𝐓𝐡𝐞 𝐅𝐢𝐫𝐬𝐭 𝐊𝐢𝐬𝐬 | 𝐅𝐢𝐥𝐥𝐢𝐞

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Continuação...

Capítulo quarenta e quatro

Millie estava dormindo e foi aí que os pais dela entraram. Entraram em silêncio e eu logo fui até eles.

— Como ela tá? - Seu pai perguntou.

— Ela está bem, ela... Acordou, conseguiu falar, mas só depois que o médico saiu e se levantou!

— Ela podia levantar? - Ava pergunta.

— Não, mas você conhece a sua irmã, ela é muito cabeça dura. - Todos riram.

— Que bom que ela tá melhor! - Ouço alguém resmungar.

— Não é inteligente fofocarem de mim, comigo dormindo ao lado! - Todos nós rimos. Eu sentei ao seu lado e os pais dela sentaram do outro.

— Como você tá, pequena? - Seu pai pergunta.

— Ah, sabe como é, parece que eu fui atropelada por dez caminhões... Daqueles gigantes sabe? - Eu ri.

— Eu entendo, fico assim depois que chego da escola... - Ava deposita um tapa em seu peito e nós rimos.

— Não é a mesma coisa, seu idiota!

— Ava, como sempre mais sensata que o Noah? - Falou com a voz fraca e ainda rouca.

— Ei, olha só, você sabe que eu sou mais velho...

— Mas eu sou mais sensata, a líder falou!

— "Líder"? - Millie se questiona com um pequeno sorriso em seus lábios.

— Sim, a mais velha, a mais responsável, a mais sensata, a mais bonita, a mais tudo!

— Eu não sou a mais bonita... - Millie fala e eu a fito.

— Lógico que é! - Noah fala.

— Eu também acho! Ava concorda.

— Não, você é a mais bonita. - Falou e tossiu.

— Tá bem? - Pergunto e ela me fita.

— Fiquei com um tubo enfiado na minha garganta por nove meses, ela ainda dói... - Nós rimos de leve. Ela se ajeita na cama. - Será que eu posso beber água? Até agora não senti nem uma gota se quer na minha língua.

— Eu vou perguntar pro médico... - Falo e me levanto.

— Não, não, deixa que eu vou, tenho que resolver algumas coisas com ele! - Sua mãe falou e saiu.

— Millie me fita. - Pensei que ela fosse ficar feliz em me ver viva! - Riu em sarcasmo.

— Ela ficou! - Afirmei.

— Sim, a minha mãe só tá tentando lidar com isso tudo!

— Filha, você tem que entender o lado da sua mãe, esses últimos meses foram difíceis pra ela, ver você nesse estado, machucava ela!

— Ela ela me visitava?... - riu ironicamente. - Jurava que ela nem se quer lembrava da existência desse hospital... - Todos abaixam a cabeça e permanecem em silêncio.

— Com licença, como está se sentindo? - A enfermeira fala.

— Tô com sede! - Falou a loira, com seus olhos cansados.

— A senhora ainda não pode beber água, talvez depois dos exames...

— Tudo bem, podem me deixar morrer de sede! - Nós rimos.

— Sem drama, baixinha... - Caleb fala entrando no quarto.

— Caleb... Oii! - Falou, mas não puderam se abraçar.