1 ☆ O orfanato ✅

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Acordo toda animada, não sei porque mais sei que essa semana será minha vez em ser contemplada com uma família, me levanto e vejo que todos ja estão de pé, fico indignada com eles não me acordarem, me arrumo e corro para o banheiro escovar os dentes, vou para o refeitório sozinha, apesar de ter passado oito anos nesse lugar, ninguém jamais quis minha amizade, talvez por eu ser muito gentil e não ter preconceito com os outros e eles pensam que só por estarmos aqui, temos que ser revoltados com a vida, o que na verdade é o contrário, temos que amar a vida e saber que se não podemos ficar com os verdadeiros, pais que realmente nos querem apareceram.

Me sento e começo a tomar o café da manhã, a tia Malu entra e comprimenta todos no refeitório, ela é a diretora do orfanato e esta aqui desde que me conheço por gente, uma pessoa carinhosa e encantadora, sempre foi compreensiva e sabe muito bem do que cada uma precisa.

- Ola meninas . - ela diz sorridente

- Ola tia Malu . - todas dizemos juntas, isso ja virou rotina e praticamente fomos muito bem ensaiadas com o tempo .

- Bom garotas , hoje duas meninas ganharam uma nova família, então se apressem . - ela olha todos no refeitório com carinho e é encantadora toda vez que diz isso, mesmo sabendo que depois muita decepção acontece.

Olho para todos os lados enquanto termino de comer meu pão, e vejo muitos sorrisos e olhares brilhantes, como sempre acontecia .

- Esquece Mayra você nunca será adotada , ninguém gosta de ruiva . - A Ludmilla passa rindo da minha cara, ela esta aqui o mesmo tempo que eu, e nunca foi adotada e nem passou perto, além de ser muito malvada é irritante e ninguém gosta dela a não ser as irmãs Livia e Laura que são gêmeas e tão má quanto a Ludmilla.

Talvez a ela esteja certa e ninguém queria adotar uma menina como eu, apesar da tia Gaby sempre me falar que adoraria me ter como filha, eu sei que ela diz isso para me animar todo dia após uma adoção.

Guardo minhas coisas e vou para a " minha praça " , falo assim porque nenhuma outra criança gosta de ir lá , então fico lá sozinha o tempo todo .

- Mayra corra , eles chegaram . - A tia Malu sempre me entendeu e me deu razão em querer ficar sozinha , mas ela sempre me animava para ir a adoção e finalmente ser adotada .

Me levanto e vou para o refeitório, me sento com as outras órfãs da mesma idade .

Chegam dois casais e vejo que eles são muitos exigentes , todos estão com sorrisos nos rosto , mas eles não demoram a escolher , um casal adota a Livia e a Laura e o outro uma menininha mais nova que eu , com quem não tenho contato.

Abaixo minha cabeça na mesa e escuto muitos passos a minha volta, levanto minha cabeça e vejo muitos olhares tristes, essa é a pior parte em se viver num orfanato, não é ser sozinha e não ter uma família , mas alimentar a esperança de ter uma e a cada adoção uma nova decepção, eu vivo nessa decepção desde os meus três meses de idade e ainda não me acostumei com essa sensação de rejeição.

- Eu não disse . - Ludmilla passa rindo da minha cara, sei que ela também está triste, pois as suas únicas amigas foram adotadas e ela não.

- Você não foi adotada também não pode falar muito . - digo baixo mais sei que ela escutou, pois se vira e me olha com raiva .

Abaixo a minha cabeça novamente e só levanto quando o refeitório está completamente em silêncio, vejo a tia Malu na porta me olhando ternamente, ela se aproxima e se senta a minha frente.
Suas mãos tocam meus cabelos e vejo em seus olhos como seus pensamentos voam para longe ao olha-los.

- Moça não fique assim. Sua hora vai chegar você vai ver. - ela me diz sorrindo.

- nós sabemos que não, estou aqui a oito anos, e as meninas com menos tempo que eu são adotadas, e eu ...
- Mayra nunca te vi tão desanimada assim, você tem amigos nesse lugar e somos como uma família.- ela me corta, me encarando séria.
- Você sabe que ninguém gosta de mim aqui , e que não somos uma família.- despejo sobre ela, sei que não deveria fazer assim, ser rude com ela, logo para alguém que me acolheu, me ajudou, e que esta tentando me animar neste momento, mas a raiva de ser assim toma conta de mim.

Me levanto e sigo para a saida . Escuto passos atrás de mim .

- Venha comigo na minha sala, vou te mostrar uma coisa que guardei por todo esse tempo, sei que agora você está grande o suficiente para ver e entender. - sigo ela pelos corredores, recebendo olhares , e vamos para a sua sala .

Tia Malu começa a mexer nas gaveta e pega um envelope amarelo meu amassado, olha por um longo tempo e me entrega, vejo que a carta esta endereçada a mim .

- O que é isso ?- pergunto olhando cada canto do papel.
- Quando você foi deixada aqui , sua mãe ainda eram viva , e como ela sabia que seu estado era terminal , escreveu essa carta e falou com a justiça sobre você ficar neste orfanato , somente nesse . - ela me diz, desviando seu olhar do meu, me pareceu triste por algo que não conseguir notar.

Começo a abrir o envelope , mas paro e encaro ele por um longo tempo.

- Porque não me entregou antes ? - pergunto com lágrimas no rosto

- Não iria fazer sentido para você, e agora que você esta maior , vai entender realmente os motivos da sua mãe . - ela me olha ternamente , ela sempre sabe o que dizer e isso me deixa muito feliz . - Mas leia ele sozinha, isso vai te animar . - peço licença e saio com o envelope agarrado ao corpo .
Corro com ele colado no meu coração, deixando as lágrimas lavarem meu rosto, enquanto o vento da corrida bagunçarem meu cabelo.

Bjs Keey ♡

MayraOù les histoires vivent. Découvrez maintenant