoscópio gelado em sua epiderme antes de sair para Runway, com sua ex assistente ainda enrolada nas cobertas e depois, quando ela chegasse em casa, ela agarraria seu pulso delicadamente e permaneceria assim por alguns segundos. Sachs detestava pensar no quanto estava adorando seus toques, o dedilhar suave em suas costas nuas para aprumar o aparelho médico, sua respiração próxima sempre que ela sentava na beira do sofá que Andrea estava e segurava seu pulso. Era inútil tentar lutar contra os sinais do seu corpo cada vez que ela não estava muito entorpecida com às medicações e o tratamento.

Em uma noite especialmente boa, Andrea Sachs parecia quase saudável, suas bochechas quentes e seu apetite surpreendentemente bom. A jornalista estava digitando em seu notebook na extensa mesa de jantar, ela havia descoberto recentemente que aquele lugar era bastante parecido com sua própria escrivaninha e a trazia o conforto nostálgico da sua própria mesa. Afundada demais no rascunho que continuava a escrever, não registrou a presença assombrosa de sua ex editora-chefe até que sua respiração estivesse tão perto que fez seus pêlos se tornarem conscientes de si. A elegante saia lápis em seus quadris foram a primeira coisa que a jornalista notou, a forma bonita que se ajustava em seus quadris e como a cor contratava bem com seu tom de pele.

Silenciosamente, Andrea ofereceu seu pulso. O ritual era bastante simples, Miranda conferia primeiro sua pulsação e depois seus batimentos cardíacos.

Quando os dedos palidamente sensuais da dama glacial deslizou em sua epiderme, a morena sentiu sua boca ficar mais uma vez seca e seus olhos encararam os dedos elegantes fixarem na carne sensível, Miranda encarou seu relógio e Andrea achou seu rosto tão bonito.

"Seu pulso está disparado." A mulher informou, sua sobrancelha erguida em uma dúvida cortante. A menina sentiu-se subitamente envergonhada, sua ex-chefe muito severa estava claramente a tocando com única função de verificar sua saúde e ela estava indo para obter quantos pensamentos sujos quanto podia. "Sente-se mal?"