32 ☆ Ganhei Avós !

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Vejo outro senhor aparecer , esse com os cabelos negros e os olhos de um azul vivo muito bonito , os dois se sentam no sofá da frente e nós encaram.
- Quem são elas ? - ele pergunta a mulher.
- Ah... somos Ludmilla e Mayra . - ele ainda sem entender encara a mulher .
- Mayra Annistton - ela sussurra para ele , não tão baixo como queria.
Seus olhos rapidamente , se virão para mim , um olhar duvidoso me acerta em cheio , me deixando ainda mais nervosa .
- Quem ? - ele perguntam me encarando , sorrio e olho para ele .
- Mayra Annistton ... - ele me olha incerto do que digo , depois seu olhar cai sobre Milla - E essa é Ludmilla Annistton . - os dois olham assustados para mim e para ela , mas depois comcordam com a cabeça.
- Eu disse que ver a vida dele pela mídia não ia ser completo. - a Senhora sussurra indignada.
- O que querem ? - Ele pergunta rude.
- Conversar - Milla respinde simpática , como se não compreendesse que o Senhor estava extressado - Só conversar - ela pisca para mim sorrindo .
- Certamente deve ser algo sobre o Dave Leyford ... - o Senhor fala , deixando sua pergunta , se é que foi uma pergunta , no ar. Concordamos com a cabeça e ele encara sua mulher - O que vão falar ?
- O que querem saber ? - digo
- Pode ser desde que ele nos abandonou ? - ele fala ainda Rude.
Percebo que ele ainda não superou ser trocado , pelo o que aparenta ser o único filho .
- Pois é vimos ele umas duas vezes depois da noite em que fugiu ... - A Senhora responde com pesar.
- Bom - sorrio tentando ser simpática , é quase impossível descrever a visa de alguém , não sabendo como ela mesmo gostaria de descrever. - Papai - vejo que ele se engasga ouvindo a palavra e ela tosse , mas continuo - continua acredito que como sempre , segue a profissão de Empresário, atualmente comandando uma empresa de aviação...
- Viu de um jeito ou de outro ele seguiu a sua profissão. - Dona Mel diz sorrindo .
- Continua sendo cabeça dura. - ele responde bufando.
- Acho que não sei muito mais . - digo meio triste .
- Ele tem só vocês ? Mais não são parecidas com ele , desculpa. - ela diz sorrindo .
- É que na verdade somos adotadas . - Milla responde.
Os dois arregalam os olhos ao mesmo tempo , e rimos.
- Eu explico - digo - Mamãe não pode ter filhos , e não sei se sabem ela também um dia foi órfã , e certo dia resolveu encarar seu passado , e nessa me conheceu , anos depois resolverão ter uma filha , e me adotaram , quase três anos depois adotaram a Milla .
- Essa não sabia , ela um dia foi uma abandonada. - Ele diz rudemente.
Ela me fere de vez , uma abandonada , nunca fui uma abandonada minha mãe ,infelizmente morreu , e também era uma orfa. Percebo que Milla também estremeceu ao ouvir aquilo .
- Daniel por favor , cade o respeito , o que faltou de amor para ela , com certeza ela deve estar recompensando com essa meninas lindas . - Dona Mel diz indignada com o comentário do esposo .
- Ai desculpa ,meninas ... - ele começa a se desculpar.
- Não se preocupe . - digo sorrindo .
- Mas afinal o que vieram fazer aqui ? - Dona Mel pergunta.
- Além de conhecer nossos avós ? - pergunto sorrindo , e vejo os olhos dos dois brilharem.
- Temos uma missão. - Milla responde sorrindo .
- Que missão seria essa ? - Daniel pergunta curioso .
- Bom como vocês sabem dia oito é aniversário do papai ...
- Tanto tempo sem comemorar - diz Mellyssa
- Ta na hora de mudar isso . - Milla responde.
