𝐂𝐡. 𝟓𝟎

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gu.mus.ser.vi {s.} do turco: o reflexo da luz da lua na água




— Rayna —

Meus pés brincam com a areia úmida. Minha botas estão do meu lado e o cheiro salgado do oceano é reconfortante. Aqui tão perto da Corte do Alvorecer não há tantas estrelas, mas a lua cheia refletindo na água é tão brilhante que não preciso de mais nada para iluminar ao meu redor.

  Aeryn e Loren devem estar dormindo agora, pelo menos estavam quando saí da cabana. Respiro fundo.

  Ouço o bater de asas e alguém aterrissando não muito longe de mim. Olho por cima do ombro para ver quem é, ambos Azriel e Killian não haviam retornado ainda. Vejo sifões azuis brilhando na escuridão.

  Não demora muito para que eu ouça os passos abafados pela areia de Azriel se aproximando de mim.

  — Deveria tentar dormir um pouco. — ele diz, parando ao meu lado com as mãos nos bolsos. Ele olha para o oceano também.

  — Não consigo. — suspiro, abraçando mais forte as minhas pernas. — Estou ansiosa.

  — Imaginei que estaria. — diz cruzando os braços.

  Azriel fica ao meu lado, de pé, encarando o reflexo da lua na água negra.

  Deito a cabeça no meu joelho, inclinando-a para o lado de forma que eu consiga ver seu perfil. Seus cabelos estão bagunçados pelo voo, posso ver a ponta da tatuagem em sua nuca. Reprimo a vontade de tocar a minha própria tatuagem. Ele olha para mim quando percebe que também estou olhando-o.

  — Levante-se. — ele diz, sua voz é rouca contra a noite, cortando a escuridão como sombras. É sútil ao mesmo tempo que é brusca.

  — O que? — franzo o cenho.

  — Se vai ficar acordada vamos fazer algo útil com o seu tempo. — ele diz simplesmente.

  Levanto a cabeça.

  — Você pode ir dormir e me deixar aqui, Azriel. — digo arqueando as sobrancelhas.

  — Posso, — ele da de ombros. — mas sabe que não consigo. Agora venha. — ele estende a mão para mim.

  Engulo em seco antes de, receosa, aceitar o seu apoio para me levantar. Me certificando de que nosso toque não durasse mais do que o necessário.

  — Não espera que eu vá para o meio da floresta no meio da noite com você, não é? — pergunto com humor. — Assisti filmes de terror o suficiente para saber que essa nunca é a escolha correta.

𝕬 𝕮𝖔𝖚𝖗𝖙 𝖔𝖋 𝕭𝖑𝖔𝖔𝖉 𝖆𝖓𝖉 𝕾𝖍𝖆𝖉𝖔𝖜𝖘 | acotarWhere stories live. Discover now