6° CAPÍTULO

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ELIZA

"Estou em um lugar lindo, sentada em baixo de uma árvore com flores lilás... Levanto-me e sinto como se estivesse flutuando, vou até a ponta do penhasco... Paro deixando a brisa bater em meu rosto... Olho pra baixo e vejo o mar, as ondas, sorrio, abro meus braços... Preciso voar, me deixa ir, preciso ir... E me jogo... ouço a voz de alguém gritar desesperado... Nãaaaao."

Dou um pulo da cama, meu peito dói. "Conheço essa voz"

Olho no relógio 5:40 da manhã.. Ouço alguém bater na porta e abri-lá ..

- Filha?

- Oi mãe, aconteceu alguma coisa?

- Eu levantei pra ir a cozinha e quando estava voltando ouvi você gritando.

- Eu? Gritando? - pergunto assustada..

- Sim, você gritou "Não" - ela senta na cama ao meu lado e pergunta. - O que está acontecendo?

- Eu... Eu não sei. Eu tenho tido uns sonhos estranhos toda as noites depois que entrou a primavera, os mesmos sonhos, só que o de hoje foi um pouco diferente...

- Quer falar sobre isso? - pergunta minha Mãe.

- Eu sonho sempre com uma garota caindo de um penhasco. Um lugar lindo, tem uma árvore com umas flores lilás. E uma voz de um garoto gritando "NÃO" .... Mas o de hoje eu era essa garota, eu estava sentada debaixo dessa árvore e algo me dizia que eu precisava pular desse penhasco pra me sentir livre, que eu precisava sair daquele lugar aonde me fizeram prometer ficar pra sempre... - sinto uma lágrima escorrer dos meus olhos. - e uma voz que eu sinto que conheço de algum lugar gritar "NÃO" implorando que ela fique, ele transmitia dor na voz dele.

- Filha isso é lindo! - mamãe também está emocionada. - Você já contou desse sonho pra alguém?

- Pra Kelly, mas ela disse que é besteira.

- Sua prima não tem coração. - rimos juntas. - Parece que essa garotinha está querendo ficar livre de alguém. Acho que ela esta pedindo a sua ajuda pra se livrar dele.

- No dia que eu vi aquele vulto aqui dentro, era ela que estava aqui, eu pude sentir o mesmo que eu sinto quando sonho com ela. Mas ela se assustou e sumiu quando eu gritei eu sinto que ela precisa de mim mãe, só que eu não posso ajuda-lá.

- Você não pode ou você não quer filha?

- Como eu posso ajudar se eu nem sei quem ela é e nem quem fala com ela no sonho.

- Se ela pediu a sua ajuda, é porque ela sabe que você pode ajudar, é só você acreditar.

- Acreditar em que? Em fantasma?

Minha mãe da um sorriso, se levanta e passa a mão no alto da minha cabeça e fala.

- A vida não acaba quando a gente morre. Boa noite filha. - Sai e fecha a porta me deixando confusa.

"O que ela quis dizer com isso?"

Não falei com o Pedro desdo dia em que ele me machucou, e nem contei que vou ao acampamento, pedi para Kelly não contar também, quero fazer uma surpresa para ele.

Papai me deu atestado até o dia do acampamento, não sei porque o exagero disso, estou com saudades de Pedro.

Acho que hoje vou lá na saída do colégio ver ele e buscar Kelly, ela vai dormir aqui para me ajudar a arrumar minhas coisas.

Levanto da cama, vou tomar um banho pra tomar café com meus pais.

Estou saindo do quarto para ir tomar café e ouço meu pai gritar.

Alem do LimiteWhere stories live. Discover now