Capítulo V

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Evangeline espera alguns dias, quando seu pai estava fora trabalhando, ela ocupa-se da secreta missão, de enviar a sua candidatura pelo correio.

Já tinha tomado todas as medidas necessárias: preenchido o formulário, anexado as partituras nos padrões exigidos, e guardado as duzentas libras em um envelope selado (não queria que o dinheiro se perdesse pelo caminho!).

Quando ela, a irmã e a mãe, foram à cidade naquele dia, para comprar novas roupas de cama, Evangeline tinha um plano de pedir para ir ao toalete e sumir por alguns minutos. Era o tempo suficiente para ir caminhando até o correio, que ficava ali perto, e fazer todos os trâmites necessários para enviar sua proposta.

Sabia que o correio cobraria uma taxa para mandar seu pacote, então também levava consigo algum dinheiro, além do que Polly, generosa e secretamente, a doara.

As três foram até a cidade, de carruagem, e entraram na loja de tecidos da cidade. A loja era pequena, e tinha uma vitrine com manequins e tecidos de todas as cores. Quando passaram pela porta, um sino anunciou sua chegada, e logo um vendedor, calvo e baixinho, de gravata borboleta e suspensórios veio ao seu encontro:

― Ora, mas se não é a sra. Bordeaux! ― ele exclama, encantado.

Celia responde com um riso alegre, e o vendedor beija sua mão, como cumprimento.

― Ah, e trouxe as suas belas filhas. Como vai? ― Ele sauda, com um aceno de cabeça.

Polly e Evangeline respondem, acenando a cabeça de volta, e dobrando levemente os joelhos, em reverência.

― No que posso ajudá-las hoje?

― Estou a procura de uma nova toalha de mesa. Estamos recebendo pessoas importantes na nossa casa, e sinto que nossas toalhas de mesa já estão fora de moda. ― Celia responde.

― Certamente. Por aqui.

As três caminham pelas prateleiras e balaios da loja, e vão até o fundo, onde o vendedor começa a expor as mais novas peças, e as mais compradas.

― Oh! os Jamersons usam essa toalha de mesa? ― Celia indaga, impressionada, quando o vendedor conta o tecido que uma das famílias mais respeitadas da elite usavam. ― talvez me recordo de ter visto uma dessas durante a ceia de natal...

― Sim, muito requinte, não acha?

― Certamente... O que acharam, Polly, Evangeline?

Evangeline, que estava distraída, pensando em que momento seria o melhor para escapar, sente sua irmã puxar a manga do seu vestido, pedindo para que prestasse atenção.

― Hã? ― Ela reage, distraída ― Ah sim, é bonito. ― opina, com desânimo.

― Bonito? Só isso? Preciso de mais do que isso para uma decisão tão importante. ― Protesta a mãe, incomodada. ― O que acha Polly?

― De muito bom gosto, mamãe. ― Polly responde.

― Pois então será esse. ― Celia conclui ― mande embalar, por favor.

― Ahm, mãe ― Evangeline intervém ― eu preciso ir ao toalete, volto em alguns minutos, sim?

― Está certo. Não demore. Escolherei algumas roupas de cama, mas não devo demorar muito.

― Está bem.

Evangeline então, segue seu caminho destinada a cumprir sua empreitada.

Ela segue até a parte frontal da loja, fingindo ir na direção do banheiro e quando sua mãe não estava olhando, ela sai pela porta e anda depressa pela calçada.

A Irmã da NoivaWhere stories live. Discover now