[03] Right ou wrong

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Nunca em minha vida inteira sequer pensaria que me envolveria com um motoqueiro. Antes eu achava-os nojentos e completamente errados mas, depois que eu conheci Jungkook, esses pensamentos mudaram de forma drástica. Eu sempre andei na linha em que meus pais impõram para mim, sempre fiz aquilo que aprendi ser o correto.

E, claro, me envolvi num casulo para tentar deixar minha mente segura do mundo, não sendo mais autêntico, não sendo mais o verdadeiro Jimin. Na verdade... eu nem sabia quem era o verdadeiro Park Jimin. Jeon foi o único que me ajudou a sair de tudo isso, de tudo que me fazia mal. Jeon está me ajudando a me encontrar, meus verdadeiros gostos, o que eu realmente queria e quero fazer. Sem medo do que essa sociedade tóxica poderia falar ou fazer, sinto-me mais livre do que nunca estive.

Dentro de 2 meses nosso relacionamento de desconhecidos atraídos passou para amigos e agora ele é meio que meu namorado. Ele não pediu ou algo do tipo mas eu sei que ele gosta de mim como eu gosto dele, ele faz eu me sentir bem, é carinhoso e compreensivo. As vezes, tenho vontade de contar meu segredo. Tal segredo que trás uma possibilidade grande de que ele vá embora e me deixe, eu não quero isso, eu... acho que preciso dele. Jungkook parece que virou meu porto seguro.

Ele já tinha seu braço curado, o teimoso estava louco para subir na sua moto. Não deixei, afinal, eu não queria que ele se machucasse novamente. O meu hyung havia me apresentado seus irmãos, todos foram muito simpáticos comigo e me trataram com respeito. É, eu estava completamente equivocado em relação aos motoqueiros youngblood.

Nós estávamos abraçados em sua cama. Eu deitado em seu peito enquanto ele afagava minha cintura. A chuva arisca caia lá fora, mas isso não me fazia parar de pensar em nós, eu penso seriamente que estou me apaixonando, mas tão rápido assim? Seria bom ou ruim? Ele é tão bonito, com traços forte em seu maxilar, seu nariz um pouco avantajado mas não deixava de ser um encanto, sua boca macia, na qual estava muito familiarizado.

ー Jimin? O que foi? ー o homem mais velho apertou a minha cintura o que me acordou dos devaneios.

ー Hum? Nada, é que... você é muito bonito, sabe? ー menti, fiz desenho imaginários no peitoral do meu 'quase namorado'.

Ele pegou meu pulso com muito delicadeza e beijou-o, fazendo-me estremecer pelo contato. Kook foi deixando vários beijos em meu braço, até chegar em minha boca. Nossos lábios á um triz de se juntarem, perdi-me em seu profundo olhar, parecia-se com um mar, um oceano negro, eu não sei nadar. Mas quero aprender...

Jungkook não perdeu tempo e colou seus lábios nos meus, num beijo firme porém carinhoso, ardente. Envolvia as nossas línguas brigando por espaço dentro das bocas, se misturando, num ato mais íntimo de demonstração de afeto. Enquanto segurava a minha cintura, nós continuávamos no nosso mundinho mas algo, uma voz, atrapalhou tudo isso.

Ra raram ー pigarreou Namjoon, apoiado na ombreira da porta, com os braços bastante tatuados cruzados.

Eu me escondi no peitoral de Jungkook, que soltou uma risada.

ー Nam, já ouviu falar de bater na porta? Você poderia fazê-lo as vezes. ー ele pegou minhas mãozinhas para me ajudar a sentar na cama.

ー Quem sabe um dia, Jeonzinho? Mas você tem que vir aqui, temos um probleminha. ー falou o Kim, e meu estômago deu uma cambalhota, sabia que esse problema não era nada bom, e comecei a ficar tenso. O que foi percebido por Jungkook, que deixou um beijo casto no topo de minha cabeça.

ー Vai ficar tudo bem, gatinho. ー Eu ainda estava com uma pulga atrás da orelha por causa desse apelido, mas resolvi perguntar depois. Fomos até a sala, onde estavam todos os meninos, eles sorriram para mim e eu apenas retribui o gesto. Jeon sentou na poltrona dali e eu sentei-me em seu colo. Procurei por olhares julgadores, estes que não encontrei, aliviando-me.

ー O que aconteceu? ー perguntou Kook para Namjoon.

