𝐂𝐡. 𝟏𝟎

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ab

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ab.di.to.rium {p.} do latim: Lugar onde você pode desaparecer; local onde se sente seguro.




— Rayna —

Dor.

  Não há nada além de dor excruciante e uma tortura agonizante que se aninha em meu ser.

  Parece que estou afogando, água preenchendo meus pulmões e me impedindo de respirar. Parece que cada pedaço de pele pálida foi substituído por fogo e carne viva e cinzas. Uma facada no coração, uma que, enquanto me deixa mais perto da morte, me mantém mais longe.

  Sinto tudo. Absolutamente tudo. E não sinto nada.

  Não consigo ver, não sei nem se meus olhos estão abertos. Não há cheiro e nada está me tocando.

  Estou morrendo. Sei que estou. Não é possível que consiga sobreviver depois de tanta dor, meu corpo não vai aguentar o trauma e já está começando a falhar.

  Se por algum milagre eu conseguir escorregar dessas garras fantasmas rasgando pele e osso, minha mente não permanecerá intacta.

  Sangue. Eu realmente traria sangue para Velaris, só não estava esperando que fosse o meu.


  Três dias antes...


  — Você pode me avisar quando estiver prestes a pular de uma montanha comigo? — pergunto quando os meus pés atingem o chão.

  A mesma diversão de quando ele me transportou até a Casa de Vento aparece em seus olhos.

  — Eu poderia. — algo em seu tom me dizia que sim, ele poderia, mas não o faria. 

  — Obrigada por quase me dar um infarto precoce. — limpo a garganta, endireitando a minha postura e colocando as mãos apoiadas na cintura, com medo das minhas pernas me falharem pelo que parecia a vigésima vez desde que cheguei em Velaris. — Mas os seus serviços não são mais requisitados. 

  Dou de ombros, me virando rapidamente e começando a andar para longe de Azriel. Não faço ideia da onde estou ou como chegar na biblioteca, mas prefiro pedir informação para qualquer pessoa que não o Illyriano. 

  Não ando nem dois passos antes dele me parar. Não sei porque estava esperando que ele me deixasse solta em Velaris para fazer o que bem entendo. Porém, quando dou de cara com o seu peitoral, tendo que colocar as palmas das minhas mãos em seu peito para não colidirmos, estou surpresa. 

  — Mesmo que seja interessante vê-la andando feito um animal perdido de um lado para o outro, — ele me olha de cima, me fazendo sentir como se tivéssemos metros de diferença. — você não vai se livrar de mim. 

𝕬 𝕮𝖔𝖚𝖗𝖙 𝖔𝖋 𝕭𝖑𝖔𝖔𝖉 𝖆𝖓𝖉 𝕾𝖍𝖆𝖉𝖔𝖜𝖘 | acotarWhere stories live. Discover now