Passamos mais de meia hora explicando o plano , e como queremos que tudo ocorra .
- Eu não sei . - Daniel diz bufando .
- Olha eu sei que isso é difícil mas vamos tentar manter uma visão positiva, pode ser difícil , mas se não tentarem nunca irão saber , e é tão chato ver que pessoas que se amam , separadas pelo orgulho . - Milla diz .
- Olha , Milla e eu ja fomos órfãs , e sabemos como é terrível saber que não somos amadas , e fomos jogadas naquele lugar, sem ter alguém para se apegar e dar carinho , ter alguém em quem esperar ver depois da escola. Pense bem , na dor que ele teve ao ter que escolher entre os pais , ou o amor da sua vida .
- Pois é , mais os pais nunca iria o abandonar , ja ela , a qualquer momento poderia deixar de amar . - Daniel diz rude.
- Ninguém deixa de amar , quando uma pessoa deixa a outra é porque não era amor , era paixão ,ilusão, simpatia, menos amor. - respondo ja cansada de palpitar.
- Para uma moça de doze anos você é bem esperta . - Dona Mel diz sorrindo.
- Obrigada , então se o que o Senhor disse fosse verdade , vocês jamais o teria deixado , e apoiado em todas as escolhas ,mesmos as que vocês não gostassem , porque é isso que os pais tem que fazer , ou pelo menos devem , amar os filhos , mesmo que eles não retribua essa amor.
- Você esta certa , mas não sei se participar da sua missão é o certo . - Ele responde.
- Cada pessoa sabe o que é certo ou não , mas não se deixe cegar pelo orgulho .
- É mesmo . - Dona Mel fala - Bom vamos comer um lanche ?
- Eba ja estava cansada de falar . - Milla diz toda simpática.
- Então vamos . - Ela pega na nossa mão e vamos para a cozinha , deixando seu Daniel na sala bufando todo pensativo .
- Você deixou uma incógnita na cabeça dela. - Ela disse sorrindo diretamente para mim.
- Tomara que isso seja bom .
- E é.
A cozinha deles é enorme , mas as coisas são bem antigas , deixando o lugar com uma beleza ainda mais bonita .
- Carmem , prepare alguns lanchinhos para nós. - Ela disse para uma senhora que estava na cozinha.
- Alguma preferência?
- Creio que não. - ela diz nos encarando . - A Carmem cuido do Dave quando ele era um bebê.
- sério ? E como a senhora se sente em relação? - Milla pergunta se referindo ao filho dela.
- Ah sabe ,eu amo demais o Dave, ele sempre foi um menino de ouro , nunca deixou a desejar , era bom filho , bom aluno , bom colega , bom amigo ...
- E um bom pai . - Milla diz sorrindo.
- Acredito que sim , mas como ele está? Eu nunca aceitei a escolha dele muito menos a do Daniel , se separar do filho por causa de um detalhe é tão infantil , logo ele que preserva a família.
- Ele esta muito bem . - Milla diz sorrindo .
- Ja está servido , Sra. Leyford. - Camem se aproxima.
- Obrigada . - ela se vai e ela nós encara - tanto tempo trabalhando juntas , e ela ainda não aprendeu a me chamar apenas de Mel .- rimos dela.
- Porque não o procuraram ele depois? - Milla pergunta sorrindo .
- Bom Daniel é um cabeça dura ,ta ai onde Dave herdou isso , ele é muito orgulhoso , e mesmo depois de chorar , claro não admitir, eu percebi que ele havia se arrependido , ele não quiz, mesmo eu insistindo, pedir perdão , porque pelo menos no final ele podia dizer , eu tentei nos fazer feliz , se arrependendo .
- Eu concordo com você vó - Milla diz sorrindo .
- Ai que lindo ouvir isso , vó , como Dave é nosso único filho , eu ja tinha perdido as esperanças de um dia ouvir isso .
Olho para Milla , e juntas abraçamos ela.
