*Capítulo 16

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Quinta-Feira,  acordo com dor na cabeça, aparentemente parece que um cavalo me deu um coice.

- Ah que dor dos infernos. - gemo ainda deitada.

Me sento na cama e abro a caveta da escrivaninha, pego paracetamol, tomo algumas gotas pra ver se  a dor.

- Merda, eu acho que fiz xixi. - noto minha cama com uma marca de molhado. - Ah não, é só o gelo derretido.

Pego meu celular na escrivaninha e vejo as horas.

- 9:43? Não, não, não. Eu tenho que trabalhar. - levanto em desespero.

Sabe o quê acontece? Simples, o cobertor se sente tão solitario que abraça meus pés e eu caio de cara.

- Puta merda. - grito. - Só pode ser brincadeira. - Passo a mão no meu nariz que apresenta um pequeno corte externo do lado direito.

Talvez seja o gato preto que vi ontem na rua, aquele danado ta me dando azar.

Bom acho que não, ou talvez sim.

Me levanto, vou ao banheiro e tomo um banho rápido, faço minha higiene e vou ao meu guarda-roupa. Pego uma calça jeans, uma camiseta larga azul escrito: "I love FOOD!", calço meu tênis Qix preto e arrumo meu cabelo em coque desleixado.

Já que estou mega atrasada.

- Merda de boca, não vai parar de sangrar? - Pego um absorvente OB e coloco no nariz para parar de sangrar.

Pois é, eu coloco mesmo, to nem ai.

Desço as escadas, tomo meu café. Já são 10:30, eu devia estar lá 10:00.

- Vovó preciso voar para o trabalho, tchau - dou-lhe um beijo em sua testa, pego meu skate e parto para Mcdonald's.

- Abby você não vai tirar esse negocio do nariz? - vovó grita, mas eu não escuto.

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Entro no Mcdonald's correndo, vou direto ao vestuario. Me troco e coloco o avental, pego meu bloco de notas uma caneta e vou para o balcão esperar algum cliente.

- Abby está atrasada. Ai minha big mac com batatinhas. - Barry diz assustado. - Abby, quê isso ai? - Aponta para meu nariz.

GZUIS, eu esqueci de tirar essa bagaça. Deve ser por isso que as pessoas me olhavam assustadas.

- Eu me atrasei porquê... - logo pensei em uma desculpa esfarrapada. - Sofri um acidente quando estava vindo. - sorrio forçada.

Técnicamente, não estou mentindo porquê sofri um acidente nos cobertores!

- Um carro te atropelou? - Diz com as mãos na boca.

- Bom... se eu fosse atropelada provavelmente não estaria aqui.

- Então o quê foi?

- Você quer saber de mais.

Retiro o OB do meu nariz.

Depois de passar 6 longas horas, finalmente, livre estou, livre estou.

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Vou até á praça e me sento no banco de madeira, já são 17:00.

Observo duas crianças que aparentam ter 3 e 6 anos dando migalhas de pão para algumas pombas que rodeiam-os. Os pais delas estão sentados em outro banco sorrindo enquanto as crianças se divertem. O semblante deles estão de satisfação e orgulho.

Eu nunca mais soube de Scotty e Ludmilla, eu queria ter pais que me amassem. Mas infelizmente ninguem pode ter tudo que quer nessa vida. É dificil não ter uma mãe por perto pra me dar conselhos ou um pai pra me proteger.

Eu acabo me emocionando ao ver aquelas crianças e seus pais. Ou seja, uma estranha num banco velho de madeira, chorando.

- Abby? Está chorando? - um garoto se aproxima sentando ao meu lado.

Rapidamente limpo as lagrimas.

- Não, meus olhos só estão suados. - digo sem encara-lo. - Eve, por quê está me seguindo? Cara, onde estou você está. - encaro seus olhos azuis.

- Tecnicamente você está me seguindo, eu trabalho naquela loja. - ele aponta para uma loja de flores. - Te vi aqui e quis dizer um oi, mas reparei que você chorava.

- Entendi, bom... acho que seus chifres estão crescendo.  - Aponto para um galo em sua testa.

Ele ri.

- Você que fez isso Abby. - Arregalo os olhos. - Não se lembra? - Balanço a cabeça em negativo. - O campeonato, você estava correndo e eu estava conversando com uns amigos, você apenas veio em alta velocidade em minha direção e tacou sua cabeça na minha testa. - entorta a boca e passa a mão em seu galo.

- Serio? Então era você? - lanço um olhar furioso.

- Jojo está P da vida comigo, ele pensa que eu fiz por querer, cara. - ele gargalha mas eu não entendo e fico sería.  - Eu não maltrato mulheres.

- Eu tive uma ideia. - lanço um olhar pra ele.

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#BolinhodeQueijo

Uma adolescênte maluquinha! (Em revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora