Twenty One

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Louis estava na mais completa e densa escuridão.

Ele tinha plena consciência da sua tendência ao melodrama, mas, naquele momento, o ômega acreditava que detinha certa licença poética para ser melodramático tanto quanto desejasse.

Amava a Harry. E esse era o seu maior tormento.

Desde o dia em que se dera conta deste pequeno e inoportuno detalhe, o sentimento havia se transformado em um maldito grilo falante na parte de trás de sua orelha.

Era irritante, cansativo e completamente maravilhoso.

As vezes, Tomlinson parecia quase se esquecer, ou pelo menos ignorar a sensação quente e arrebatadora que o acertava em cheio sempre que pensava no seu cacheado (o que acontecia com uma frequência alarmante já que, aparentemente, Harry Styles era a única coisa em que o menor conseguia pensar). Mas então, como quem não quer nada, aquela vozinha irritante em sua mente pregava a palavra AMOR, em letras grandes e brilhantes atrás de seus olhos, fazendo com que  Louis se sentisse zonzo, com o coração correndo em mil direções diferentes dentro do seu pequeno corpo e a certeza de que iria explodir em confetes vermelhos a qualquer momento.

O risco era real. E deveria haver alguma espécie de aviso contra isso. Algo como "Esse sentimento é contra indicado em casos de doenças cardíacas, tendência dramática, instabilidade emocional ou debilidade emotiva. Sob o menor dos sintomas, procure o médico ou farmacêutico. Leia a bula." 

Mas não haviam avisos. E nem uma bula.

Então ele seguia em sua agonia atravéz dos dias. Pensando nos olhos de Harry durante as suas aulas menos importante. E imaginando o corpo de Harry contra o seu nas aulas em que ele realmente deveria prestar atenção.  HarryHarryharryharryharryharry em cada cantinho do seu corpo, do seu coração e do seu pensamento. Por todos os Deuses, Louis estava começando a acreditar que até em sua própria alma a sensação das mãos de Harry Styles estariam gravadas pelo resto de sua existência.

Era tão inapropriado quanto ir de sunga a um funeral. Porque, veja bem, Louis tinha problemas além do recém descoberto amor.

Na verdade, se havia algo que o ômega tinha, eram problemas.

Haviam se passado mais de uma semana desde a chegada de Julian. O que significa que já haviam corrido  exatos 9 dias desde que ele vira Francesca pela última vez.  E desde que ele vira Niall pela última vez. E, bem, desde que ele vira Ethan e Julian pela última vez, embora os dois últimos estivessem na mansão, o primeiro curando o seu coração partido enquanto quebrava coisas e atirava em alvos (Louis não sabia se a frustração do alfa era maior por Niall não ter retornado ou por Francesca se recusar a falar com qualquer pessoa, inclusive ele); e o segundo se encontrava em isolamento (embora Louis suspeitasse que a palavra  correta para aquilo fosse prisão domiciliar). De forma que nenhum dos dois eram vistos pelos corredores da casa.

Francesca não atendia suas chamadas, não respondia suas mensagens e não havia aparecido na faculdade nenhum dia sequer. E o ômega gostaria muito de se sentir ofendido por estar levando um gelo, mas tudo o que conseguia era se preocupar com a amiga. Harry havia dito que Ethan sabia que ela estava bem (não havia muito a opção dele não saber  como ela estava), e isso serviu para acalmar pelo menos um pouco os pensamentos de Louis sobre o assunto.

Niall, no entanto, parecia ser um problema maior. Em algum momento durante aqueles dias tumultuados, Harry estava sentado na poltrona suspensa de seu quarto, com o notebook aberto no colo enquanto se parecia muito com uma pintura renascentista. Isso, é claro, se fossem ignoradas as armas e os coldres. E as botas de combate, provavelmente. Ele tinha as pernas grossas cobertas por jeans escuros, e a maneira como as posicionou, abertas e relaxadas, dava a Louis uma visão bastante agradável. A camisa de malha preta se agarrava ao corpo musculoso de uma maneira que deveria ser proibida por lei. 
E, por outro lado, havia Louis, jogado na cama com uma barra de chocolate meio comida entre os dedos, com os cantos dos lábios sujos de cacau e o cabelo desgrenhado de quem havia acabado de acordar de um cochilo que durou mais do que o previsto, e tudo em que ele conseguia pensar era em como seria fazer amor com Harry naquela maldita poltrona, enquanto acompanhava o movimento dos lábios carnudos do cacheado que pareciam dizer alguma coisa muito importante._ Ele sempre dizia coisas importantes, seu alfa_. Louis Tomlinson poderia muito bem estar babando naquele momento, mas então alguma coisa que Harry disse o fez despertar de seu torpor.

First  Blood {L.S Fanfiction}Where stories live. Discover now