51-Oração e perseguição

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Quando um irmão adventista apareceu, meu esposo e eu conversamos por alguns minutos na varanda de nossa casa em Conacri, Guiné. Então, ele me entregou um folheto no qual vi a palavra “Jesus” em letras pequenas em um canto do folheto. Sem tocar o material, falei que ele o entregasse ao meu marido, Alpha.

O folheto era em francês, idioma no qual meu marido não era fluente; por isso, ele me devolveu, pedindo: “Leia para mim.” Joguei o folheto no chão e tentei me justificar: “Eu não sou cristã! Não posso tocar em algo como isso!” Abri a porta e entrei em casa. Eu não queria ouvir sobre o cristianismo. Além disso, era hora da reza da noite. Porém, eu não consegui fazer isso. Estava tão irritada que minha mente não conseguia se concentrar.

Ouvi o visitante adventista conversando com meu marido na varanda, e perguntar a ele se tinha algum pedido de oração. “Preciso de emprego”, respondeu Alpha, que era eletricista profissional. “Além disso, quando ganho dinheiro, em pouco tempo, ele se acaba. E minha esposa está passando por uma gestação delicada. Por favor, ore em favor dela.”

Ao ouvir tais palavras, saí e contei ao irmão adventista algo que meu marido ainda não sabia. Durante a última consulta, o médico dissera que o bebê não mais estava vivo. Continuava na barriga, porém morto. Meu esposo ficou chocado com a notícia! Então, pedi ao adventista: “Por favor, ore por mim.” Ele orou: “Por favor, Senhor, abençoe sua filha com um bebê. Mas que tudo seja feito de acordo com Sua vontade.”

Depois da oração, ele pegou o folheto, escreveu seu nome, Tranqulle Fassinadouno, e o número de seu celular. Entregou a Alpha e disse gentilmente: “Talvez um dia sua esposa se interesse pelo folheto e leia para você.” Assim que ele foi embora, joguei o folheto no lixo. Gostei da oração, mas não queria me envolver com o cristianismo. Naquela noite, dormi bem pela primeira vez após sofrer de insônia por meses. A dor e a hemorragia diminuíram. Quando fui ao hospital, soube que o médico havia cometido um erro. Eu nunca estivera grávida.

Na mesma ocasião, meu filho Anthony adoeceu. Eu trouxe remédios do hospital, mas nada ajudou. Então, lembrei-me de quando minha enfermidade se dissipou após a oração de Tranqulle. “Por que você jogou o folheto com o número do celular?”, perguntei a mim mesma. No dia seguinte, ainda estava pensando sobre o número do celular do moço adventista, quando ouvi uma batida na porta. Era ele. “Estou tão feliz porque você está aqui!”, falei emocionada. “Estava querendo descobrir seu número de celular. Por favor, ore por meu filho enfermo.” Tranqulle orou e meu filho se restabeleceu na mesma tarde.

Alpha e eu ficamos maravilhados, mas eu ainda não estava interessada em ir à igreja. Entretanto, continuei lembrando das orações de Tranqulle. Passado um mês, tomei a decisão de ir à igreja. Fiquei profundamente tocada pelo sermão e resolvi frequentá-la todos os sábados. Porém, Alpha frequentou a igreja apenas dois sábados. Ele deixou de assistir aos cultos quando os amigos o alertaram que estava ficando louco. Também me proibiu de continuar frequentando, mas fui sem que ele soubesse. Depois de algum tempo, ele percebeu que eu saía de casa todos os sábados. Os amigos também contaram que me viram entrar na igreja.

Por causa disso, ele começou a me espancar. Uma vez a surra foi tão grande que fui levada ao hospital. Apesar disso, não deixei de frequentar a igreja. Aprendi a ter uma vida mais significativa durante a Escola Sabatina. Tranqulle, que descobri ser um pioneiro da Missão Global, ministrou estudos bíblicos. Eu resolvi tornar-me cristã quando li sobre o sétimo dia nos Dez Mandamentos.

Os espancamentos continuaram. Sempre que eu abria a boca para falar, ele me dava um tapa e ignorava o que eu desejava falar. Não dividíamos a mesma cama e ele se recusava a criar nossos filhos. Eu oro por ele diariamente. Um dos meus versos favoritos está em João 14:1, onde Jesus diz: “Não se perturbe o coração de vocês. Creiam em Deus; creiam também em Mim.” A despeito da perseguição, vivo em paz porque tenho Cristo. Vocês poderiam orar por mim? Com o Senhor, a vitória está ao nosso lado. Sei que um dia meu esposo se tornará cristão.

Parte da oferta do trimestre ajudará a construir a Kobaya Academy, uma escola de Ensino Médio onde os filhos de Maimouna e outras crianças poderão estudar em Conacri, Guiné. Muito obrigado por se lembrar deles e da obra adventista em Guiné, em suas orações.

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