19° CAPÍTULO

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JAMES

Não consegui pregar os olhos um segundo sequer, estou me sentindo um idiota completo pelo o que falei para a minha mãe, ela sempre batalhou tanto para poder me criar, criar a minha irmã com muito amor e carinho e olha como eu a retribuo, com um maldito orgulho...

O despertador no quarto da minha mãe toca, eu resolvo levantar e tomar logo um banho e sair de casa antes que minha mãe me veja, não estou com coragem de olhar em seus olhos, estou envergonhado demais com a minha atitude.

Levanto rápido, tomo um banho em segundos, me visto rapidamente com uma das minhas melhores roupas para a entrevista que tenho hoje no hospital.

Saio logo de casa sem comer nada e sem me despedir da minha mãe e da minha irmã, isso me deixa de coração apertado, ficar longe da minha família dentro da mesma casa é insuportável.

Eu prometi para mim mesmo que eu iria cuidar da minha família, nunca iria deixar faltar nada para ela e eu vou cumprir, mesmo que isso tenha que afetar a mim.

Pego o ônibus sentido a faculdade, acho que todos resolveram me abandonar hoje, nunca vi este ônibus tão vazio quanto hoje.

Estou me sentindo tão sozinho, parece que todos preferiram ficar longe de mim, minha mãe, Julia está estranha, Alex resolveu me apunhalar pelas costas, até a Jessica quer ficar longe de mim, mesmo estando morta e ainda tem Eliza, mas eu que pedi que me deixasse em paz.

A dor de estar sozinho é muito maior do que uma dor de estômago de fome, é incomparável a uma dor de machucado, a infelicidade toma conta da gente e não temos vontade de continuar a caminhar.

Não posso desistir jamais, vou pedir perdão para minha mãe, seguir tranquilo se Alex quiser ficar com Eliza e fazer com que Julia esqueça a cena com a Jessica e siga tranquila.

Chego cedo demais na faculdade, e os portões ainda não abriram, tenho um trocadinho no bolso então resolvo comprar um lanche para comer em uma lanchonete aqui ao lado.

Ao entrar, vejo a pior cena para uma manhã, um cidadão vestido de terno e gravata humilhando a garçonete na frente de todos, a garota tremia, não sei se de medo ou de raiva.

"- Você é uma imbecil, não presta a atenção no meu pedido, eu estou pagando essa merda, não estou pedindo esmola ou algo do tipo.

- Me desculpe senhor, eu confundi a mesa e os pedidos, eu posso trocar para o senhor.

- Você não é paga para confundir e sim para atender, faça seu trabalho direito quem sabe você sai dessa vida medíocre que você vive.

- Me desculpe de verdade senhor.

- Você sabe quem eu sou? Eu tenho dinheiro suficiente para comprar essa lanchonete e mandar você embora, tenho dinheiro suficiente para comprar a sua vida.

- A minha vida não esta a venda, se o senhor tem dinheiro suficiente, então porque o senhor não compra educação? A quem acha que ter dinheiro significa que pode fazer o que quer, mas dinheiro não é nada se você não tem dignidade, respeito e amor em coração."

Varias pessoas aplaudem o que a garota despendeu, algumas pessoas até ficam em pé para aplaudi-la, enquanto ela sai deixando o cliente que a humilhou sem palavras.

Isso me deixa indignado, como uma pessoa acha que pode falar assim com alguém só porque ela tem um pouco mais de dinheiro?

Vergonhoso como o dinheiro domina as pessoas, o dinheiro é capaz de roubar até a dignidade de alguém.

Não consigo tirar aquela cena da minha mente, nem enquanto estou comendo. O indivíduo em que praticou aquela cena, saiu da lanchonete logo em seguida em que a garçonete a respondeu e assim que saiu, ainda arrumou confusão com o gerente.

Alem do LimiteOnde histórias criam vida. Descubra agora