36° CAPÍTULO

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ELIZA

Saio cedo da casa de James logo em seguida dele, olho a rosa em cima do rack dentro de um copo d'agua, sorrio e saiu.

James me deixou um dinheiro para que eu possa pegar um táxi e fazer as coisas mais rápido, eu poderia ir de ônibus, eu gosto de andar de ônibus, mas ele disse que não, que eu poderia passar mal por conta do calor, e está realmente muito calor.

Pego um táxi na porta de casa, me despeço da princesa da Julia e saio de casa. Fiquei um dia aqui praticamente e uma noite e já me apeguei tanto a Julia, ela é tão carinhosa, numa delicadeza, as vezes ela da umas dura em James que parece que ela é irmã mais velha, ele fica até sem jeito com ela.

Vou o caminho todo pensando no que vai ser da minha vida daqui para frente, não posso ficar na casa de James, é muito pequeno e não quero incomodar ninguém, não quero atrapalhar.

Eu sei que meu pai não vai me dar um centavo para eu sair de casa, eu sei que tem a herança da minha mãe, mas duvido que seja muito coisa, papai vivia dizendo que ela não tinha dinheiro, que o dinheiro dela iria todo para ele.

Numa noite, levantei da cama para pegar um copo de água, e sem querer ouvi meus pais discutido sobre o dinheiro da minha mãe. Ele fazia minha mãe prometer que ela iria deixar o dinheiro para ele e a empresa também, nunca soube que empresa é essa, meus pais nunca me falaram. Mamãe gritava com ele dizendo que não era justo porque tinha a mim também, mas ele dizia que nunca iria deixar faltar nada para mim. Então mamãe cedeu e aceitou deixar toda a herança dela para papai, pois ela sabia que logo iria morrer.

Eles não me contaram nada sobre essa doença, fiquei sabendo e logo ela morreu. Papai não me disse até hoje qual a doença que matou tão rápido a minha mãe, espero um dia conseguir descobri.

Chego na frente de casa respiro fundo e entro.

Está aquele silêncio de sempre, nenhum ruido de nada, uma casa solitária como todos os anos de minha vida.

Vou até a cozinha procurar por Vera, mas me lembro que ela foi viajar para a casa da família dela. A cozinha em prefeito estado, tudo brilhando, nada fora do lugar, tudo de última linha, mas infelizmente sem amor, sem carinho. Tão diferente da casa de James.

Não há nada de luxuoso por lá, mas é tudo tão aconchegante, tão cheio de vida, pessoas que se amam. Me senti completa lá.. Aqui me sinto vazia, depois que minha mãe se foi, o buraco de solidão tomou conta desse lugar.

Subo para o meu quarto e abro a porta devagar.

Como imaginei, está todo branco, cortinas brancas, lençóis, tudo literalmente branco, como quarto de hóspede, existem também varias malas no quanto do quarto, meu coração fica em pedaços... Agora sim me caiu a ficha de que não pertenço mais esse lugar.

Vou até o banheiro e está tudo vazio, minha coisas devem estar tudo dentro da mala.

Em cima da cômoda, pego meu celular sem bateria e um bilhete de Vera.

"Minha querida, sinto muito por essa situação, eu tentei falar com o seu pai para ele voltar a trás mas não resolveu, ele me obrigou a juntar todas as suas coisas em uma mala antes da minha viagem.
Sua mãe iria odiar tudo isso, sinto muito de verdade. Espero que você e seu bebê sejam muito felizes.
Se cuida."

Não consigo conter as lágrimas, sorrio para o bilhete e coloco dentro do bolso da uma das malas. A porta do quarto se abre e entra José, tímido mas formal como sempre.

- Senhorita.

- Oi José, como está?

- Estou bem e a senhorita?

Alem do LimiteWhere stories live. Discover now