capítulo um.

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Era um dia quente de verão. O céu estava claro e com um lindo sol brilhante. Da janela era possível ver alguns patos nadando no pequeno lago, uma leve brisa balançava as cortinas. A revoada de andorinhas passava e cantava por cima das águas.

Uma manhã típica para Edward. O rapaz aos seus dezenove anos acordava todos os dias perto das seis horas para cumprir com seus deveres, mas sempre usava alguns dos seus minutos para admirar a paisagem que o cercava. Naquele dia não fora diferente: depois de contemplar a natureza manifestar-se majestosamente, tomou um banho frio e apressou-se em ir a confeitaria comprar pães doces e salgados para o desjejum.

O reino de Lunari estava tranquilo àquela hora. Edward caminhava distraidamente, observando tudo ao seu redor. A maioria dos comércios já estavam funcionando e alguns aldeões se dirigiam ao trabalho. Quando o rapaz sentiu o delicioso cheiro de pãezinhos de maçã e canela, finalmente voltou para a terra e lembrou-se do que precisava fazer ali.

— Bom dia, Niall. – disse num tom doce e amigável.

— Edward! Bom dia! Como está hoje? – Niall questiona em seu típico tom entusiasmado. – Hoje papai fez aqueles pães de maçã e canela que você tanto adora, acabaram de sair do forno. Vai levar?

— Acho que você é a pessoa mais animada quem eu conheço. – riu leve. – Estou bem, acordei feliz hoje, com um bom pressentimento. – disse em meio a um suspiro. – E, sim, vou levá-los, senti o aroma de longe. Quero também uma baguete tradicional.

— E aquela mulher horrorosa, acordou cedo para te importunar hoje? – Niall dizia enquanto embalava o pedido do amigo.

— Já disse para não falar assim, qualquer hora ela poderia ouvir e nunca mais deixa eu me aproximar de você.

— Nem em sonho isso pode acontecer, vocês são um dos nossos clientes mais fiéis, eu e meus pais não podemos perdê-los. – disse com a voz divertida enquanto entregava os pacotes para o outro. – Mas você sabe que é meu melhor amigo e não gosto do modo como ela lhe trata. – falou num tom mais sério.

— Sei e já disse para não se preocupar. Eu estou bem, Niall, juro. – deu um sorriso doce ao pagar. – E não é como se fosse a pior coisa do mundo, só tento retribuir o que ela fez por mim.

— Não há ninguém mais teimoso do que você em toda a Itália, Dio...

— Não sou teimoso, sou determinado. E essa é a sua coisa predileta em mim. – provocou o amigo dando um pequeno sorriso. – Preciso ir agora, nos vemos depois. Mande lembranças à seus pais. – acenou com a mão e foi embora.

Ao chegar em casa foi direto para a cozinha preparar chá e suco de frutas vermelhas, o seu favorito. Estava arrumando a mesa com as louças e talheres quando ouviu passos descendo a escada principal. Logo apressou-se em colocar as frutas, bebidas e o que havia comprado na padaria sobre o apoio de madeira maciça.

— Por pouco não te pego com a mão na massa, não é mesmo?! – uma voz baixa e pouco rouca diz em tom acusatório. – Por que toda essa demora? Onde esteve?

— Sinto muito, Titânia. Saí para comprar parte do nosso café e acabei me distraindo conversando com Niall na aldeia. – sua voz sai em volume baixo e cauteloso, mantinha a postura baixa como se estivesse redimindo-se por um ato imperdoável.

— Que não se repita mais. Sabe que não gosto de atrasos, tampouco desse garoto loiro.

— Niall, o nome dele é Niall.

— Pouco importa. Apenas não deixe de realizar suas obrigações. Seria muito ingrato da sua parte fazer isso comigo.

— Claro.

Eclisse | L.S.Onde histórias criam vida. Descubra agora