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       — Você vai, não vai, Jimin?

— Você sabe que eu não gosto de festas.

— Mas o nosso pai só vai deixar se você for junto.

— Não quero ir.

Não sei quantas vezes mais teria que repetir aquilo. Momo saiu da piscina e veio direto para o meu quarto embrulhada em um roupão branco. Ela sabia que eu sou extremamente antissocial, não gosto de barulho, muito menos daquelas pessoas mauricinhas, todas bem-vestidas para a festa de sábado à noite.

— Se você for, eu trago um baseado que tenho lá no quarto pra gente fumar agora. — Ela nem esperou que eu dissesse que era inútil tentar me comprar; saiu correndo do quarto e meio minuto depois voltou com um cigarro de maconha na mão. — Olha o que eu arrumei.

— Você é insana, se a mãe...

— Esqueça, ela acabou de sair. — Falou caminhando para abrir bem a janela do meu quarto e logo depois acender o cigarro. Deu um trago bem forte que rendeu por todo o meu quarto. Se aproximou e o passou para mim, que hesitei um pouco, mas acabei pegando. — E então, vai ou não vai comigo? Eu arrumo um garoto bem legal para ficar com você.

— Não estou interessado em garotos. — Disse dando um longo trago e me jogando na cama.

— Estou estranhando você, não gosta mais de meninos? — Ela questionou, enquanto se encostava na cabeceira da cama.

— Gosto, mas estou preocupado com outras coisas. — Falei, esticando a mão e passando o cigarro para ela.

— Então me ajuda, Jimin. Eu preciso me encontrar com o Seung Ho.

— Você vai transar com ele de novo?

— Vou. Está tudo acertado. Você fica na festa enquanto eu e ele saímos de fininho e vamos até o motel que fica perto da casa da So Hyun. Depois voltamos como se nada tivesse acontecido, que tal?

— Se o pai descobre.

— Já sei, ele mata eu e o Seung Ho, depois de casar a gente, óbvio.

— E me mata também.

— Vamos, faça isso por mim, meu irmãozinho. Se fizer, olhe o que eu lhe dou... — E tirou do bolso do roupão um outro pacau.

— Eu não quero. — Falei, chateado com a insistência dela.

— Quer sim. — Ela disse passando-me o cigarro acesso, indo até a cômoda, abrindo a primeira gaveta, tirando uma cueca branca que estava por cima de tudo e colocando a droga escondida na meio dela. — Vai? Eu te compro um álbum daqueles caras que você gosta.

— Eu já tenho todos.

— O próximo que sair. Você não precisa gastar a sua mesada.

— Duvido muito que saia o próximo, o grupo acabou, se esqueceu?

Ela franziu a testa não se dando por vencida. Pensou em algo, não conseguiu nenhum argumento que pudesse me convencer. Partiu, então, para a chantagem emocional.

— Por favor, Jimin, eu preciso tanto...

Eu é que precisava ficar livre dela, que seria capaz de ficar o dia inteiro ali do meu lado choramingando. Enquanto eu dissesse não, ela não sairia do meu quarto. Eu queria ainda poder ler um pouco e escrever algumas linhas do meu diário. Então acabei cedendo.

— Eu vou, mas você promete me deixar em paz o resto do dia?

Ela sorriu animada e caiu sobre mim. Quase derrubei o resto do cigarro entre meus dedos. Agradeceu e disse o quanto me amava. Pura mentira e falsidade. Momo era uma boa garota, mas não amava ninguém mais do que a ela mesma. A sua grande virtude era ser dissimulada e viver como uma camaleoa, mudando de jeito de acordo com a pessoa. Com meus pais ela era uma, comigo outra, com os amigos da escola outra, com o namorado outra. Enfim, quem era Momo?

Ela tirou a sobra do cigarro da minha mão e saiu fumando, indo para o seu quarto. Fiquei quieto por alguns instantes, pensando que tipo de vida era aquela que eu levava. Sentia meu corpo leve e flutuando. Estava quase dormindo quando o telefone fixo da casa tocou ao longe. Eu nunca atendia. Geralmente era a empregada ou os meus pais, como nenhum deles estava, me levantei para atender. Logo reconheci a voz.

— É você? Sei... as balas estão aqui comigo... não, hoje não, amanhã. Amanhã eu dou as balas para eles. Hoje não. É, você não devia ligar. E se fosse minha mãe que atendesse, ou meu pai? Não me ligue, eu te ligo. — Bati o telefone com um suspiro entediado. Odiava o fato de ninguém poder ter celular além de Yoochun. Seria tudo menos arriscado para mim.

Começou a ventar lá fora. Voltei para meu quarto e o cheiro de maconha havia se dissipado. Fui até a janela e a fechei. Meu quarto ficou na penumbra, com uma réstia de luz passando pelas gretas da janela e batendo na parede cheias de imagens ao lado de minha cama. Na parede oposta ficava um pequeno piano que eu costumava tocar. Tocava e cantava todas as canções dos únicos cantores que eu gosto. Sou apaixonado por aquele grupo, sinto uma simbiose entre mim e o que sai da boca deles quando cantam. É o meu lado adolescente que, sem muita explicação, escolheu esses famosos para viver um secreto e estranho caso de amor. Sentei no miúdo banco preto e comecei a dedilhar as mais antigas canções do grupo. Canções do tempo em que eu ainda nem havia nascido.

🌥

E temos uma nova capa! Ela foi feita pela ficdinaa  e eu adorei. Um trabalho ótimo, obrigado (⌒_⌒) ♡

Espero que tenham gostado do capítulo de hoje. Para essa nova semana trago uma notícia especial: Teremos duas atts de DV!

Vcs irão ver um lado do Jimin bem... ousado? É, melhor que deixemos isso para o dia de lançamento kkk

Até a próxima!

 Doce Veneno | ʝʝҡ+քʝʍWhere stories live. Discover now