Capítulo 12

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Estou sentanda no chão do quarto desde a hora que Ruggero me deixou em casa,
E decido que é melhor esperar e conversar com Fred pessoalmente quando ele estiver em Milão.
Dois toques na porta e me sento na cama, Rosa abre e trás uma bandeja cheia de coisas.
- Trouxe seu café da manhã, olha caprichei e não faça careta é tudo natural e sem muitas calorias como sua mãe me pediu. Bufo tinha que ser.
- Karol coma por favor tem um salada de fruta que coloquei suco de laranja está uma delícia, o yorgut é light e a torrada integral com um pouco de mel, vamos minha filhinha você precisa comer alguma coisa está muito magrinha e pálida.
- Não estou magra Rosinha, mais se te deixa feliz eu vou comer está bem.
- Ótimo. ela acaricia minha mão com afeto.
- Se precisar de qualquer coisa estou aqui para te ajudar está bem. Faço que sim com a cabeça porque é difícil falar nunca recebi tanto afeto ela observa minha mão.
- Você se machucou? Olho para o meu dedo e vejo que está com alguns cortes pequenos.
- Não, devo ter arranhado em alguma parede, está tudo bem nem percebi.
- Ok vou esta na cozinha, depois venho recolher a bandeja.
Olho para a bandeja a minha frente e começo a comer, quando percebo a bandeja esta vazia, meu telefone toca e vejo o nome de Caro na tela.
- Oi amiga. Ela diz animada e olho meu reflexo no espelho.
- Oi Carol, está animada que barulho é esse?
- Ah meus sobrinhos estão aqui hoje, eu liguei para saber como estava, o Ruggero me falou o que aconteceu.
- Ele é um linguarudo, e estou bem não foi nada demais só minha pressão que baixou já estou ótima.
- É porque não se alimenta direito. Reviro os olhos.
- Já tomou seu café da manhã hoje?
- Já e a bandeja esta vazia não reclame.
- Ótimo isso me deixa feliz, preciso desligar, porque não vem até aqui?
- Não é uma boa ideia, estou tentando ficar longe do seu irmão.
- Porque?
- Caro você é uma extensão dele sabe como é teimoso e não vou me envolver com ele, aquele safado fala coisas e eu não sou de ferro.
Uma gargalhada explode do outro lado.
- Ah safada está caidinha por ele.
- Não de jeito nenhum mais não sou de ferro né amiga, e estou sem sexo a uma semana tô subindo pelas paredes e convenhamos que seus irmãos são dois pedaços de mal caminho difícil resistir, se quiser vem aqui mais tarde pode dormir aqui comigo e vamos pra escola juntas amanhã.
Nem sei porque falei isso eu nunca chamei amiga nenhuma pra casa.
Porque você não tinha uma casa antes né amore.
- Entao ta fala pra Rosinha fazer uma comidinha bem gostosa na janta, te voglio bene.
- Te voglio anche io.
- Olha só está melhorando no italiano.
- Besta. Ela rir e desliga.
Vou para o banheiro tomar um banho, tiro a roupa e me olho no espelho.

Garota idiota, você não é ninguém olhe pra você, gorda e feia só o seu pai para te suportar assim.
As lembranças me atingem com força e meu corpo vibra, um soluço sai da minha garganta, não posso sentir essa dor eu a afundei tinha guardado, suas palavras não doíam mais, porque? porque está voltando com força total porque?
Me abaixo e ponho o dedo na boca levando ate minha garganta lágrimas molham meu rosto mais sei que logo passa, vai aliviar e vou me sentir melhor, sinto o estômago revirar e tudo subir meu dedo arde por conta dos pequenos cortes ali, então percebo que os cortes é justo devido a isso, ao vômito, depois que termino consigo levantar, mesmo tremendo e não sinto mais a dor no peito me esmagar, tomo um banho e me jogo na cama.
Saltei o almoço já que Carro viria pra cá e teria que jantar, estava no sofá-cama assistindo e esperando Caro chegar, a campanhia toca e levanto correndo.
- Pode deixar Rosa é Carolina. Grito e abro a porta dando de cara com Valentina, ela veste um moletom com capuz que cobre sua cabeça seu rosto está inchado e vermelho.
- Desculpa te incomodar, eu- eu não sabia pra onde ir e-eee...
Não deixo que ela termine e até me surpreendo quando meus braços a envolve e aperto seu corpo frágil.
Ela chora, tipo chora muito que soluça até, quando consegue parar, arrasto ela até o meu quarto lhe dou um copo com água.
- Desculpa Karol, sei que mal nos conhecemos e eu já apareci assim na sua casa, eu só... Só precisava ficar longe de casa e não podia preocupar os garotos eles já me ajudam tanto eu não sei mais o que fazer.
- Está tudo bem, de verdade você pode vim quando quiser, quer me dizer o que houve? O que te deixou assim?
- Eu estou farta, ela só pensa em si mesma é sempre o que ela quer e nunca o que eu desejo.
- Sua mãe? Ela parece surpresa que eu sei.
- Tenho uma parecida. Dou de ombros.
- Minha mãe foi uma grande dançarina e por culpa de um acidente ela se afastou dos palcos e não pode mais voltar só que agora ela joga toda a sua frustração em mim, quer que eu siga seus passos mais não é isso que quero pra mim.
- E o que você quer?
- Quero ser médica, estou estudando pra isso, mais ela me inscreveu na academia de balé na Espanha onde ela se formou e não se deu ao trabalho de perguntar se eu queria ir, entende eu tenho que abrir mão dos meus sonhos por ela porque?
É injusto e agora esta ameaçando cortar todos os meus gastos se eu não fizer o que ela quer.
- Calma nós vamos dar um jeito você não pode ficar vivendo assim.
- Nós?
- É eu vou te ajudar ok, só me dar um tempo pra pensar eu...
- Você é uma boa amiga Karol, Carolina tem razão quando diz que é especial.
Paraliso Carolina falou isso eu não sei o que dizer.
- Eu não sei muito esse negócio de amizade mais parece que estou descobrindo, descansa um pouco você pode ficar aqui, amanhã vamos pra escola e pode passar em casa e pegar seu material. Ela faz que sim e se aconchega nos meus travesseiros então percebo que as olheiras profundas é porque seguramente ela não dormiu.
Valu cai no sono e fecho a porta do quarto, assim que desço as escadas encontro Caro que me abraça sorridente.
- Então noite das garotas.
- Literalmente e temos uma nova integrante. Subo com ela até meu quarto e abro a porta revelando Valentina.
Fecho a porta e conto tudo que aconteceu, enquanto Rosa servia o jantar depois fomos para o meu quarto estávamos no colchão que Rosinha arrumou no chão para nós, assistindo uma série quando Valentina fala.
- Eu gosto dessa série porque ninguém me chamou. Olhamos pra ela que sorrir e na mesma hora Rosa entra no quarto trazendo lanche.
Eu me limito a beliscar.
Entre episódios, lanches e trança no cabelo adormecemos as três no colchão.

Se Não Fosse Você.Where stories live. Discover now