- Mesmo te conhecendo a pouco tempo Te amo . - digo sorrindo .
- Nós te amamos . - Milla concorda.
Ouvimos um barulho vindo sa porta e se assutamos.
- Da para largar minha mulher ? - Seu Daniel fala sério , me fazendo ficar com calafrios. - To brincando, podemos dividir. - Ele ri , e embarcamos nessa.
- Ainda bem né Vô . - Milla diz ainda sorrindo.
- Você me chamiu do que ?
- De vô . - Milla responde assustada.
- Fala sempre isso , é muito bom . - ele diz , desta vez todo carinhoso e simpático, e começamos a rir.
Sentamos ali e continuamos a conversar , acho que o pai de Dave , mudou de ideia e deixou seu orgulho de lado .
As pessoas deveriam ser mais assim , menos orgulhosas e que sabem perdoar , pois como Daniel mesmo mostrou uma escolha errada e outras pessoas são atingidas , nesse caso Dona Mel e Dave .
Meu celular começa tocar e vejo que é Fred ligando .
Chamada on
- Mayra você viu a hora ?
- Ah , não .
- Ja se passaram quase quatro horas ai , estou no portão , saia imediatamente.
- Calma , mas sério ? - digo desanimada - a conversa está tão maravilhosa.
- Se eu tiver a permissão dos seus avós, trago vocês duas amanhã , ou você quer que sua mãe desconfie ?
- Verdade , ta bom , cinco minutos .
Vovô pega o celular da minha mão .
- Quem é ?... Ah Fred quanto tempo , não ? ...Só mais meia hora , eu mesmo levo as duas... Não mesmo ... tudo bem então. .. melhor ainda... obrigado .
Chamada off .
- Puxa a conversa está tão boa - Vovô diz e vejo desanimo na sua voz e no olhar de vovó.
- Poxa vovô arranca o celular da minha mão e não consegue mais trinta minutos ? - digo tentando parecer séria.
- Eu bem que tentei , mas ele me disse que sua mãe desconfiaria de tudo , e bom ele vai te trazer amanhã aqui .
- Ebaaa , pelo menos isso . - Milla diz rindo .
- Ta aqui nosso número - vovó disse me entregando um papel - quero ver as duas aqui amanhã.
- Mas é claro . - Milla diz enquanto abraça os dois e logo faço o mesmo .
- Bom tchau , até amanhã. - Digo ja na porta .
- Ola sr. e sra. Leyford . - Fred diz todo sério.
- Quanro tempo meu caro . - Dona Mel diz e rio disso .
- Tchau é bom aparecerem . - Vovô diz e rimos .
Entramos na limusine , sorrindo, eu estava fazendo algo de bom para alguém, ninguém pode viver a vida separado dos pais por conta do egoísmo e do orgulho , finalmente e sinto completa.
Sei que nunca terei minha familia verdadeira , mas eu tenho essa que sei que me ama como uma , sei qud estou protegida, mas saber que eu ajudei um pai e um filho se reverem e deixarem de bobeira é tão bom .
- Como foi la ? - Fred não aguenta de curiosidade e pergunta.
- Muito melhor do que esperava . - Milla diz sorrindo .
Contamos a ele cada detalhe , cada sentimento que percebemos, os olhares e sorrisos , e sobre tudo .
Quando chegamos em casa corremos contar a Malu , que ficou toda feliz em saber .
- Vocês novamente aqui ? - Papai diz nós assustando .
- Não sabia que era proibido pertubar a tia Malu . - Milla responde sorrindo .
- Pode , mas na verdade , acredito que ela esteja ocupada , porque não vamos na sala para eu contar algumas histórias para vocês ? - ele pergunta sorrindo.
- Porque não falou logo que queria companhia ? - digo agarrando seu braço e vendo Milla fazendo o mesmo , e saimos dali .
Sentamos na sala , e papai fica nos encarando , começo a ficar nervosa .