ー Então chefia, o problema é que tem pirralhos mexendo na nossa área...

ー Nam, me conte algo que não sei. ー o cortou.

ー Calma, eu não terminei, esses pirralhos não só estão mexendo na área, mas também mexendo com os moradores dali, falando que agora eles são a gangue youngblood.

Senti um aperto em minha cintura, junto de um riso soprado em minha nuca. ー Meu amor, eu acho que vamos dar uma voltinha de moto hoje. ー disse, fazendo com que eu arregalasse meus olhos.

ー Mas Jun...

ー Eu já estou melhor, ta bom? Não precisa se preocupar. ー Kook deixou um beijo em meu ombro e ouvimos estalos de línguas vindos do resto do grupo. Me fez rir, faz muito tempo que eu não ria. Agora que estou com Jeon, estou mais feliz. Ele me faz feliz.

ー Tudo bem.

ー Certo, mas na próxima vez que se beijarem, façam no quarto, fico com inveja, não dá para evitar. ー disse Kai, se levando no sofá um pouco velho para pegar seu capacete.

E todos deram risadas, parecia que eu estava em casa.

Lá estamos, já tinha parado de chover. Jungkook pôs seu capacete na cabeça, eu vesti-me de motoqueiro, ou seja, estava com uma enorme jaqueta jeans do Jungkook, roupa que nunca tinha pensado em usar.

ー Vamos Jimin? ー questionou o motoqueiro para mim, subindo em sua moto extremamente bonita e bem cuidada, suspirando baixamente ー soou mais como um gemido ー, jogando a cabeça para trás.

Okay, isso foi muito... sexy.

Ainda um pouco acanhado peguei sua mão forte e montei na motocicleta, já com um capacete preto na cabeça. Como um coala, me agarrei no corpo do meu quase namorado, que deixou um beijo casto na minha mão, ligando a Kakoo, ー o nome de sua moto ー, e acelerou para arrancá-la dali. Em segundos estávamos na pista em direção... bom, eu não sei para onde íamos, mas confiava em Jungkook. Ele conquistou minha confiança. Abraçado nele, eu sentia o vento forte bater em meu rosto e por isso não achei mais tão ruim passear de moto, a paisagem da cidade passava em minha visão, que mais parecia um borrão. Porém eu gostei, me deu uma sensação nova.

Como não vi o tempo passar, por estar absorto na imagens que passavam borradas, logo Jeon desacelerou a moto para pararmos em uma área ampla da cidade, onde tinha alguns jovens fazendo bagunça ali, provavelmente os pirralhos que Namjoon citou.

ー Jeon? Eu não vou atrapalhar vocês, não? ー perguntei saltando do veículo negro de Jungkook, este que já estava arrumando sua jaqueta de couro. Como esse homem é vaidoso. Ele olhou pra mim, com aquele olhar brilhante mais ao mesmo tempo profundo que trazia-me uma sensação que somente ele podia proporcionar. Parecia... apaixonado.

ー Fique aqui, não precisa se envolver. Quero você seguro, tudo bem? ー não era uma ordem, e sim um pedido protetor. Mas seguindo minha mente, que sempre foi submissa aos meus pais tiranos e a sociedade, eu apenas assenti e abaixei a cabeça.

Ele percebe isso, e por isso se aproximou de mim, colocou a mão no meu quadril, e a outra levantou me queixo. Jungkook tinha um olhar preocupado e ao mesmo tempo carinhoso. Poxa... ele é tão bom pra mim.

ー Jimin, você é muito especial pra mim.. porra, e como é. Eu quero que fique bem, eu não mando em você. Vai ficar tudo bem, a gente não vai demorar muito aqui, quer ficar na minha casa hoje? Hum gatinho, me diz? ー enquanto dizia, beijava meu rosto, algo que me deixava molinho em seus braços e, ao mesmo tempo, eu estava com um pouco ー muito ー de vergonha, estávamos em público. Então eu sussurrei entre seus lábios um sim e Jeon logo se afastou para se juntar com os meninos, que já estava resolvendo o problema.

E eu, bom, me afundei em meus pensamentos. Não queria que isso acabasse, não queria ele longe de mim, ele completou a peça que faltava em meu coração. Reconstruindo tudo, me fazendo uma pessoa melhor. Mas eu? Que fazia ou causava nele? Eu precisava tirar isso a limpo, necessitava de uma conclusão...



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