Oi! Eu sei que demorou, mas, finalmente vocês poderão ler o epílogo. Eu levei muito tempo para decidir o que eu queria que acontecesse aqui, além de ter muito o que estudar, então, todo o processo acabou atrasando. Sinto muito por isso.
O Wattpad infelizmente não proporciona muitas opções de layout (realmente faria bastante diferença aqui) então, eu tentei achar um jeito para que vocês pudessem entender o que está acontecendo e o que/quem está "narrando" o capítulo. Por isso, peço que se atente às marcações em negrito e itálico.
Espero que vocês gostem deste epílogo e que tenham gostado de toda a estória. Mais para frente eu faço meus agradecimentos. Por ora, desejo uma boa leitura.
*:・゚✧*
Diário de Edward.
"Eclipse é um evento astronômico que ocorre quando a posição de um objeto celeste em trânsito é coincidente ou atravessa outro mais distante. Do ponto de vista terrestre trata-se do Sol e da Lua. Muitas pessoas não acreditam em magia ou no poder dos astros, mas era claro para qualquer um o quanto o meu amor e de William estava para além das forças presentes neste universo. Nós estávamos em algum lugar entre as mãos de Gaia, Hélios e Selene, e a metafísica existente em todo o cosmos. O nosso vínculo pairava por todos os espaços finitos e infinitos e carregava consigo a fartura de ser perpétuo. Éramos ao mesmo tempo sensíveis e transcendentais.
Nossa filha, Erinna Giuliana Tomlinson-Styles, nasceu em um dia de eclipse: 14 de Maio de 1746. Era ela então a personificação do pacto entre o Sol e a Lua.
O seu nascimento não foi outra coisa senão memorável em nossas vidas. Nós estávamos com muito medo, seria um parto difícil e arriscado. Por pouco não encontramos um médico vivo que houvesse presenciado um parto masculino e que estivesse disposto a nos ajudar – já que os que encontrávamos se recusaram a tomar meus cuidados devido à falta de prática com a situação e seus riscos – foi com muito custo que trouxemos um da França. Seria uma cirurgia dolorosa e o pós-operatório ainda mais, minha sorte foi Amanda, minha doula maravilhosa e amorosa que, junto de Amélie, tornaram o processo mais agradável e puderam auxiliar este doutor. Não existia nenhum tipo de anestésico que pudesse me inibir à dor, então, a solução que encontramos foi ingestão de álcool e uma poção sonífera feita por Amélie. Acho que William estava tão assustado quanto eu, mas ele não saiu do meu lado por um segundo sequer, nem mesmo quando eu já estava desacordado. Eu não senti a dor do corte, mas também não contemplei o momento do nascimento da minha filha. Essa segunda parte me dói um pouco, mas eu entendo que precisou ser assim, cesarianas são sempre sofridas, eu ao menos tive alguma sorte, diferente de muitas mulheres da nossa época.
As primeiras vinte e quatro horas de vida de Erinna eu passei em um sono induzido. Assim que ela deixou meu ventre, o médico foi rápido em finalizar a cirurgia, Amanda assumiu os cuidados da minha bebê e Amélie assegurou que eu tivesse tudo o que fosse necessário para uma boa recuperação, desde o unguento de ervas para a cicatrização até o preparo de chás e poções simples que ajudariam o meu corpo.
Me lembro que quando abri meus olhos, a primeira pessoa quem vi foi William. Ele e sua imensidão azul me encaravam em expectativa, mas suas írises marejadas me assustaram. Entretanto, ele não tardou em aproximar o seu rosto e beijar minha têmpora, sussurrando para mim:
— Ela é linda. Tão linda quanto você.
Eu senti um alívio incalculável tomar meu peito e meus olhos marejaram no mesmo segundo. Tudo havia dado certo afinal.
Os primeiros dez dias após o parto, passei acamado. Eu sentia muita dor e qualquer movimento brusco poderia arruinar a cicatrização, então, William cuidou para que o quarto fosse devidamente limpo e equiparado para que nós três pudéssemos ficar juntos ali. Ele me deu banho todos os dias na cama, me alimentou e cuidou da nossa filha por conta própria. William não queria outras pessoas nos cercando naquele momento delicado e gostaria de me provar que era capaz de cuidar da nossa família sozinho, caso fosse necessário – mesmo que eu já soubesse que ele seria, talvez, até melhor do que eu nisso. Eu não tinha muitas forças físicas naquele momento e passei a maior parte dos dias sonolento, me sentindo cansado. Porém, me lembro de que quando peguei meu bebê no colo pela primeira vez, foi como se naturalmente eu me enchesse de vida novamente, uma onda absurda correu pelo meu corpo e emocionou cada célula do meu ser. Ela tinha lindos olhos azuis, uma boca rosada e cabelos claros como camomila. Ela mamava devagar, me observando com atenção, suas pequenas mãos tocando meu seio. Eu nunca senti nada parecido em toda a minha vida. Tê-la comigo era estar vivo como nunca antes estive.
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Eclisse | L.S.
FanfictionDesde as mitologias mais antigas, Sol e Lua são retratados juntos, como signos complementares. Na Itália do século XVIII a crença nos deuses Hélios e Selene era muito presente, por essa razão os reinos de Lughari e Lunari eram muito unidos. Dois r...