E se ele descobriu algo ? Tudo Estará perdido .
- Que foi ?
- An , nada , é que vocês são tão lindas. - olho para ele desconfiada .
- O que aconteceu?
- É nada. - ele pensa mais um pouco - Na verdade é que queria saber o que vocês sentiam quando estavam no orfanato sem seus pais ?
- Era muito difícil, assim , cada dia você criava mais esperanças de sair dali , e no final dele você dormia depois de chorar muito , era estranho saber que um dia você foi abandonada . - Milla diz com o olhar longe , como se relembrasse cada dia no orfanato .
- Vocês nunca descobriram seus pais ? - Meus pensamentos vai longe , eu soube quem era minha mãe.
- Eu não. - Milla diz , meio triste.
- Eu sabia quem era apenas minha mãe , nunca descobri quem era meu pai. - digo relembrando das cartas , do colar , das palavras, do meu anjo , do meu show...
- Mas , assim não é pior ? - Papai diz.
- Seria se eu tivesse a certeza de que ela não me queria.
- E como foi parar la se ela gostava de você? - Milla pergunta indignada.
- Ela morreu , dois meses depois que eu nasci. - Falo triste
- Desculpa Mah . - Milla diz tentando parecer simpática.
- Não se preocupe .
- Bom , vamos jantar ? - papai diz , tentando mudar de assunto .
O clima ficou meio chato depois de ter que lembrar disso , além de que papai sempre cogitou a ideia de eu nunca conhecer eles , e sei que não vão insistir , apesar de saber que um dia eles vão descobrir minhas verdadeiras raízes .
Quando estamos terminando de jantar mamãe chega , com cara de sono e cansada .
- Nossa recompensar todo aquele tempo , é o óh. - ela disse sentando desanimada na cadeira.
- Bom sempre pensei que cantor tinha classe até mesmo na casa , mas to vendo que errei . - Milla descontrai um pouco .
- Bom fala sério você ama seus paparazzis. - papai pergunta.
- Amoooo . - ela confessa e ri .
- Vai tomar um banho , e venha jantar , senão vai comer alone . - digo tentando fazer papel de séria.
- Ta bom . - ela responde rindo .
Termino de comer e logo meu musse de maracujá também acaba e nada de mamãe chegar , encaro papai que esta aparentemente, tão irritado quanto eu .
- Bom não posso esperar mais , vou subir , atualizar minha página, conferir meu skype , e fazer a lição de casa , boa noite para vocês. - digo dando um beijo em papai e na Milla .
- Pronto cheguei , desculpa a demora. - mamãe entra de supetão .
- Boa noite . - dou um beijo nela.
- Mas já ?
- Tenho coisas a resolver mamãe , e você nos deixou plantados aqui . - digo a abraçando .
- Vou também , tenho que terminar alguns projetos e algumas planilhas . Beijos amor . - papai passa por ela depois de dar um beijo nela.
- Também , fuuui . - Milla responde a deixando sozinha .
Chego na sala acompanhada de papai e Milla.
- E no fim ela ficou Alone . - papai diz rindo .
- Maldade isso . - Milla responde.
- Porque não ficou lá também? - pergunto rindo .
- Achei que vocês tinham combinado pelo olhar , resolvi participar.
- Que bobeira não ? - respondo séria.
- Vamos voltar lá. - papai diz , com voz mandante .
Seguimos ele , até enfiarmos a cabeça para dentro e verver a mãe comenda de cabeça baixa.
- Desistiram de me deixar alone ? - ela levanta a cabeça nos assustando .
- Papai sim , e nos obrigou. - digo .
- Eeiii . - papai responde.
- Vamos subir ? - ela empurra o prato ja vaziu e sorri .
Subimos e cada um foi para seu quarto .
Depois de terminar tudo o que tinha que fazer , deitei pensando em tudo o que aconteceu hoje .
Ganhei avós.

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